quarta-feira, 3 de novembro de 2010

"vamos fazer um mundo mais do nosso jeito"

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Sandro Silva
antropologias.blogspot.com

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"vamos fazer um mundo mais do nosso jeito"



A maneira de cercear direitos a acesso ao contrato aprendiz e um motivo para sumirem com o acesso ao provão, exame de suplência de ensino médio e fundamental a qual as pessoas passam fazendo provas e não sem saber como os gestores falam. Parabéns aos que vêem o desenvolvimento de suas gestão tão bem praticado na retirada de direitos que impedem acessos e possibilita através dos só com diploma de escolaridade acessar vagas de emprego e os famosos cursinhos caros exigidos a aquela função.

*http://cadaminuto.com.br/blog/raizes-da-africa*

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*Gurgumba, o quilombo localizado no município de Viçosa, Alagoas é rasgado
pela arquitetura da não existência.

Chama atenção a forma desordenada de convivência entre os trilhos de trem,
pálidos casebres de taipa e crianças- órfãs do espaço das brincadeiras
infantis. Os trilhos são os companheiros do faz-de-conta das invisíveis 80
crianças quilombolas de Gurgumba.
Os trilhos de Gurgumba transportam o açúcar, o ouro da cana e empobrecem a
riqueza da história de um povo.

As 80 crianças de Gurgumba não tem trilhos que as leve para a escola. Vão em
grupos. Não vão de trem. O trem dos trilhos de Gurgumba transporta o ouro da
cana. Não transportam crianças. Elas vão em grupo, quase em bando. Uma
maiorzinha de 10 ou 12 anos “vigia” os mais novos.

As crianças de Gurgumba que vão em grupo para a escola, pois, o trem
prioritariamente, carrega o ouro da cana, têm que suportar nos ombros, ainda
frágeis, o peso de serem quilombolas.
Como não tem estradas que as tirem do confinamento do analfabetismo as
guerreiras mirins atravessam o matagal e vão à caça das letras, na escola,
no centro de Viçosa.
A infância das 80 crianças de Gurgumba pede atenção. Infância rima com
desenvolvimento humano.

O desenvolvimento humano das crianças de Gurgumba tem mobilidade reduzida.
Falta espaço de crescimento.

Banhado pelo Rio Paraíba, o quilombo de Gurgumba, vive em um oceano de
necessidades.
A infância das crianças de Gurgumba sofre com o humor das águas. Elas
basicamente moram entre os trilhos que transportam ouro e a violência do
Paraíba no local.

As 80 crianças em Gurgumba têm a pele manchada pelo descaso com a infância.
Feridas de difícil cicatrização.

As crianças do quilombo de Gurgumba são subcidadãs alagoanas, apesar de
Zumbi..

E chegou novembro, o Mês da Consciência Negra.

As crianças quilombolas de Gurgumba não têm muito para comemorar.

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