Bolsa família, distribuição de renda e emprego para a classe media.
http://chicaodoispassos.blogspot.com/2009/10/bolsa-familia-distribuicao-de-renda-e.html>
É incrível como a classe média acredita piamente que programas como o Bolsa
Família, aumento real do salário mínimo, PRONAF e outros que fazem *o
dinheiro chegar aos mais pobres* NÃO TEM NADA A VER COM ELA.
É muita ignorância pensar assim.
*Na realidade os grandes beneficiados da distribuição de renda é a classe
média.*
Eu presenciei uma discussão totalmente esquizôfrenica. O pai de classe
média, cujo filho foi contratado para trabalhar depois que uma indústria
AUMENTOU sua produção dizia:
- "Bolsa Família é coisa de malandro".
Depois disse:
- "para mim, aumento de salário mínimo não conta nada. Eu não ganho salário
mínimo".
Quando chegou o rapazinho recém formado e recém contratado o pai se mostrou
todo orgulhoso do filho.
Perguntei sobre o emprego, sobre a empresa e os produtos. E... o rapaz disse
que a empresa estava "mirando" na classe C, D e E.
Qualquer besta entende que a EXPANSÃO da empresa que possibilitou a *
contratação* do filho do sujeito SÓ ACONTECEU PORQUE A EMRPESA CONSEGUIU
NOVOS CONSUMIDORES.
O pai é uma besta. Uma besta que vota, infelizmente.
Pelo menos o filho estava mais consciente de que o EMPREGO DELE É FRUTO DA
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA.
O filho vai ganhar dinheiro, vai ao dentista, tem plano de saúde, está
estudando inglês, foi fazer turismo em Monte Verde, vai ao cinema, compra
roupa e vai a restaurante. TUDO ISTO É O DINHEIRO DA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
CIRCULANDO PELA SOCIEDDAE GERANDO MAIS EMPREGO.
Será que o dono do hotel em Monte Verde que hospedou o recém-contratado sabe
que seu hóspede é FRUTO do Bolsa família e de todos estes programas de
distribuição de renda?
Manchete de jornal:
*Gasto do brasileiro nos supermercados sobe em todas as classes de renda*UOL
É isso aí.
Quem pensa e reflete vive melhor e pode ter gratidão.
Depois da conversa que tivemos TALVEZ o pai tenha começado a valorizar o
Bolsa Família e entender a importância crucial da distribuição de renda.
Se fizer isto poderá cultivar a gratidão. Sua vida será melhor, com certeza.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Expansão do Bolsa-Família elevou PIB em R$ 43,1 bilhões, indica estudo
.
Economista e aluno do Insper pesquisaram efeitos do projeto na economia dos municípios entre 2004 e 2006
Fernando Dantas, RIO
A expansão do valor total dos benefícios pagos pelo Bolsa-Família entre 2005 e 2006, de R$ 1,8 bilhão, provocou um crescimento adicional do PIB de R$ 43,1 bilhões, e receitas adicionais de impostos de R$ 12,6 bilhões. Esse ganho tributário é 70% maior do que o total de benefícios pagos pelo Bolsa-Família em 2006, que foi de R$ 7,5 bilhões.
Essas estimativas estão num estudo recém concluído dos economistas Naercio Aquino Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas (CPP) do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), antigo Ibmec-São Paulo, e de Paulo Henrique Landim Junior, aluno da graduação do Insper.
O objetivo do trabalho era investigar os efeitos do Bolsa-Família – que hoje atinge 12,9 milhões de famílias – na economia dos municípios. Os pesquisadores investigaram 5,5 mil municípios nos anos de 2004, 2005 e 2006. Os dados utilizados foram o PIB, a população e a arrecadação de tributos nos municípios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e os desembolsos do Bolsa-Família, do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
A partir dessa base, Menezes e Landim empregaram métodos estatísticos para calcular o impacto na economia municipal de aumentos dos repasses do programa per capita – os repasses divididos pela população do município (e não pelo número de beneficiários). A conclusão foi de que um aumento de 10% no repasse médio per capita do Bolsa-Família leva a uma ampliação de 0,6% no PIB municipal no ano em que ocorre a expansão e no seguinte.
“O impacto pode parecer pequeno, mas quando analisamos os efeitos levando em conta os números absolutos do PIB, ele é bem grande”, diz Menezes.
A magnitude do efeito do Bolsa-Família no PIB ficou a clara quando os pesquisadores fizeram o que chamaram de “análise de custo-benefício”, tomando os anos de 2005 e 2006. Entre os dois períodos, os repasses do programa subiram de R$ 5,7 bilhões para R$ 7,5 bilhões, num salto de R$ 1,8 bilhão, ou de 30,34%. O valor médio do repasse em 2006 foi de R$ 61,97 por família, e o porcentual da população beneficiada foi de 36,4%.
Considerando-se a relação de 0,6% a mais de PIB para cada 10% a mais de Bolsa-Família, o aumento de 30,34% em 2006 significa um ganho no conjunto dos municípios – isto é, do País – de 1,82%. Aplicado ao PIB de 2006 de R$ 2,37 trilhões, chega-se ao PIB adicional de R$ 43,1 bilhões. Dessa forma, para cada R$ 0,04 de Bolsa-Família a mais, o ganho de PIB foi de R$ 1.
Menezes fez cálculos adicionais, levando em conta que a distribuição do aumento do Bolsa-Família de 2005 para 2006 não foi homogênea entre todos os municípios brasileiros, e obteve resultados muito parecidos.
Ele diz que aquele efeito explica-se pelo chamado “multiplicador keynesiano”, que faz com que um gasto adicional circule pela economia – de quem paga para quem recebe – várias vezes, aumentando a demanda bem mais do que o seu valor inicial.
A análise dos dois economistas permitiu avaliar também o impacto dos aumentos de repasses do Bolsa-Família nos diferentes setores da economia municipal. O maior efeito foi encontrado na indústria – para cada 10% a mais de Bolsa-Família, o PIB industrial aumenta 0,81%. Nos serviços, o impacto foi de 0,19%, enquanto na agricultura não foi registrado efeito significativo.
“É possível que a indústria tenha sido mais afetada por causa do aumento de consumo de energia elétrica, água, esgoto e gás das famílias pobres e extremamente pobres que recebem Bolsa-Família”, diz Menezes.
No caso da arrecadação municipal, o estudo indica que um aumento de 10% nos repasses leva a um aumento médio de 1,36%. Levando-se em conta o total de impostos gerados nos municípios em 2006, de R$ 304,7 bilhões, concluiu-se que o aumento de 30,34% do Bolsa-Família provocou uma alta de 4,1% na arrecadação, ou R$ 12,6 bilhões.
DO Jornal Oesp
Nota do Chicão:
Distribuição de renda é o melhor investimento que o governo federal pode fazer para ajudar a classe média.
Já escrevi sobre isto "dezenas" de vezes aqui no blog - pesquise usando o termo "classe média" e veja os textos que já publiquei.
O aumento do PIB é emprego e renda para todos, inclusive os mais ricos.
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