quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Homens e mulheres comprometidos nesta luta que não é recente. parabens

Prezadas e prezados...

Acredito que muitos de vocês já conhecem a mobilização das mulheres negras
que interferiu na organização do Seminário que está acontecendo na Academia
Brasileira de letras. Para aqueles que não conseguiram ter acesso aos fatos
que desencadearam esta mobilização.....estou repassando todos os emails que
trocamos para que possam perceber a que ponto chegamos......Aproveito para
parabenizar a todas e todos os que se colocaram publicamente para a
empresa Organizadora do Evento.

*Data: 21 de janeiro de 2011 13:31*

*DE : CAMILA SANTO (PELO FACE)*

*PARA: ADRIANA BAPTISTA*

*Adriana,*

*Se você não reconhece que o motivo de não haverem mulheres este ano na
programação de nosso seminário nada tem a ver com preconceito contra
mulheres negras, apesar de eu ter apresentado argumentos consistentes,
coerentes e objetivos.*

*Se continua apresentando argumentos políticos que nada têm a ver com a
atividade social de nossa empresa, ou com a proposta do nosso evento.*

*Se você e as pessoas que compartilham sua visão não enxergam que seminários
são oportunidades para debates. E preferem organizar discursos e direcionar
a sua divulgação às pessoas que não aquelas responsáveis pelo que chamam de
"episódio triste"...ao invés de pura e simplesmente dizerem o que pensam,
para as pessoas-chave, aproveitando o nosso convite para iluminarem os
organizadores do IV Seminário Inserção e Realidade, e o público interessado
pelo tema que estará presente na Academia Brasileira de Letras (um cenário
de honra)...*

*A única coisa que me resta é supor que a intenção de vocês não está
direcionada em ampliar a mente das pessoas de nossa sociedade quanto à
relação entre o movimento de valorização das mulheres negras e as reflexões
sobre afro-descendência, e sim reclamar por não terem sido pessoalmente
convidadas a compor o grupo de palestrantes.*

*Pois você fala em serem "muitas", de "organização", mas a única coisa que
vejo são algumas poucas pessoas apresentando informações erradas sobre nós
de forma bastante conveniente. Vocês falam em "manifesto", de "luta
incansável", mas não se propõem a divulgá-los nem para aqueles de quem
reclama. Você disse que havia recebido vários e-mails e que gostaria de me
enviá-los para que nos manifestassemos. Nós nos manifestamos, com toda boa
vontade e abertura de espírito, e nenhum e-mail foi enviado.*

*Respeito o trabalho de vocês, que conheço pouco, e imagino que os curadores
do evento também. Mas que tipo de mudança esperam promover com este tipo de
postura?*

*Sinceramente, de mulher para mulher, o mundo não gira com reclamações, o
mundo gira com mudanças de paradigmas. *

*Se querem realmente transformar as pessoas que poderiam ser seus futuros
aliados, e que são nacionalmente respeitadas, em inimigos ideológicos, que
união espera para o movimento negro no Brasil? Se houver um dia, pelo visto,
não será com a contribuição de vocês.*

*Desculpe, mas enxergo uma realidade diferente da sua e de suas
companheiras. A ND Comunicação se sente uma produtora cultural que promove a
mulher negra, e vocês, enquanto mulheres negras, estão simplesmente
inventando uma exclusão.*

*Repito, haverão novas edições. E dessa vez, pela última, convido-as a
ampliarem nossas mentes com ações efetivas, com informações corretas, e com
uma postura mais feminina.*

*Nós mulheres podemos ser excluídas, mas nós fazemos o mundo. Nós criamos os
homens machistas do jeito que são.*

*A mudança do paradigma da superioridade masculina sempre esteve em nossas
mãos. Enquanto nos defendermos, não teremos aliados e seremos esquecidas.
Porque todo ser humano, seja mulher ou homem deseja apenas se integrar. E
quem integra o mundo são as mulheres.*

*Por fim, o mundo é feito de homens e mulheres. Será excludente enquanto,
nós excluídas do poder, não o chamarmos de "nosso".*



*Por favor, mostrem o melhor de vocês, e de seus argumentos, pelo menos, a
quem é sensível a isso. Ou sua luta será eterna mesmo.*



*Eu paro por aqui com o diálogo, porque não me senti ouvida, nem como
profissional, nem como mulher, e nem como ser humano.*

