Instituto de tecnologia de Minas Gerais cria poste solar ao custo de R$ 2 mil e intensifica estudos em sistemas fotovoltaicos
Felipe Resende/Cetec | |
Poste tem a capacidade de manter a iluminação durante um período de seis horas |
A busca por fontes alternativas e limpas de energia, que liberam menos gases e resíduos no meio ambiente, tem sido uma aposta do governo e das instituições de pesquisa para evitar impactos negativos na natureza. A luz do sol, fonte de energia limpa em abundância, tem despertado o desenvolvimento de uma série de pesquisas para a obtenção de materiais mais eficientes que convertam a energia da luz solar em energia elétrica, processo conhecido como efeito fotovoltaico.
Recentemente, a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) instalou na entrada principal da entidade um poste de iluminação pública que funciona com energia solar. O projeto foi elaborado pela instituição em parceria com alunos do departamento de engenharia de energia do Instituto Politécnico da Universidade Católica de Minas Gerais (IPUC/PUC Minas).
Segundo do Cetec, trata-se do primeiro passo de uma série de ações que visam torná-lo referência em tecnologias para a cadeia de energia solar. “Queremos estabelecer na fundação uma plataforma para apoiar pesquisas nessa área”, aposta José Roberto Branco, coordenador do Setor de Materiais Ópticos e Eletrônicos (SDO), unidade responsável pelo projeto.
As atividades do grupo começaram em agosto deste ano. A instalação de postes em áreas pouco iluminadas da fundação foi a primeira proposta para testar a aplicabilidade da tecnologia. O “poste solar” instalado no Cetec, explica Branco, é um exemplo de sistema fotovoltaico, constituído por células ou módulos que convertem a luz solar em energia elétrica, mas também por outros elementos, como bateria (acumulador de energia); inversores de frequência; controlador de carga (responsável pela durabilidade da bateria e controle de energia) e carga (lâmpadas).
Durante o dia, explica Branco, a energia solar incide sobre o módulo fotovoltaico presente no poste, que converte a radiação do sol em eletricidade. Esta, por sua vez, é armazenada na bateria do sistema por meio de um processo eletroquímico. No início da noite, quando surge a necessidade de iluminação, a energia acumulada na bateria é disponibilizada para as lâmpadas.
O poste tem a capacidade de manter a iluminação durante um período de seis horas, período que pode ser redimensionado, além de ter autonomia de dois dias sem incidência de raios solares. Ele possui duas lâmpadas fluorescentes compactas de 15W, acionadas automaticamente por um interruptor fotossensível, que identifica a presença de luminosidade. Essas lâmpadas, além de serem mais eficientes em relação às incandescentes são de alta durabilidade, com preços mais acessíveis.
Toda a estrutura do poste custou aproximadamente R$ 2 mil. Os recursos para a realização do projeto são provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Segundo Branco, algumas empresas sinalizaram interesse em levar o potencial desse tipo de energia para o mercado. “As ações do Cetec nesta área estarão integradas com o governo de Minas Gerais, sob a liderança da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), que almeja desenvolver e promover o uso de energia renovável no Estado”.
O pesquisador ressalta que a energia solar possui uma série de aplicações potenciais, que vão desde a energização de brinquedos e eletroeletrônicos até o atendimento a pequenas comunidades isoladas ou distantes da rede elétrica. A tecnologia também atende usinas geradoras de energia fotovoltaica, com dezenas de mega-watts de potência.
Mas, cada uma dessas aplicações, dispostas em regiões diversas em termos climáticos, explica, impõe condições de uso distintas. “Nesse projeto iniciamos o estudo de relações entre variáveis dos sistemas fotovoltaicos. A abordagem verticalizada que existe na fundação, por meio do exame de materiais, dispositivos e processos em toda a cadeia de valores da energia solar fotovoltaica é única no Brasil”, informa.
As vantagens econômicas do uso da energia solar vão depender de alguns fatores como distância da rede elétrica, confiabilidade e portabilidade necessárias. Para o pesquisador, em breve a certificação verde será fator de competitividade entre as organizações e de preferência dos consumidores. “O custo benefício de um poste de energia solar pode ser bem mais baixo do que um comum. A mesma linha de raciocínio vale para outras aplicações”.
Entre outros projetos de energia solar desenvolvidos no Cetec, destaque para a implantação de sistemas de carregamento de baterias variadas na instituição, com disponibilização de pontos de recarga de acumuladores de energia gratuita. O grupo também estuda o uso de módulos fotovoltaicos em processos de bombeamento de água e irrigação para comunidades carentes e tratamento de efluentes.
Potencial brasileiro
A tecnologia fotovoltaica está em uso em diversos países, como a Alemanha, por exemplo, onde foram realizadas várias ações de mobilização da sociedade e do setor acadêmico, com grande investimento em projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), além de políticas públicas de incentivo. O setor industrial alemão visualizou a oportunidade de negócio e investiu massivamente para produzir em grande escala matérias-primas, células, módulos fotovoltaicos e equipamentos eletroeletrônicos.
