quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Expansão da educação profissional

Maués, Zé Doca, Piripiri, Ipanguaçu, Formiga, Camaquã, Birigui e Ouricuri são pequenas cidades espraiadas, quase perdidas, pelo imenso território nacional. Desde 2005, o governo federal vem lançando sobre cidades pequenas assim - além de outras médias e grandes - as teias da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. São mais de 214 pontos ligados no novo mapa do ensino técnico do Brasil, que deverá estar totalmente redesenhado até 2010.

Nestes locais, são abertas as portas para que jovens se capacitem ao encontrar seu primeiro emprego e adultos aperfeiçoem suas carreiras. Considerado o elo frágil da escola brasileira, o ensino médio é a etapa da educação básica em que ocorre maior evasão, segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação. Além disso, menos de 30% dos jovens de 18 a 24 anos chegam ao ensino superior. Sem perspectivas de ingressar em um curso superior, muitos abandonam as salas de aula. Mas, em cursos técnicos, a evasão é mínima, informa o MEC. E a empregabilidade após o curso é de quase 100%. Com a educação profissional, o jovem deixa o ensino médio pronto para o mercado de trabalho.

Expansão histórica - Recebendo atenção prioritária do governo, a rede federal de ensino profissional vive hoje a maior expansão de sua história, desde que o presidente Nilo Peçanha criou, em 1909, as 19 escolas de Aprendizes e Artífices que mais tarde dariam origem aos primeiros centros federais de educação profissional e tecnológica, os Cefets. Nos 92 anos seguintes, até 2002, seriam construídas apenas 140 escolas técnicas em todo o País.

Para complicar a situação do ensino técnico brasileiro, em 1998 foi instituída a lei 9.649/98, barrando a criação de escolas técnicas federais. Essa situação só começou a mudar em 2005, quando o governo alterou a referida lei. A partir daí, nos últimos sete anos, o MEC entregou à população mais de 75 unidades das 214 inicialmente previstas no plano de expansão da rede federal de educação profissional. Somente em 2009 serão 100 novas escolas técnicas. Vinte já foram entregues neste ano. A expectativa do governo é de superar a meta de 354 unidades até 2010. Trata-se de uma verdadeira revolução no setor.

Do básico ao doutorado - Além disso, outras escolas foram federalizadas. Assim, a rede não está somente sendo ampliada, como também reformulada, para que as escolas atuem de forma mais abrangente. Os cursos foram estruturados de maneira a criar um itinerário formativo: o aluno agora pode entrar no curso técnico e chegar até a um doutorado, passando pela graduação.

Tudo é feito para que o jovem e o trabalhador possam continuar estudando. Com esse apoio, os brasileiros estão descobrindo as vantagens dos cursos superiores de tecnologia, a chamada graduação de curta duração, que não leva mais de dois anos e oferece grandes possibilidades profissionais. A rede, que tinha apenas 80 mil alunos em 2002, hoje tem 215 mil e chegará a 500 mil até 2010.

Com esse objetivo, desde dezembro de 2008, 31 centros federais de educação tecnológica (Cefets), 75 unidades descentralizadas de ensino (Uneds), 39 escolas agrotécnicas, 7 escolas técnicas federais e 8 escolas vinculadas a universidades deixaram de existir para formar os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Hoje, existem 38 Institutos Federais, presentes em todos estados e oferecendo ensino médio integrado, cursos superiores de tecnologia e licenciaturas, além de forte inserção na área de pesquisa e extensão, mestrado e doutorado.

Referência nacional - As escolas são referência nesta modalidade de ensino, tanto que muitos de seus alunos alcançam as primeiras colocações em avaliações nacionais, segundo do Ministério da Educação. "O Brasil parou de copiar outros países e criou sua própria proposta para o ensino profissional. Não existem institutos como esses em nenhum lugar do mundo", afirma Eliezer Pacheco. "Na França e em Portugal há institutos politécnicos, mas eles atuam apenas no ensino superior, como os antigos Cefets", acrescenta ele.

Todas as unidades em obras serão concluídas até 2010. O MEC está investindo R$ 1,1 bilhão na expansão da educação profissional. Em 2010 o número de escolas ultrapassará as 354 unidades previstas. Serão 500 mil vagas em todo o Brasil. "É o governo brasileiro reconhecendo a necessidade de investir em educação profissional, em um País que tem importância crescente no mercado mundial", lembra Eliezer Pacheco.

Links
http://portal.mec.gov.br/redefederal/

Proeja
O programa tem como princípio educativo o trabalho, a partir da formação profissional com escolarização para jovens e adultos.

Os cursos oferecidos são:

1- Educação profissional técnica de nível médio com ensino médio, destinado a quem já concluiu o ensino fundamental e ainda não possui o ensino médio e pretende adquirir o título de técnico.

2- Formação inicial e continuada com o ensino médio, destinado a quem já concluiu o ensino fundamental e ainda não possui o ensino médio e pretende adquirir uma formação profissional mais rápida.

3-Formação inicial e continuada com ensino fundamental (quinta a oitava série ou sexto a nono ano), para aqueles que já concluíram a primeira fase do ensino fundamental. Dependendo da necessidade regional de formação profissional, são, também, admitidos cursos de formação inicial e continuada com o ensino médio.

A expectativa é abrir 60 mil matrículas com um investimento de R$ 398 milhões até 2011. Em 2008, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica matriculou 9.141 alunos em cursos do Proeja, num investimento de R$ 20,9 milhões. Com a adesão dos sistemas estaduais e municipais, a meta estimada de matrículas para 2009 é de 40 mil.

Felipe De Angelis
Coordenador de Comunicação
SETEC/MEC
(61) 2104-9985, 2104-8646 e 9943-3875

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