Violência Policial
PM executa jovem em Minas Gerais
PM executa jovem em Minas Gerais
A casa do jovem foi invadida por militares e Alex de Faria Diniz executado a tiros
27 de dezembro de 2011
27 de dezembro de 2011
Um sargento e três soldados da Polícia Militar são suspeitos de invadir a casa de Alex de Faria Diniz, de 19 anos, no Bairro Lindeia, Minas Gerais, e executar o jovem a tiros.
Os militares tentam aplicar o velho truque de que a morte ocorreu durante uma “troca de tiros”, no entanto a família contesta. Os parentes do jovem afirmam que a morte é por vingança.
Os policiais ainda afirmaram que o rapaz andava armado e teria feito a esposa e o filho de 6 meses reféns em casa, por isso foi necessária a ação da PM. Os agentes foram presos e ouvidos depois da ocorrência, e, nesta segunda-feira, 26, foram presos.
Contudo, a versão da família é bem diferente. Os parentes não acreditam na história de troca de tiros e contam que Alex se envolveu em uma discussão com um dos policiais, por isso foi morto por vingança. A tia de Alex, Silvana Faria Silva, disse que “na última terça-feira o sobrinho brigou com um militar dentro de um supermercado enquanto fazia compras com a esposa e o filho de 6 meses”.
Durante a briga, o policial ameaçou Alex de morte. Dias depois, esse mesmo militar foi até a casa da vítima, na companhia de outros colegas, e atirado no carro do rapaz. No sábado o agente voltou à casa de Alex, à paisana, e invadiu violentamente a residência dando um tiro no cadeado do portão.
O jovem foi executado durante esta última intervenção militar. A casa foi totalmente revirada. O policial e dois colegas atiraram em vidraças e portas. Um deles disparou contra Alex que foi amarrado em um lençol e arrastado para uma viatura. Conforme relatos dos familiares, depois de ser levado no carro da PM a família recebeu a notícia da morte. Parentes alegam que até a esposa de Alex foi agredida e levada pelos policiais. O bebê, filho do casal, assistiu à toda agressão policial.
Desolada, a mãe de Alex lembrou que o filho almoçou com ela um dia antes da morte. Ela pediu Justiça e investigação do crime, e que todos os policiais envolvidos fossem presos.
Troca de tiros, o argumento para o extermínio do povo negro
A “troca de tiros”, os autos de resistência e resistência seguida de morte são os principais argumentos usados pela polícia para continuar a matança de pobres e negros.
São institutos criados pelo dito Estado Democrático de Direito que permitem que policiais se defendam em processos claros de execução sumária. Especialmente porque os policiais são os que ficam vivos após essas ocorrências, podendo modificar toda a cena do crime e alterar as provas do mesmo.
Os números, mesmo que subnotificados, demonstram que está em andamento o extermínio da população negra e pobre promovido pelas forças policiais constituídas.
Tendo em vista que a autoridade que deveria trazer paz e segurança é justamente a que mais mata, devemos levantar a plataforma de luta pela dissolução das polícias, pelo direito de autodefesa do povo negro, bem como lutar contra a campanha do desarmamento, que visa acabar com qualquer resistência do povo perante essas execuções.
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