quarta-feira, 8 de julho de 2009

Questiono

Como falar de capacitação, se hoje para uns virou sinonimo de exclusão por tornar a acessibilidade a determinados tipos de atividades, que por natureza propria não dependem exclusivamente de um conhecimento que demanda tempo e praticas(ex. médico) a atingir e humilhação por ter a necessidade da comprovação de diplomas e certificados aquele que tem o conhecimento real e não dispóe de tempo e dinheiro para acessar o papel, torna motivo de chacota nas rodas de intelectuais que por conta de manter a aparencia de conhecedor tende a colocar o termo, só podem repassar suas informação gratuitamente e como socialização de conhecimento, como não tenho como acessar recursos gerados pelo meu conhecimento em geral tendemos a jogar no lixo ocorrendo fatos interessantes como:
-Jovens que poderiam ser grandes pesquisadores e como o acesso a este tipo de profissionalização são para os que tem merito ou dinheiro ou um nome familiar infruente tendem a se tornar quimicos em atividades ilicitas ou mesmo na confecção de artigos piratas.
-jovens que poderiam ser grandes nomes na literatura mas devido aos textos oferecidos ao mesmo ou mesmo a forma como é exposta a realidade que ele vive e gosta torna o fato de ler e escrever algo uma coisa sem importancia, igual ao que falam de mim. Se falar do fato de ter uma forma de escrusão velada no Brasil que torna a publicação, divulgação e exposição de textos com imaginação e pensamentos ou formadores de opinião uma coisa restrita, tal fato refrete na forma como é encarada as bibliotecas criadas e dirigidas pelas diferentes classes e a como o leitor utiliza o espaço.
- Se falar de capacitação e formação de pessoal e a acessibilidade a codigos de condutas, restruturação obedecendo nosmas tecnicas, associativismo, cooperativas e outros temas relevantes.

A ver, Café certificado – Parte II, http://www.cafeemercado.com.br/inc/peganoticia.php?id=3740
(06/07/2009 14:40)

De volta a Serra Negra, veja um pouco mais do projeto que põe o pequeno cafeicultor no exigente mercado dos produtos com certificação. É um projeto mundial que já está presente na Colômbia, Quênia, Guatemala, Vietnã... É uma escola onde o aluno tem que se aplicar ao máximo pra enfrentar o rigor de um vestibular.

O início da colheita de café coincide com o fim da temporada de malhas. Dona Antonia e as filhas Giane e Janete se desdobram nas tarefas da casa, da roça e da confecção.

“Trabalhei muitos anos, criei meus filhos na maquininha manual, daí é que a gente foi aperfeiçoando e compramos uma daquela grande. A primeira máquina foi com o dinheiro do café”, conta dona Antonia.

“Por semana dá pra gente ter uma base de umas 500, 600 peças. Eu não posso desprezar nem as malhas nem o café, porque a malha dá dinheiro na época do frio, passando o inverno a gente não pode desprezar o nosso café, porque também dá dinheiro”, comenta Janete.

Mas é um olho na linha e outro no tempo. O regulamento é taxativo: café fermentado não tem qualidade pra certificação. Ameaçou chuva, elas largam tudo pra atender o terreiro.

Os grãos ainda úmidos precisam ser amontoados de modo que a água da chuva escorra fácil, não fique parada alterando o gosto. Os que já estão mais secos precisam ser cobertos.

Na extensa lista de recomendações para o cafeicultor se adaptar ao programa de certificação, há uma regra não escrita que a família de seu Décio foi a mais difícil de todas. Não requer nenhuma ferramenta especial, nenhum tipo de manejo agrícola, exige o uso de uma caneta para fazer uma coisa que de um modo geral o produtor resiste em fazer, o controle de tudo.

Não por acaso, Giane, que já tinha feito curso técnico de contabilidade foi quem assumiu essa parte. A família recebeu uma pasta, dividida em dez capítulos. Tem desde a parte de documentação até o cadastro das lavouras, talhão por talhão... E tudo o que acontece tem que ser registrado. O seu Décio, o Hélio, no dia a dia, escrevem num papelzinho cada quilo de adubo, cada galão de combustível, cada litro de defensivo que gastam... E, aos sábados, a Giane tira um período pra passar tudo a limpo.

“No começo eu estranhei muito, hoje eu vejo que já facilitou, porque eu sei quanto eu colho por talhão... diz Giane.

E pra checar se o preenchimento da pasta está de acordo, regularmente, assim como vem um agrônomo dar assistência de campo, vem também um técnico do projeto dar, digamos, assistência de escritório.