O Brasil, afirma Branco, possui todos os meios para criar e desenvolver um mercado fotovoltaico. Além do potencial de energia solar disponível e comprovado em todo território nacional, há grande conhecimento de toda a cadeia de produção pertinente. Todo esse conhecimento está localizado em instituições de pesquisas e universidades. “Sendo o Brasil um dos dez países que mais consomem energia no mundo, só ele e a Rússia ainda tem um uso inexpressivo de energia solar fotovoltaica”, ressalta.
Cristiane Rosa
Especial para a revista Responsabilidade Social.com
Recentemente, a Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) instalou na entrada principal da entidade um poste de iluminação pública que funciona com energia solar. O projeto foi elaborado pela instituição em parceria com alunos do departamento de engenharia de energia do Instituto Politécnico da Universidade Católica de Minas Gerais (IPUC/PUC Minas).
Segundo do Cetec, trata-se do primeiro passo de uma série de ações que visam torná-lo referência em tecnologias para a cadeia de energia solar. “Queremos estabelecer na fundação uma plataforma para apoiar pesquisas nessa área”, aposta José Roberto Branco, coordenador do Setor de Materiais Ópticos e Eletrônicos (SDO), unidade responsável pelo projeto.
As atividades do grupo começaram em agosto deste ano. A instalação de postes em áreas pouco iluminadas da fundação foi a primeira proposta para testar a aplicabilidade da tecnologia. O “poste solar” instalado no Cetec, explica Branco, é um exemplo de sistema fotovoltaico, constituído por células ou módulos que convertem a luz solar em energia elétrica, mas também por outros elementos, como bateria (acumulador de energia); inversores de frequência; controlador de carga (responsável pela durabilidade da bateria e controle de energia) e carga (lâmpadas).
Durante o dia, explica Branco, a energia solar incide sobre o módulo fotovoltaico presente no poste, que converte a radiação do sol em eletricidade. Esta, por sua vez, é armazenada na bateria do sistema por meio de um processo eletroquímico. No início da noite, quando surge a necessidade de iluminação, a energia acumulada na bateria é disponibilizada para as lâmpadas.
O poste tem a capacidade de manter a iluminação durante um período de seis horas, período que pode ser redimensionado, além de ter autonomia de dois dias sem incidência de raios solares. Ele possui duas lâmpadas fluorescentes compactas de 15W, acionadas automaticamente por um interruptor fotossensível, que identifica a presença de luminosidade. Essas lâmpadas, além de serem mais eficientes em relação às incandescentes são de alta durabilidade, com preços mais acessíveis.
Toda a estrutura do poste custou aproximadamente R$ 2 mil. Os recursos para a realização do projeto são provenientes da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Segundo Branco, algumas empresas sinalizaram interesse em levar o potencial desse tipo de energia para o mercado. “As ações do Cetec nesta área estarão integradas com o governo de Minas Gerais, sob a liderança da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), que almeja desenvolver e promover o uso de energia renovável no Estado”.
O pesquisador ressalta que a energia solar possui uma série de aplicações potenciais, que vão desde a energização de brinquedos e eletroeletrônicos até o atendimento a pequenas comunidades isoladas ou distantes da rede elétrica. A tecnologia também atende usinas geradoras de energia fotovoltaica, com dezenas de mega-watts de potência.
Mas, cada uma dessas aplicações, dispostas em regiões diversas em termos climáticos, explica, impõe condições de uso distintas. “Nesse projeto iniciamos o estudo de relações entre variáveis dos sistemas fotovoltaicos. A abordagem verticalizada que existe na fundação, por meio do exame de materiais, dispositivos e processos em toda a cadeia de valores da energia solar fotovoltaica é única no Brasil”, informa.
As vantagens econômicas do uso da energia solar vão depender de alguns fatores como distância da rede elétrica, confiabilidade e portabilidade necessárias. Para o pesquisador, em breve a certificação verde será fator de competitividade entre as organizações e de preferência dos consumidores. “O custo benefício de um poste de energia solar pode ser bem mais baixo do que um comum. A mesma linha de raciocínio vale para outras aplicações”.
Entre outros projetos de energia solar desenvolvidos no Cetec, destaque para a implantação de sistemas de carregamento de baterias variadas na instituição, com disponibilização de pontos de recarga de acumuladores de energia gratuita. O grupo também estuda o uso de módulos fotovoltaicos em processos de bombeamento de água e irrigação para comunidades carentes e tratamento de efluentes.
Potencial brasileiro
A tecnologia fotovoltaica está em uso em diversos países, como a Alemanha, por exemplo, onde foram realizadas várias ações de mobilização da sociedade e do setor acadêmico, com grande investimento em projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), além de políticas públicas de incentivo. O setor industrial alemão visualizou a oportunidade de negócio e investiu massivamente para produzir em grande escala matérias-primas, células, módulos fotovoltaicos e equipamentos eletroeletrônicos.
O Brasil, afirma Branco, possui todos os meios para criar e desenvolver um mercado fotovoltaico. Além do potencial de energia solar disponível e comprovado em todo território nacional, há grande conhecimento de toda a cadeia de produção pertinente. Todo esse conhecimento está localizado em instituições de pesquisas e universidades. “Sendo o Brasil um dos dez países que mais consomem energia no mundo, só ele e a Rússia ainda tem um uso inexpressivo de energia solar fotovoltaica”, ressalta.
Cristiane Rosa
Especial para a revista Responsabilidade Social.com
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