quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Firjan prepara mão-de-obra para trabalhar no Comperj


Firjan prepara mão-de-obra para trabalhar no Comperj
O São Gonçalo - 2/7/2011
O presidente da Representação Regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) Leste Fluminense, Luiz Césio Caetano Alves, afirmou que a instituição pretende participar ativamente da rotina das prefeituras que integram o Consórcio Intermunicipal da Região Leste Fluminense (Conleste) e não concorda com a tese da falta de mão-de-obra qualificada para alavancar a refinaria.
 
SÃO GONÇALO - Faltando cerca de dois anos para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) entrar em funcionamento, que tipo de ação vem sendo desenvolvida pela Firjan para auxiliar os municípios que já sofrem impacto do empreendimento? 
LUIZ CÉSIO - O Sistema Firjan tem como premissa, em todas as suas ações, formar, informar e transformar cidadãos, sempre buscando melhorar a economia do estado e criar oportunidades de crescimento para a população. Sendo assim, todas as ações do Sistema Firjan em prol do Comperj seguem a mesma linha: capacitar a população local e fomentar a economia de Itaboraí e região. Em termos práticos, o maior investimento da Firjan é a capacitação de mão-de-obra, por meio do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) com cursos técnicos, de qualificação e aperfeiçoamento. Esses investimentos estão sendo feitos com a expansão das unidades próximas ao Complexo, em Niterói e São Gonçalo, com a adequação da grade curricular e aumento do número de docentes. Além disso, o Senai tem convênios com as prefeituras e a Petrobras para qualificação de mão-de-obra, através do Plano Nacional de Qualificação Profissional (Prominp). Além dessa ação principal, em qualificar a população local, o Sistema Firjan tem participação efetiva na elaboração da Agenda 21 Local, importante ferramenta de gestão para a sustentabilidade dos municípios. Ainda realiza estudos técnicos dos impactos socioeconômicos nos municípios sob influência do Comperj, além de levar informação qualificada ao empresariado.

OSG - A Firjan vem participando com as prefeituras do Conleste da discussão do plano diretor regional? Qual a posição da Federação neste processo?
LUIZ - Temos um grande interesse em participar da discussão do Plano Diretor Regional, tendo em vista que o Sistema Firjan tem subsídios para contribuir com dados e estudos no que se refere ao investimento econômico em todo o Estado. O sistema Firjan conta com uma equipe técnica capacitada e prontamente a disposição de realizar qualquer apoio, contribuindo para o fomento da atividade industrial no estado do Rio. Solicitamos a nossa inclusão no Conselho do Conleste, mas as reuniões ainda têm sido realizadas somente no âmbito das administrações públicas dos municípios.

OSG - Movimentos ligados aos trabalhadores da região vem reclamando da importação de mão-de-obra para trabalhar em diferentes setores do Comperj. A Firjan pode intervir de que forma para tentar alocar trabalhadores locais na refinaria?
LUIZ - A Firjan, através do Sesi e Senai, tem utilizado toda a sua capacidade para qualificar e capacitar mão-de-obra local, investindo na ampliação física das unidades, da grade curricular, aumento do número de docentes, investimento em equipamentos de ponta. Além disso, para promover a qualificação das pessoas da região, o Senai vem fazendo parcerias com os sindicatos patronais e oferecendo cursos gratuitos para a comunidade. Além da parceria com a Petrobras, via Promimp, como já dito anteriormente.

OSG - Como está a conversa da Firjan com as empresas que estão se instalando e as que irão chegar para aproveitar mão-de-obra local?
LUIZ - O entendimento tem sido muito positivo no sentido de melhor direcionar os cursos oferecidos pelo Sesi e Senai e oferecer os serviços demandados pelas empresas.

OSG - Quais os maiores setores da indústria com maior expectativa de crescimento especificamente em Itaboraí?
LUIZ - Indústrias consumidoras de insumos petroquímicos básicos e de resinas termoplásticas e indústrias consumidoras intermediárias de produtos de material plástico. Além, é claro, do fomento às atividades de apoio ao Comperj e às indústrias criadas na cadeia produtiva como, por exemplo, a indústria metal-mecânica, dentre outras, e toda a parte de serviços.

OSG - Muito se fala em crescimento de emprego na cidade, mas, assim como em todo o país, a qualificação dos profissionais, por vezes, emperra o início dos trabalhos. O senhor acredita que isso vem acontecendo no Complexo Petroquímico?
LUIZ - Não, o cronograma do projeto foi alongado em função das alterações necessárias. 

OSG - De que forma os municípios devem se preparar não apenas pensando em indústrias que virão voltadas para serviços ligados às refinarias, mas a outros setores, como o hoteleiro e entretenimento?
LUIZ - É fundamental que os municípios tenham o seu Plano Diretor atualizado; a Agenda 21 Local implementada e todo o investimento possível em infraestrutura de modo que a cadeia de serviços encontre condições favoráveis de sua implantação e desenvolvimento. O Sistema Firjan investe na formação do empresariado local, permitindo que esse aproveite as oportunidades.

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