quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Isso é Brasil ODEBRECHT ALERTA PARA MÁ QUALIFICAÇÃO

 
Jornal do Commercio, 6/10/2011
ODEBRECHT ALERTA PARA MÁ QUALIFICAÇÃO

Elisa Soares

O empresário afirmou ontem, durante evento no Rio, que o problema será sentido já nos próximos cinco anos e salientou que se não houver mais investimentos em educação, o País não poderá assumir outros compromissos em obras de infraestrutura. “O Brasil não tem mais capacidade, em termos de mão-de-obra, para iniciar projetos de construção”, assinalou.
Odebrecht lidera uma das principais construtoras do País, que participa hoje de inúmeras obras no Rio de Janeiro: a remodelação da Zona Portuária, a construção de uma das linhas da Transcarioca – que vai operar por meio do sistema de Bus Rapid Transit (BRT) – e a reforma do Maracanã, além de administrar a SuperVia, malha ferroviária fluminense. Só no estado, a empresa emprega de 15 mil a 20 mil pessoas.
A demanda por infraestrutura no Brasil é latente, e segundo estimativas do empresário, a Odebrecht contrata, em todo o Brasil, de 2 mil a 3 mil pessoas mensalmente. “É preciso qualificar a força de trabalho. Quando vejo os aportes anunciados para a área de petróleo e gás, por exemplo, penso: não vão dar para fazer”, desabafou. Além disso, na análise de Odebrecht, o setor de construção não está preparado para atender a tantos projetos. “O resultado são empreendimentos de alto custo, com problemas de segurança e baixa qualidade”, afirmou.
Para o empresário, o prazo para melhoria na infraestrutura brasileira é maior do que o tempo que resta até os grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo daqui a três anos e Olimpíada, em 2016. “Isso leva de 20 a 30 anos”, disse.
Ao mesmo tempo, segundo o empresário, a aproximação das datas acelera projetos que antes não saíam do papel.
“Por melhor que seja a gestão, se não houver uma data marcada, as coisas não acontecem”, assinalou.
O diretor-executivo da Rio Negócios, Marcelo Haddad, concorda com Odebrecht. “Se não tivéssemos compromissos críticos em relação ao prazo, ocorreriam de outra forma”, complementou. De acordo com Haddad, a participação do setor privado nos preparativos para a Olimpíada é integral. Os investimentos já consolidados, referentes a 17 empresas, totalizam R$ 1,8 bilhão e devem gerar 5 mil empregos.
“E há também aportes prováveis que somarão mais R$ 1,2 bilhão”, afirmou.
BENEFICIADOS. Para o diretor da agência de fomento, os setores mais beneficiados do estado serão o imobiliário, o de serviços, de infraestrutura e de inovação. Ele lembrou que o Rio de Janeiro é a cidade que mais gera patentes hoje e que mais cresce em pesquisa e desenvolvimento.
“A ideia é que as empresas cariocas surfem muito bem nessa onda”, brincou Haddad. Nos últimos 14 meses, afirmou, aproximadamente 550 empresas já se mostraram interessadas em investir no Rio, das quais 30% são da área de infraestrutura.
Por fim, o executivo da Rio Negócios disse acreditar que, após os jogos olímpicos, o Rio será exemplo de transformação mundial. Na análise de Diógenes Paoli Neto, presidente da Agrekko, empresa de fornecimento de soluções em energia que também participou do encontro, a preparação para 2016 é uma oportunidade para o estado se tornar a primeiro do mundo em turismo.

Outra matéria:
Valor Econômico, 6/10/2011
Mão de obra qualificada desafia Olimpíada do Rio

Por Guilherme Serodio

A falta de qualificação da mão de obra é um dos maiores desafios para a organização da Olimpíada do Rio de Janeiro. O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, lembra que dentro do próprio comitê há cargos que não foram preenchidos por falta de pessoal qualificado. "Nós precisamos dessa qualificação para a realização dos Jogos", disse Nuzman. O presidente do Conselho Público Olímpico, Henrique Meirelles vai mais longe. Acredita que o Brasil "tem que mudar seu patamar de qualificação de mão de obra".
A situação também preocupa o diretor-presidente da Organização Odebrecht, Marcelo Odebrecht. Segundo ele, o grupo contrata entre 2 e 3 mil pessoas por mês no Brasil e já tem dificuldade em encontrar profissionais qualificados.
O grupo emprega hoje entre 15 mil e 20 mil pessoas na cidade do Rio e está envolvido nas obras do Porto maravilha e do Maracanã e na implantação de uma das quatro linhas de BRTs em construção na cidade, entre outros projetos relacionados aos grandes eventos esportivos dos próximos anos.
O diretor-executivo da Rio Negócios, empresa do município responsável por captar investimentos para o Rio, Marcelo Haddad, disse que a Universidade Federal do Rio de Janeiro vai "praticamente dobrar de tamanho nos próximos cinco anos". Mas, para Odebrecht, o principal problema é "como sobreviver nos próximos quatro ou cinco anos" até que os investimentos em universidades deem frutos.
 
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