Dois rapazes foram baleados na madrugada deste sábado por policiais da UPP do Morro de São Carlos, no Estácio, numa suposta troca de tiros com traficantes. O caso aconteceu no Bar do Xangô, na Travessa da Capela, por volta das 2h. Segundo moradores e parentes das vítimas, os PMs teriam aberto fogo contra o grupo, dizendo que haveria bandidos no local.
Wallace Araújo, de 19 anos, teve o joelho direito estraçalhado por um tiro de fuzil. Ele também foi atingido de raspão na barriga, nos braços e na outra perna. Além dele, Eduardo de Souza, também de 19, foi baleado no peito. Naquele momento, havia cerca de 40 pessoas no bar, que pertence à família de Wallace, que atendia clientes na hora.
Na 6ª DP (Cidade Nova), o inspetor Ferreira informou que houve tiroteio entre PMs e traficantes perto do bar. Wallace foi levado para o Hospital Central da PM, no Estácio, e transferido para o Souza Aguiar. Eduardo está na mesma unidade.
— Um sargento nos pediu desculpas, que foi um mal-entendido. Esses policiais nos tratam como marginais. Meu sobrinho nem teve direito de se explicar. Do jeito que foi, poderiam ter atingido uma criança — reclamou Joel Araújo, de 48, tio de Wallace.
— Quase perdi meu filho. Ele está desesperado e não entendeu ainda o que aconteceu. Ele trabalhava na hora, catando os cascos de cerveja. No hospital, ele dizia “Mãe, por que isso acontecu comigo?" — disse, aos prantos, a me do jovem, Gilma Araújo, de 49.
Segundo a Secretaria estadual de Segurança (Seseg), os dois homens correram após perceberem a possibilidade de abordagem de uma patrulha de policiais da UPP, que fazia procedimento rotineiro. Os policiais começaram a perseguir os dois após eles terem se recusado a parar. Ainda de acordo com Seseg, um dos policiais atirou após ter escutado tiros. A secretária informou que foram encontradas nove cápsulas de calibre 45 e duas de calibre 40, estas compatíveis com a arma do policial que atirou. Esta arma foi recolhida e, neste momento, as investigações estão em curso a cargo da Polícia Civil. Os rapazes não correm risco de vida.
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