terça-feira, 11 de outubro de 2011

Hotéis de luxo no RIO de Janeiro com Cerca de 200 quilos de alimentos fora da validade inutilizados

HigienePoliciais fazem operação para fiscalizar cozinhas de hotéis em Copacabana / Foto: Marcos Tristão
RIO - Cerca de 200 quilos de alimentos fora da validade inutilizados, uma cozinha interditada e quatro nutricionistas detidos. Este foi o resultado da primeira etapa da operação Turista Legal, feita na segunda-feira pela Delegacia de Defesa ao Consumidor (Decon), para fiscalizar as condições de higiene das cozinhas de todos os hotéis da cidade. Cerca de 15 agentes percorreram quatro hotéis de luxo da orla de Copacabana e identificaram irregularidades em todos eles.
O cenário mais alarmante foi encontrado numa das três cozinhas do Rio Othon Palace. Segundo a delegada Patrícia Aguiar, titular da Decon, o local destinado à padaria não tinha a "menor condição de higiene". Foram recolhidos 70 quilos de alimentos - entre carnes, molhos, coberturas de sorvete, champignon, massas para pizza, queijo e margarina - fora da validade.
- Tivemos que chamar os agentes da Vigilância Sanitária para inutilizar os alimentos. Alguns produtos estavam vencidos há três meses. Fiquei preocupada com o que encontramos. É inadmissível que um hotel cinco estrelas tenha uma cozinha suja daquele jeito - reclamou a delegada.
A operação teve apoio da Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat) e da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública. Os técnicos da Vigilância Sanitária lacraram a cozinha do Othon e vão aplicar uma multa de valor ainda não definido. Eles coletaram ainda amostras dos alimentos para fazer análise em laboratório e atestar que estavam estragados.
Os agentes também encontraram alimentos impróprios para consumo e sem especificação de validade no lacre nos hotéis JW Marriott, Pestana Rio Atlântica e Sofitel.
- Iniciamos esta operação depois de receber a denúncia de turistas que sofreram intoxicação alimentar depois de se hospedarem em hotéis de luxo da cidade. A meta é percorrer todos os hotéis da cidade e concluir as fiscalizações antes de começar a alta temporada - planeja a delegada.
Os nutricionistas dos quatro hotéis foram detidos. A pena, caso sejam condenados, é de três a cinco anos de prisão.
A movimentação policial chamou a atenção dos hóspedes dos hotéis fiscalizados. Informados sobre a qualidade dos alimentos servidos, muitos ficaram indgnados. André Mauro e Gepse Chacon, do Rio Grande do Norte, passaram uma semana hospedados no Hotel Rio Othon Palace e contaram estar indo embora com o alívio por não terem passado mal.
Alimento vencido há mais de dois meses é recolhido durante a blitz da Decon (Foto: Marcos Tristão / Agência O Globo)
- Isso não pode ser verdade! Como podem nos servir comida vencida? Por sorte, comemos apenas o café da manhã aqui no hotel. Vou prestar mais atenção aos restaurantes de hotéis daqui para frente - reclama André Mauro.
O argentino Marcelo Duranicini mostrou-se preocupado. Ele estava fazendo o check-out quando a operação chegou ao hotel Pestana Rio Atlântica, onde estava hospedado desde sexta-feira.
- Fiquei quatro dias hospedado aqui e não senti nada estranho na comida. Vou embora preocupado sim - comenta.
Já o casal Eugênio e Cristina Correia, do Rio Grande do Sul, acabava de se registrar no mesmo hotel quando a fiscalização anunciou a quantidade de alimentos vencidos encontrados na cozinha do Pestana. Embora indignados com a situação, eles decidiram ficar hospedados.
- Já pagamos todas as diárias. Compramos a estadia num site de compras coletivas. Já decidimos que nem o café da manhã vamos consumir aqui neste hotel - reclamou Eugênio.
Hotel alega ter padrão de qualidade rígido
Através de nota, a assessoria do Marriott informou que durante a ação não foram encontrados alimentos impróprios para consumo ou com validade vencida. "Os agentes da Decon identificaram apenas alguns produtos recém-utilizados, que ainda não tinham recebido as etiquetas de manipulação. A rede Marriott de hotéis possui um rígido padrão de qualidade".
A delegada Patrícia Aguiar, contudo, disse que a falta de um rótulo com informações sobre o alimento o qualifica como impróprio para consumo.
- Não há como determinar o prazo de validade - frisou ela.
Os demais hotéis foram procurados e não se pronunciaram.


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