É o Sandro Marchi. Traz uma pasta igual à que fica no sítio. Confere item por item. Por exemplo: eles estão fazendo os cursos recomendados de primeiros socorros, pulverização? E o exame de sangue do Hélio prá ver está livre de contaminação por agrotóxicos? Está aqui.

“O que ela fizer eu tenho controle do que ela fez para a exigência do código de conduta. É uma educação para o gerenciamento da propriedade e meio ambiente”, explica Sandro.

Sandro copia tudo e leva a pasta do seu Décio Olivotto para fazer companhia pras pastas de outros 135 pequenos proprietários na sede do Projeto Qualidade do Café. Lá, os dados são passados para o computador, e analisados pelo grupo que toca o programa.

O coordenador desse empreendimento pioneiro tem larga experiência no ramo: é o agrônomo José Melo Monteiro, aposentado como diretor do antigo IBC, o Instituto Brasileiro do Café.

“Produzir com café com boas práticas e que seja um café respeitado pelo comércio. Esse é o grande objetivo. O projeto é essencialmente social. Você dando condições, melhora condições sociais de vida do produtor”, declara Monteiro.

O programa tem a cara de projeto público, mas é uma iniciativa privada, bancada pela Fundação Sara Lee, ligada a uma empresa que negocia café em 180 países, inclusive no Brasil. A proposta é profissionalizar grupos de pequenos cafeicultores para que eles possam alcançar algo que só grandes produtores dão conta de pagar: o custo da certificação que pode chegar a dez mil reais por fazenda, fora a série de mudanças que precisa ser feita na propriedade.

Uma pergunta: quem que confere se o produtor está fazendo tudo direitinho. Além da inspeção que o técnico do programa faz, todo ano o candidato a entrar na certificação, a manter o certificado conquistado tem que fazer duas provas apertadas. Numa ele pode ser suspenso, na outra pode ser eliminado.

O seu Décio já passou pela primeira e por isso nós fomos na propriedade de um vizinho para ver como é a auditoria interna do projeto qualidade do café.

Com a lista de checagem na prancheta, Sandro Marchi começa o pente fino na propriedade do seu Orlando Galdini: 30 hectares, 20 mil pés, 400 sacas por ano, em média.

No papel de fiscal, Sandro vai dando uma geral em tudo. Cheira os grãos, a seca tá indo bem. As lâmpadas, nos postes do pátio, estão protegidas? Sim. Seu Orlando encapou todas com plástico de garrafa pet. Imagine: doze netos, a meninada joga bola no local.

“Sem o protetor pode ir no café uns caquinhos de vidro”, diz Orlando.

Dizem que quem procura pelo em ovo, acha. Pois, no terreiro que à primeira vista parecia impecável, Sandro vê uma sujeirinha.

“Um biscoitinho...”, alerta.

A pontuação segue as cores dos faróis de trânsito: verde para uma falhazinha que passa; amarelo, advertência; vermelho, pena grave. O caso do biscoitinho é verde.

Mas, como é que o seu Orlando ta guardando o café? Vamos para tulha: o extintor de incêndio ta com a validade correta. O termômetro e o medidor de umidade estão funcionando. A sacaria não pode ter contato com o piso, nem com as paredes. Essa parte está ok.

Os itens de segurança, como o lava olhos, também estão em ordem. Mas, na entrada do cafezal, o técnico vê uma coisa que pode ser grave: quase não da pra ler o número de identificação do talhão, fundamental para rastrear a origem do produto.

“Dá para ver, mas vamos melhorar isso um pouquinho. Quando está apagado assim, a gente vê que está identificado, agora se não tiver isso aqui... Aí é vermelho. Tomou uma vermelha está suspenso”, diz.

Seu Orlando ganha a chance de corrigir tudo pra, em melhores condições, se submeter à prova de fogo que vamos acompanhar de volta à fazenda do seu Décio.

Nessa hora, como diz a Giane, “o bicho pega!”. Além de mais rigorosa, nesta vistoria não tem segunda chance. Os auditores indicados pela certificadora são agrônomo Gustavo Nakashima e o administrador Márcio Metidieri. Crivam seu Décio de perguntas.

Dentro da confecção, dona Antonia e Janete param o serviço e, mãos em prece, reforçam os pedidos para que tudo de certo. Primeiro sobre as práticas de produção e meio ambiente.

“Cultivos próximos das nascentes, isso não é permitido”, afirma Gustavo.

Mesmo não havendo nascentes na propriedade, querem saber que cuidados tomam com a nascente do sítio ao lado. Seu Décio conta que pediu ao vizinho para preservar a área.

Num momento em que a chuva interrompe a investigação de campo, os auditores fazem a perícia daquela pasta. Página por página, conferindo notas fiscais emitidas e recebidas, confrontando listas de agrotóxicos permitidos...