* *

* *

*Data: 21 de janeiro 21:15*

* *

*Sra. Camila Santo,*

*Você diz:*

*"Pois você fala em serem "muitas", de "organização", mas a única coisa que
vejo são algumas poucas pessoas apresentando informações erradas sobre nós
de forma bastante conveniente. Vocês falam em "manifesto", de "luta
incansável", mas não se propõem a divulgá-los nem para aqueles de quem
reclama. Você disse que havia recebido vários e-mails e que gostaria de me
enviá-los para que nos manifestassemos. Nós nos manifestamos, com toda boa
vontade e abertura de espírito, e nenhum e-mail foi enviado.*

*Respeito o trabalho de vocês, que conheço pouco, e imagino que os curadores
do evento também. Mas que tipo de mudança esperam promover com este tipo de
postura?*

*Sinceramente, de mulher para mulher, o mundo não gira com reclamações, o
mundo gira com mudanças de paradigmas. "*



*Como já havia dito antes, "de mulher para mulher", somos muitas! De A a Z!*

*Espero que este diálogo tenha contribuído para a sua reflexão!*

*Atenciosamente,*

*Adriana Baptista*

*Data: 21 Jan 2011 16:59

*

Querida Adriana e demais,

Realmente, as pessoas muitas vezes se superam, não há nenhuma justificativa
para a total falta de respeito com as mulheres negras que ao longo de sua
existência contribuiram e resignificaram com seu trabalho, dedicação,
persistência,generosidade,austúcia cada pagina da vida de cada um de nós.
homens e mulheres negras.

A minha proposta vai no sentido que a Petrobras e as demais organizações que
realizaram este evento, realizem um novo Seminário. "Negras, Mulheres,
Palavras, Letras e Ações" para Além do dia 14 de Maio...Acredito que pode
ser uma atividade nos mesmos moldes deste Semininario AfroMacho.

No mais, no que for possível será um prazer poder contribuir...

Afro abraços

Deise Benedito

*Data: 21/01/2011 20:27*
* *

*Sra Camila Santo,*

*Sua indignação com o posicionamento das mulheres negras que protestam
contra o evento organizado** **por sua empresa evidencia, mais do que seu
desconhecimento sobre o feminismo negro, sua prepotência e arrogância por
se sentir questionada e critica em seu fazer profissional.*

*As pessoas erram, e as(os) organizadoras(es) desse evento erraram em
permitir a formatação de uma edição sem a participação de mulheres como
palestrantes. Isso significa pensar que vocês não identificaram
pesquisadoras a altura dos pesquisadores homens por voces convidados. E esse
fato não corresponde sequer com a realidade local do Rio de Janeiro, quanto
mais em nível nacional, onde facilmente identificamos expertas nos temas
proposto.*

*Você tenta desmerecer nossa reivindicação apontando a participação de
mulheres em edições passadas. E nessa edição, o que impediu a participação
de mulheres pesquisadoras?*

*Tanto no que se refere ao tema do evento quanto ao momento atual, e
inaceitável a não participação de mulheres, ainda que seja em uma única
edição.*

*Ao invés de tentar desmerecer a pessoa de Adriana Baptista - feminista que
não necessita de sua autorização para gritar o machismo e o racismo do mundo
- você deveria dialogar com sua equipe de trabalho e analisar o ocorrido.
Ainda há tempo de vocês, minimamente, realizarem um evento condizente com as
questões colocadas pelos movimentos negros.*

*Não espere que seus convidados-homens-palestrantes concordem com nossas
reivindicações. O machismo garante a eles privilégios que muitos não estão
dispostos a abrir mão.*

*O evento da forma como está organizado representa um atraso para as
discussões das relações raciais e de gênero em nossa sociedade. Desse modo
seguira sendo objeto de nossa crítica e repúdio.*

*Atenciosamente,*

*Eliane Cavalleiro*

*Coordenadora Relações Internacionais da Associação Brasileira de
Pesquisadores(as) Negros(as) - ABPN*

*Data: 21 de Janeiro de 2011, 21:36*

Prezada Eliane,

Mais uma vez endosso suas palavras pela objetividade dos argumentos com que
busca educar pessoas para que um dia entendam a profundidade do impacto do
racismo patriarcal em suas escolhas.

Ainda quem nem todas as mentes se abram para as mudanças que este século XXI
exige, acredito que estamos - continuaremos - fazendo nosso trabalho.

Creio esta empresa, como tantas, se beneficiarão deste diálogo, ainda que
num primeiro momento a posição defensiva lhes impeça de dar o passo seguinte
e exercer com responsabilidade (social? racia? de gênero?) o ofício que,
imagino, devem realizar com competência...Descobrirão (espero que em breve)
as vantagens e a generosidade da provocação que receberam da companheira
Adriana Batista.

E, para o bem daquilo que o futuro espera que deixemos como herança,
mudarão...

