Projeto Jari
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Projeto Jari é o nome de um grandioso empreendimento existente às margens do Rio Jari, para a produção de celulose e outros produtos, que teve início em 1967.
O projeto foi idealizado pelo bilionário norte-americano Daniel Keith Ludwig.[1] Ele mandou construir uma fábrica de celulose no Japão,[2]na cidade de Kobe, usando tecnologia finlandesa da cidade de Tampere, foram construídas duas plataformas flutuantes com uma unidade para a produção de celulose e outra para a produção de energia. A unidade de energia produzia 55 megawatts e era alimentada por óleo BPF a base de petróleo com opção para consumo de cavacos de madeira.
[editar]Histórico
Ludwig adquiriu em 1967, na fronteira entre os estados do Pará e Amapá (então Território Federal) uma área de terra de tamanho pouco menor que a do estado de Sergipe,[3] ou equivalente ao estado norte-americano do Connecticut,[4] para a instalação do seu projeto agropecuário. Ao longo do programa de instalação, enfrentou as desconfianças das autoridades da Ditadura, e também dos integrantes das chamadas esquerdas, que temiam pela soberania brasileira sobre a área inabitada de florestas onde o Jari seria instalado.[3] A "ameaça" rendeu, em 1979, a criação de uma CPIpara "apurar a devastação da floresta amazônica e suas implicações"[5] Entretanto, o relatório da Comissão não faz qualquer alusão direta a este projeto.[6]
A área adquirida por Ludwig fez com que fosse provavelmente o maior proprietário individual de terras no Ocidente.[7] A grandiosidade do Jari acentuava-se por ser a região totalmente desprovida de qualquer infraestrutura; foi necessária a construção de portos, ferrovia e nove mil quilômetros de estradas.[3] Ali Ludwig planejava instalar um projeto de reflorestamentocom árvores de crescimento rápido[gmelina}, antevendo o aumento da necessidade mundial por celulose. Além disto, pretendia estender as atividades para a mineração, pecuária e agricultura, atraindo críticas de ambientalistas.[4]
Uma usina termelétrica e a própria fábrica de celulose foram rebocadas do Japão, num percurso de 25 mil quilômetros, que durou 53 dias a ser concluído. Além das instalações, todo o projeto ocupava uma área de 16 mil km², a construção de uma cidade - Beiradão - para a moradia dos trabalhadores, além de hospital e escolas na sede, chamada Monte Dourado.[3] A fábrica e implementos custaram em torno de 200 milhões de dólares. Em 1982, ano de sua venda, a população do Jari alcançou a marca de trinta mil habitantes.[4]
Neste ano, sem apresentar resultados, Ludwig abandonou o projeto.[3] As negociações envolveram o homem forte do regime militar, general Golbery do Couto e Silva, e cogitou-se na venda para o Banco do Brasil, para um pool de empresas e para o empresário Augusto de Azevedo Antunes. Até o começo dos anos 1980 Ludwig declarava haver gasto no Jari 863 milhões de dólares, atualizados em 1981 para 1,15 bilhão.[4]
No ano 2000 passou a ser controlado pelo Grupo Orsa, de modo que a Jari Celulose não somente tornou-se economicamente viável, como também mostrou-se sustentável, recebendo certificação em 2004 pelo Forest Stewardship Council.[3]
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