Terminam de vasculhar a propriedade fazendo uma visita à casa do Hélio Neves. Além dos detalhes do contrato de meação, querem saber que tipo de assistência os proprietários dão e, principalmente, querem confirmar uma coisa que pode dar vermelho na hora: as crianças estão matriculadas na escola e freqüentando as aulas?

Depois de averiguar se o cachorro está preso, já que a propriedade produz alimento, não pode ter animal solto fazendo sujeira por aí, o auditor Gustavo dá o resultado.

“Depois da nossa auditoria nessa propriedade não foi encontrado nenhuma irregularidade”, declara Gustavo.

“A gente fica muito contente com isso, de saber que a gente está dando certo”, afirma Décio.

Mas, não é o caso de soltar foguete ainda. Márcio explica que a auditoria é feita por amostragem. Se houver falha em uma propriedade, todo o grupo sai prejudicado. Quer dizer, não basta só o seu Décio andar na linha, a boa conduta tem que ser coletiva.

“A gente vai rezar para o vizinho também andar na linha”, comenta Giane. Cumprido o dever, as preces são ouvidas. O laudo acaba de sair: a certificação foi renovada para todo o grupo. E veja as recompensas do Seu Décio. Primeiro: o produto que ele traz pra vender alcança melhor qualidade, como atesta o classificador de café Waldir Brandini.

“Um café ótimo, bom aspecto e melhorou bem depois que o senhor está fazendo parte do projeto”, diz Waldir.

O produto está superior não só quanto ao aspecto e rendimento como também na bebida, avalia ao degustador Mário Ramalho.

“Depois desta conscientização e ajuda dos técnicos melhorou muito a qualidade, tiraram um pouco a fermentação e o café é de uma qualidade excelente”, diz Márcio.

Dez mil sacas tem sido em média a produção de café certificado nas pequenas propriedades da região de Serra Negra. O que vem da fazenda de seu Décio, bem como dos outros cafeicultores que fazem parte do programa, nos galpões de armazenagem tem que ficar separados. Lá a pilha de café comum, do outro lado só o certificado. É mais uma regra de conduta. Pelas nossas contas, a de número 180. E tem mais...

Torrefação, embalagem, preparação... tudo tem que ser feito com critério, diz o agrônomo Eduardo Sampaio, representante da certificadora internacional que começou a incluir os pequenos nesse novo mercado. O código de conduta é uma resposta ao consumidor que pergunta: “por trás deste produto tem algum crime? Ambiental, trabalhista, financeiro...?

“A certificação ela dá a chance do pequeno produtor estar inserido num contexto mundial de produtor profissional, aonde ele pode também ao invés de falar, quanto você paga pelo meu café? Ele pode falar: eu quero tanto pelo meu café”, afirma.

Seu Décio não chegou a tanto ainda. Mas, além da cotação do dia, recebe uma bonificação pelo café certificado.

“Eu vou ganhar mais. E eles não me obrigam a vender para ninguém. É livre, eu posso vender para quem eu quiser, mas preço por preço, eu vendo para eles que já ta dando assistência pra gente”, afirma Décio.

Seu Décio recebe mais porque o consumidor paga mais por um produto sobre o qual ele sabe mais. Eduardo mostra o pacote de um café que já está sendo vendido no Brasil. No selo da certificação, pelo código de barras, em qualquer computador do mundo, é possível saber a origem deste café.

“O consumidor pode entrar na internet, digitar o código de barras e aparece na tela de onde aquele café veio, ou aquela mescla, aquele blend, porque o café sempre é tomado de uma forma geral em blends, quais são os países que compuseram aquele blend e quais são as fazendas envolvidas nesse processo”, comenta Eduardo O consumidor europeu, asiático, americano quer o café certificado, ao entrar na internet pra checar a origem do produto poderá se assegurar também de uma coisa que não está no código de conduta como exigência, mas como recomendação, para o cafeicultor não esquecer suas tradições.

O incentivo à valorização dos costumes tem trazido um novo sentido para as rezas, os encontros familiares. É o mundo lá fora reconhecendo o produto e o modo de vida deste cantinho de serra. E respeitar e ser respeitado é sempre motivo de festa.

No Brasil, além de São Paulo, estão tocando esse projeto em Manhuaçu, Minas, e Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo. A idéia é a de que, numa segunda etapa, esses grupos ganhem vida própria formando associações ou cooperativas para a venda do café certificado.

As informações partem do Globo Rural.

Fonte: Café e Mercado
Sem esquecer que o projeto é desenvolvido em país Africano, requer muitos estudos na questão de acessibilidade e conciencia e respeito a quem se dirige.

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