Quanto a nós, sim, seguiremos lutando. E, sempre que necessário, chamando
atenção para a inaceitável renúncia do que somos e significamos e a
violência embutidas e-ou jogadas sobre nós mulheres negras em muitas
tentativas de silenciamento impostas sob argumentos de uma
pseudo-cumplicidade "de mulher para mulher" (sic).

Um abraço afetuoso,

Jurema Werneck


*Data:** 22 de janeiro de 2011 14:56

*

Oi Adriana,

Fico contente q a corrente de adesão esteja num crescente deste a nossa
troca de emails. Aliás, endosso totalmente a carta da Eliane Cavallero, mas
confesso q não entendi: qual é a ação q está sendo proposta? O endosso da
referida carta?

Abs,

Angélica Basthi

*Data: 22 Jan 2011 15:45*

Angélica,



A ação já está em curso, e isso que já está acontecendo, mobilização,
protesto, apoio e tudo mais, agora, espera-se que isso resulte em coisas
concretas, dos homens comprarem também essa briga (estão mudos até agora),
principalmente os palestrantes (que podem não estar sabendo), é verdade. Não
estavam, agora já sabem poi eu tive o cuidado de copiar para todos os seis.



Quanto os organizadores cabe um pedido desculpas, mudar a composição das
mesas incluindo o sexismo na pauta das discussões e, se tiverem coragem, que
eu duvido, convidar para esse debate, algumas da mulheres que estão
protestando sobre esse assunto. Adriana Baptista por exemplo.



Isso melhora mas não resolve, temos que ser paranoicamente cuidadosos com
questões como sexismo e racismo. Qualquer vacilo nessas áreas precisam ser
tratados como coisas intoleráveis.





* *

*Data:** 22 de janeiro de 2011 18:18

*

Oi Gá. Estive viajando e não estou acompanhando a agenda de mobilização e
protestos. Bacana vc ter incluído os palestrantes convidados neste grupo de
emails.

De qualquer forma, seria tb bacana se a Adriana disponibilizasse o email da
pessoa organizadora do evento, a Camila.

Poderíamos tanto endossar a carta da Eliane ou cada um escrever seu
posicionamento como reforço das ações já em curso e enviar p/ esta senhora.


Um abraço,

Angélica

*Data:** 22 de janeiro de 2011 18:14

*

Amigas e amigos. Concordo com o protesto, embora seja apenas convidado a
uma das mesas. Proponho usarem o meu tempo de intervenção, não faço questão
de falar. Essa substituição pode ser combinada previamente com a organização
do evento ou, simplesmente, ser feita na hora. Um abraço e tomra que dê
certo. Joel Rufino.

* *

*Data:** 23 de janeiro de 2011 11:54

*

*Prezada Senhora Camila,*



*Lendo as respostas das companheiras ao seu email, me senti contemplada,
mais não poderia deixar de destacar as frases que me chamaram atenção e que
me motivaram a contribuir com as respostas já externadas no corpo deste
email:*



* Email Camila: "A única coisa que me resta é supor que a intenção de vocês
não está direcionada em ampliar a mente das pessoas de nossa sociedade
quanto à relação entre o movimento de valorização das mulheres negras e as
reflexões sobre afro-descendência, e sim reclamar por não terem sido
pessoalmente convidadas a compor o grupo de palestrantes."*



*Lendo as mulheres copiadas neste email...algumas companheiras incansáveis e
de longa data...percebi o seu desconhecimento "de causa".....além de ter
ficado clara a sua posição defensiva (mencionada pela companheira Jurema
Werneck) diante de uma simples crítica construtiva à organização deste
evento. A maioria das mulheres copiadas nesta lista já ocuparam e ainda
ocupam espaços de maior empoderamento e visibilidade do que a posição de
palestrante oferecida por esta empresa no seminário em questão (não
desmerecendo o evento). Para ficar "claro", somos mulheres sérias, maduras
e respeitadas nacionalmente e não foi utilizando este tipo de artifício que
conquistamos tal posição e sim pela competência no trabalho que
desenvolvemos. *



*Compreendo e respeito o direito de expressar sua suposição e me reservo
também o direito de supor que ao se posicionar desta maneira (nos atacando),
voce esta apenas defendendo os seus interesses pessoais nesta empresa,
que como todas as outras opera sob a lógica mercadológica. O que eu
considero lamentável...porque nós estamos acima disso.*



*Email Camila: Sinceramente, de mulher para mulher, o mundo não gira com
reclamações, o mundo gira com mudanças de paradigmas. *



