sábado, 2 de janeiro de 2010

Os aviões serão usados em favelas do Rio e de SP

Avião não tripulado vai monitorar favelas

Nova aeronave da PF dispensa piloto, é comandada à distância e permite
identificar uma pessoa a 10 mil metros de altitude, Comprado de empresa israelense, Heron, que é capaz de visualizar até embarcações submersas, vai monitorar Amazônia*


ROBERTA DE ABREU LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

A primeira aeronave não tripulada da Polícia Federal -a ser utilizada tanto
na vigilância da Amazônia quanto no sobrevoo a favelas- está próxima a
entrar em operação. Faz parte da frota de 15 aviões controlados à distância,
comprada em outubro da empresa israelense IAI (Israel Aerospace Industries)
por R$ 345 milhões.
O Heron, modelo adquirido pelo governo brasileiro, é usado atualmente por
órgãos de defesa de países como EUA, Canadá, Índia e Turquia. No Brasil,
esses aviões -cujo nome técnico é Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado)- serão
usados pela PF para mapear e monitorar todo o território nacional.
O Heron pode ser comandado por um piloto em terra, que fica numa base a até
mil quilômetros de distância, ou voar em missões pré-programadas. Decolagem
e pouso são automáticos. Cada aeronave é dotada de aparelhos que permitem
captar imagens em alta resolução mesmo quando está a 10 mil metros de
altitude. Pessoas, automóveis e até as informações de um crachá podem ser
visualizados com nitidez. "A nova frota será uma ferramenta estratégica para
combater crimes que vão desde o tráfico de drogas até o desmatamento da
Amazônia", diz o delegado Alessandro Moretti, diretor do Centro de
Inteligência da PF.
Além de monitorar a entrada de drogas e armas na fronteira, os aviões serão
usados em favelas do Rio e de SP. Fornecerão à polícia um mapa detalhado
desses lugares e poderão servir de apoio em incursões em morros, munindo os
soldados de informações sobre a movimentação dos traficantes sem que nenhum
deles precise se arriscar sobrevoando uma área conflagrada em um
helicóptero.
Em regiões muito extensas e de difícil acesso, como a floresta amazônica, a
aeronave poderá identificar invasões de áreas indígenas e focos de
desmatamento ilegal. O Heron tem autonomia para voar 36 horas e é capaz de
visualizar túneis e embarcações submersas. Seus sensores permitem que ele
opere à noite e em condições climáticas desfavoráveis. Mas o avião não
tripulado também tem risco de acidente. Aeronaves como a americana Predator
já precisaram ser abatidas no ar, por estarem descontroladas. A maioria dos
acidentes envolve erros de operação dos pilotos em terra. Falhas técnicas e
choque com objetos, como antenas, também são comuns.
No Brasil, equipe da PF passou por treinamento no exterior para a operação
dos aviões que começam a chegar.

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