Cerca de 300 moradores do Jardim Oratório, em Mauá, aguardam a indenização
dos imóveis desde o início das obras de extensão da Avenida Jacu-Pêssego, há
dois anos, e cobram posição da empresa responsável pela obra.
Para realizar o prolongamento da via, a Dersa (Companhia de Desenvolvimento
Rodoviário S/A) precisou remover cerca de 2.000 famílias. Parte dos
moradores resistiu, por conta do baixo valor indenizatório, e continua no
local.
"Não sabemos o que irá acontecer com a gente. Já cansamos de pedir uma
solução. A Dersa não responde e estamos sem saber o que fazer. Não podemos
sair do dia para a noite, precisamos de prazo", disse a dona de casa Maria
Aparecida Moraes, 23 anos.
A lider comunitária do Jardim Oratório, Nilza Gomes Auricchio, 55, afirmou
que as pessoas já indenizadas saíram prejudicadas. "Houve caso da Dersa
pagar R$ 255 em uma casa. Os valores foram muito baixo. Por isso, essas
familias resistiram. Por não ter condições de comprar um imóvel com o que
ofereceram."
A extensão da Jacu-Pêssego até a Avenida Ragueb Chohfi, em São Mateus, na
Zona Leste da Capital, é um complemento ao Trecho Sul do Rodoanel.
Questionada pela segunda vez em menos de 15 dias sobre as indenizações, a
Dersa não se pronunciou.
*Casal garante que obra da da Dersa ‘rachou'' imóvel*
Os proprietários de uma casa localizada no bairro Recreio da Borda do Campo,
em Santo André, cobram providências da Dersa quanto ao ressarcimento dos
prejuízos causados pelas obras do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas. A
estrutura do imóvel está comprometida e não há condições de a família
continuar vivendo ou alugar a residência.
Os empresários Glberto Silva, 52 anos e Ivone Gonçalves, 48, demoraram mais
de uma década para construir a casa dos sonhos. O imóvel é o mais belo da
Rua Caturrita, com piscina e um extenso jardim. Segundo o casal, o imóvel
foi avaliado pela Dersa em R$ 453 mil, mas não entrou na lista das
residências que seriam desapropriadas.
Hoje, o imóvel apresenta diversas rachaduras nos muros e na piscina, além da
estrutura da casa ter sido abalada. "Está visível que a casa saiu do prumo.
Não podemos morar, Gastamos quase R$ 1.000 por mês para manter a casa para
ninguém invadir. Era o nosso lar, a nossa vida."
Questionada, a Dersa não respondeu até o fechamento desta edição.
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