*Em 1687, Sir Isaac Newton publicou seu livro sobre as leis do movimento. A
primeira lei diz: um corpo em movimento continuará a se mover até que alguma
força atue sobre ele. O oposto é verdadeiro: se um corpo está parado,
continuará parado até que uma força atue sobre ele. Chamamos isso de
inércia. *



*A coisa que empurrou a Terra parece ter sido a Lua. Sem esse choque, a
velocidade de rotação da Terra seria muito pequena, como em Vênus, onde um
dia dura um ano. **Isso** é só para lembrar de fato como...e porque o mundo
gira......**as mudanças de paradigmas são as conseqüências naturais das
forças envolvidas na inércia**.*





*Email Camila: Se querem realmente transformar as pessoas que poderiam ser
seus futuros aliados, e que são nacionalmente respeitadas, em inimigos
ideológicos, que união espera para o movimento negro no Brasil? Se houver um
dia, pelo visto, não será com a contribuição de vocês.*



*Futuros** **aliados????? pensei que já fôssemos no **mínimo**
parceiros...vocês
estão promovendo eventos e priorizando às questões raciais...esta empresa
não considera as mulheres negras aliadas?????? Não sei em que momento
viramos inimigas???? será que no momento em que discordamos de um único
encaminhamento feito por esta empresa na organização de um dos seus
eventos???? encaminhar de forma construtiva nossas insatisfações e sugestões
não é possível?????? é isto que estamos fazendo......contribuindo para que
o trabalho de vocês seja ainda melhor!!*



*Embora seja difícil....eu respeito sua **ignorância** relacionada a
história do movimento negro no Brasil e a contribuição efetiva das mulheres
negras. Não irei me estender mais porque qualquer consulta a Internet
resolve isso. *



*Email Camila:"Por favor, mostrem o melhor de vocês, e de seus argumentos,
pelo menos, a quem é sensível a isso. Ou sua luta será eterna mesmo."*

* *

*Atendendo ao seu desafio e acreditando na sua sensibilidade....ofereço-lhe
um poema de minha autoria!*

*AFRO DESCENDÊNCIA. . . *

*AFRODESCENDER... É não se iludir com a liberdade branca e proclamar-se todo
dia a abolição. É carregar o sangue que irrigou a terra, que produziu o
alimento negro, que fartou somente os brancos!***

* *

*AFRODESCENDER... É repudiar o banzo moderno, maquiado por uma infinidade de
sinônimos. É repudiar os troncos contemporâneos, as chibatas camufladas nas
fardas, nas caras e bocas, na mídia, na política, nas críticas, nas forças
instituídas!*

* *

*AFRODESCENDER... E saber que todo o movimento manifesto, e toda forma de
protesto tem haver com nossos seqüestros! Com restos... com os navios
negreiros, com escravos guerreiros!***

* *

*AFRODESCENDER É ... Abominar as relações escravagistas, desafiar o
presente, quebrar elos da corrente, rejeitar a política excludente, manter
vivo os ancestrais, O mito dos orixás, amar sua cultura, não ter curvaturas.
*

* *

*AFRODESCENDER É ... Cultuar o Deus que nos foi negado, receber o legado,
receber as bênçãos desviadas, resgatar a memória dos heróis anônimos, os
sonhos... Proteger o lombo, resgatar quilombos!*

* *

*NEGAR A AFRODESCENDÊNCIA... Chega ser um tipo de demência. É dizer um
discurso branco por inteiro, que se fragmenta negro no espelho!*

*É recusar a glória, é viver alienado a própria história!***

*

Dayse Marcello***

* *

*Email Camila: "Eu paro por aqui com o diálogo, porque não me senti ouvida,
nem como profissional, nem como mulher, e nem como ser humano."*



*Quero dizer que você foi ouvida pacientemente por todas nós....e estamos
torcendo para que você tenha condições de compreender e alcançar os
discursos aqui colocados.*



Dayse Marcello

Subsecretária de Cultura do Município de Nova Iguaçu/R.J

e Coordenadora Geral de Políticas de Igualdade Racial

* *

*Data**23 de janeiro de 2011 12:45*

Muito bem!

*Inserção e realidade*

Ontem, depois que fui informado pelo meu amigo Gá sobre esta falta de
“inserção” e absoluto desconhecimento da “realidade”, liguei para o Haroldo
Costa, que me convidou, sugerindo corrigir, ainda que tardiamente, a
desatenção. Depois que li o e-mail da Produtora sinto que não foi
desatenção, foi erro mesmo. Portanto, para um evento sério, urge alteração e
pedido de desculpas a todas as mulheres, sobretudo a estas que aqui se
manifestaram, exercendo seu papel de militantes atentas à "realidade" e
incansáveis batalhadoras pela "inserção" das mulheres.

