segunda-feira, 7 de junho de 2010

A primeira usina solar do país

| 20/04/2010 |


Com investimentos em energia voltados para projetos de termelétricas a carvão, a empresa MPX, do Grupo EBX, inicia, no próximo mês, a construção da primeira usina de energia solar comercial do país.


Com investimentos em energia voltados para projetos de termelétricas a carvão, a empresa MPX, do Grupo EBX, inicia, no próximo mês, a construção da primeira usina de energia solar comercial do país. O empreendimento da companhia de Eike Batista é um dos 71 que receberam autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no primeiro leilão exclusivo para energia solar realizado no país, no fim do ano passado. Os outros ainda não começaram a construir.
O local escolhido pela MPX para a construção da usina foi o município de Tauá, no Estado do Ceará. O estado foi escolhido porque, além de ter uma grande incidência de raios solares, o governo do Ceará dá um alto incentivo fiscal para os empreendedores.

Atitude que, por sinal, tem atraído muitas outras empresas para o estado. A MPX tem autorização da Aneel para implantar um projeto de geração solar de 50 MW, que serão ligados ao sistema elétrico nacional.
Mas a primeira fase do projeto, que vai funcionar como piloto, prevê a instalação de apenas 1 MW.

Segundo o diretor de Novos Negócios e Meio Ambiente da MPX, Paulo Monteiro, a empresa quer testar o novo negócio perante o mercado, antes de ampliar o investimento: — A energia solar está dentro do projeto de diversificação de negócios da MPX. Estamos estudando como ela é viabilizada em países que obtiveram sucesso com projetos semelhantes e encaramos essa matriz como uma opção para o futuro, não só para o meio ambiente, mas para os resultados dos negócios também. Vamos esperar a demanda se consolidar, para aumentar os investimentos na área.
Mas já estamos colocando o produto na praça, para acelerar essa atividade econômica.

E o Estado do Ceará está saindo na frente, com uma legislação específica, que dá apoio aos empreendedores — disse Paulo, acrescentando que o projeto vem na esteira de um novo planejamento da empresa, que, frente às exigências e possibilidades de mercado, começa a apostar em novos negócios e promete manter um percentual de 10% de matriz energética limpa.

Apesar de ter anunciado a meta dos 10% de investimentos em energia renovável, a MPX ainda não definiu, no entanto, um prazo para atingir esse percentual. Hoje, os projetos da empresa (todos ainda em processo de construção) trabalham com 100% de energia fóssil. No Brasil, cerca de 60% do total de energia consumida é de matriz limpa, majoritariamente hidrelétrica, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Para Monteiro, os altos custos de instalação e comercialização da energia solar são os principais entraves para que a empresa amplie o investimento.

Só a primeira fase do projeto está orçada em R$ 12 milhões. Serão 4.400 placas solares, para gerar 1 MW, o que seria suficiente para atender cerca de 850 domicílios brasileiros.

Para o diretor, o maior objetivo da MPX é complementar a matriz brasileira. Por isso, segundo ele, a empresa está iniciando investimentos em energia solar e eólica, além de termelétricas a carvão. Mas, segundo Monteiro, a empresa tem apostado em pesquisas para reduzir as emissões, inclusive por meio da captura do carbono no final do processo, já que usinas movidas a carvão são responsáveis por altos níveis de emissões de CO2: — São tecnologias caras, mas de altíssima eficiência.

Todo mundo está pesquisando como capturar, porque é necessário. Assim como é necessário fazer investimento em renováveis, para não ficar para trás.

A primeira parte do projeto terá dois hectares de terra só de espelhos solares. A previsão é que a usina entre em operação até o final de 2010.



FONTE: O Globo

Nenhum comentário: