quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Barbárie: PM usa cassetete e gás pimenta contra manifestantes

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Barbárie: PM usa cassetete e gás pimenta contra manifestantes

Atualizado em 08 de fevereiro de 2010 às 19:32 | Publicado em 08 de
fevereiro de 2010 às 18:01

*por Conceição Lemes*

Moradores da região do Pantanal reuniram-se hoje às 14hs em frente á
Prefeitura de São Paulo para protestar contra o descaso do poder público em
relação às inundações. Afinal, há 60 dias estão vivendo com casas e ruas
alagadas. Segundo a PM, eram 200 manifestantes; para representantes de
movimentos populares, cerca de 400.

“Uma grade separava os manifestantes da sede da Prefeitura. Como havia uma
brecha, as pessoas foram entrando. A PM, para aumentar a área de proteção do
prédio , resolveu fechá-la e empurrar a grade, para afastar mais os
manifestantes”, relata o jornalista Leonardo Fuhrmann. “As pessoas já
estavam recuando. Aí, começou uma discussão tremenda. A PM partiu para a
porrada: desceu o cassetete e lançou spray de gás pimenta a torto e a
direito.”

“De repente a PM partiu com tudo para cima da gente”, reforça a historiadora
e blogueira Conceição Oliveira. “O povo totalmente desarmado. No meio havia
crianças, idosos. Foi uma verdadeira barbárie. Uma prova de que o poder
público está devendo mesmo.”

“O Simão Pedro [deputado estadual do PT] e Carlos Zaratini [deputado federal
do PT] tentaram conversar com a PM”, acrescenta Leonardo. “A policia não deu
a menor bola, ainda jogou gás pimenta na cara deles”

O mesmo aconteceu com os vereadores Jamil Murad (PCdoB) e Zelão (PT) e
muitos manifestantes. Conceição e Leonardo, que estavam ali como cidadãos,
filmando e fotogrando o ato, também sofreram na pele os efeitos do gás
pimenta.

“Jogarão em cima de mim. Parece queimadura de panela. Pegou o meu braço, o
meu olho”, conta Conceição. “Não havia água no local. Uma pessoa teve de me
ajudar a ir até uma farmácia para comprar água e uma pasta d’água pra ver se
aliviava. Comecei a vomitar, não enxergava nada.”

“Eu tomei gás pimenta direto na cara”, observa Leonardo. “Além de arder
demais, fiquei sem enxergar. A vista ficou embaçada até agora.”

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