sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Na forma de ver da Comunidade

Especialistas, ONGs e parlamentares ficam indignados com a operação
A mensagem que determinava que moradores ficassem em casa com portas e janelas fechadas causou indignação em especialistas de segurança.
“Na prática, o Exército determinou um toque de recolher aos moradores, que não têm obrigação de obedecer. Mas o próprio Exército avisa que quem não obedecer vai ser tratado como inimigo. Ou seja, é um absurdo, é grave”, afirma o sociólogo Ignácio Cano, especialista em violência pública da Uerj.
O deputado Marcelo Freixo é categórico. “É uma aberração. No Rio, dignidade tem CEP. Se o traficante ‘Polegar’ estivesse escondido em um condomínio da Barra, duvido que alguém daria um mandado de busca para todo condomínio. Não sou contra operação no Alemão, mas contra a forma que é feita”, disse.
Coordenador da ONG Observatório de Favelas, Jailson de Souza e Silva também criticou o teor da mensagem. “É um desrespeito aos direitos fundamentais. O estado está tratando 100% da população de uma região como potencial criminoso”.

Na gravação, uma voz grave orientava: “Senhores moradores, o Exército Brasileiro está realizando um mandado judicial em cumprimento da lei. Fechem suas portas e janelas e aguardem orientação. Quando solicitado, abra a porta e aja de maneira educada. Obedeça a todas as instruções. Qualquer ação contrária será considerada como ato hostil e receberá a resposta necessária”.
Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
Militares femininas revistaram bolsas de mulheres que circulavam pela comunidade Pedra do Sapo, no Alemão, em busca de armas e drogas | Foto: Maíra Coelho / Agência O Dia
Simultanemente, militares num helicóptero lançavam panfletos pedindo aos moradores que denunciassem bandidos, armas, drogas e explosivos. Na ação, dois fuzis, parte de metralhadora e drogas foram apreendidos.


O que é mandado de busca e apreensão genérico, que englobava a área da Pedra do Sapo?

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