Violência
Morte de negros aumenta e de brancos diminui nos últimos oito anos
A quantidade de vítimas brancas teve queda de 27,5% entre 2002 e 2010; e o aumento de vítimas negras foi de 23,4% no mesmo período
15 de dezembro de 2011
http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=34251
De acordo com o Mapa da Violência de 2012, desde 2002 o número de homicídios envolvendo a população branca vem diminuindo, enquanto por outro lado ocorre um aumento de assassinatos da população negra.
A quantidade de vítimas brancas caiu 27,5% entre 2002 e 2010. Contudo, no mesmo período o número de vítimas dentro da população negra aumentou de 26.952 para 33.264, aumento de 23,4%. Para o autor do estudo, Julio Waiselfisz, a privatização da segurança pública no Brasil ajuda a aumentar essa diferença.
“É um fato preocupante porque a tendência está aumentando. Nossa mídia veicula o que acontece em famílias abastadas e há uma preocupação dos órgãos de segurança com isso. Mas ninguém noticia que morreram dois negros em uma favela, a não ser que seja uma chacina”, afirma Waiselfisz
Seguindo o mesmo parâmetro de extermínio racial, em 2002, proporcionalmente, morreram 45,8% mais negros do que brancos. Em 2010, foram 139% mais negros assassinados do que brancos, ou seja, muito mais do que o dobro em um período de oito anos.
Os cinco Estados onde há o maior número de homicídios de negros, em comparação com os homicídios de brancos são Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Distrito Federal e Sergipe, todos com taxas acima de 50 assassinatos por 100 mil negros.
Atuação da polícia aumenta estatísticas
Segundo o último estudo do Ministério da Saúde sobre mortalidade causada por força policial, e com base nas ocorrências registradas nas secretarias de Segurança Pública do Rio de Janeiro e São Paulo, a polícia brasileira mata quase 1.700 pessoas por ano.
As autoridades de São Paulo junto com o Rio respondem por praticamente 80% dos assassinatos cometidos por policiais no Brasil que chegam aos registros oficiais.
Só em 2010 foram ao menos 1.791 pessoas executadas por homens fardados. Um dos casos mais notórios foi Juan Morais, de 11 anos, executado em 20 de junho a tiros de fuzil disparados por policiais militares na favela Danon, Nova Iguaçu, conforme mostraram as investigações.
Devemos levar em consideração o número de “desaparecidos”, que, só no Rio de Janeiro, em 2008, foram mais de cinco mil, e, assim como nos assassinatos cometidos pela polícia, a grande maioria é negra.
Não se deve encarar a força policial e o massacre racial por ela cometido como um fato isolado. A polícia corresponde ao braço armado do Estado em defesa do governo constituído, de maneira que os números revelam que existe um plano de extermínio racial determinado pelos governos estaduais em conluio com o próprio governo petista de Dilma Rousseff, que, demonstrando tal fato, é o grande defensor da política repressora das Unidades de Polícia Pacificadora.
Os números demonstram que está na ordem do dia a dissolução das polícias, a construção de organizações populares para a autodefesa e segurança, bem como a defesa do armamento da população, que assim poderá resistir às ofensivas covardes da polícia, feitas principalmente por grupos de extermínio.
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