Jamais me envolvi tanto numa eleição como nesta para eleger uma mulher,
Dilma Vana Roussef, à presidência desse nosso Brasil machista e racista.
Eleita, a presidenta nomeou nove mulheres, o número de Iansã, como disse a
Ministra Luiza Bairros em seu discurso de posse, não para inserí-las mas
para que as mesmas trouxessem para o Governo suas contribuições
colhidas fundamentalmente de
suas experiências e trajetórias.

Na mesa em que fui convidado estava preparando uma fala sobre a não
"inserção" das artes cênicas negras na política cultural traçada por
Governos. Como sei que existem profissionais mulheres (Carmem Luz, Ilea
Ferraz, Débora Almeida, Fernanda Julia, Aduni Bento, Léa Garcia e tantas
outras tão extraordinárias), no âmbito das artes cênicas negras
absolutamente preparadas para falar sobre o tema proposto, como Joel Rufino,
também coloco o meu lugar à disposição.

Caso não seja possível, agradeço ao meu querido amigo Haroldo Costa a
confiança e não me farei presente.

Parabéns às mulheres e obrigado por existi-las.

Hilton Cobra

Diretor da Cia dos Comuns

Coordenador do Fórum Nacional de Performance Negra

Para quem não teve a oportunidade de acompanhar.....vai um resumo da
mobilização







*Data: 23 de janeiro de 2011 13:13*

Meus aplausos, em pé, para Joel e Cobrinha. Um belo e justo exemplo de
aliança e solidariedade de generos na momento da representação
étnico-racial. É dissa pedagogia cooperativa que precisamos nesta nova
ERA. E só quando o belo se alia ao bem/justo temos o exercício de
construção da ÉTICA.

Julio Cesar de Tavares
Universidade Federal Fluminense
Departamento de Antropologia

*Data: 23 de janeiro de 2011 14:49*

Endosso os aplausos a Cobrinha e Joel, esperando que outros convidados às
mesas se posicionem de alguma forma.



Atenciosamente, Fabiana Lima





*Data: 23 de janeiro de 2011 15:13*

Julio, me somo. Humberto Adami
Enviado pelo meu aparelho BlackBerry® da Vivo

* *

*Data: 23 de janeiro de 2011 15:38*



Senhora Camila,
Eu Sandra Bello ,como Mulher,Feminista Negra, venho através dessa
demonstrar a minha indignacao pela total invisibilidade da questao de genero
e principalmente, de nós Mulheres Negras . Ainda mais constrangedor a
vossa tentativa de banalizar a nossa constatacao .
pior ainda , tentar negar a nossa existencia histórica e política . Está
clara em vossa forma de escrever o resqicio colonialista . que ao invés de
refletir sobre o conteúdo , responde como se alguém tivesse ofendido
pessoalmente . isso deixa claro a personalizacao de algo
que que é publico . A postura prfessoral , Colonizadora , que diz que tenta
por todos os meios esvziar os significados . Mas estamos conscientes ,
mobilizadas e atentas . Nao a Invisibilidade
coordenadora do Projeto Visibilidade /Acoes Afirmativas - Berlim
Cineclube Língua Ferina -Berlim

*Data: 24 de janeiro de 2011 14:11*

Muito bom dia aos amig@s aqui presentes (homens e mulheres comprometidos
nesta luta que não é recente).
Pensando um pouco como pesquisadora e ATIVISTA das/nas relações raciais e
tendo como escopo as RELAÇÕES COLONIAIS, defendo estudos que considerem a
INTERSECCIONALIDADE. Neste caso os estudos de gênero versus os temas das
relações raciais em sentido mais amplo. Sendo assim, a denúncia em questão é
acima de tudo uma prática do movimento negro que tem como missão DIMINUIR AS
DESIGUALDADES SOCIAIS que afetam os segmentos "afros". O MOVIMENTO NEGRO
BRASILEIRO LUTA TAMBÉM INTERNAMENTE PELAS DESIGUALDADES DE GÊNERO. É
fundamental que qualquer pessoa interessada em "lucrar" com a Estética Negra
- pensando aqui a sua MULTIDIMENSIONALIDADE -, deve ser no mínimo
interlocutor das organizações diversas que compõem a face deste movimento
social de grande representatividade no contexto nacional e internacional. Os
descritores RELAÇÕES RACIAIS, ESTUDOS FEMININOS, DESIGUALDADES E AÇÕES
AFIRMATIVAS são a ponta de lança para os iniciantes neste MERCADO hoje tão
lucrativo, conforme temos percebido nas últimas décadas.
MEU TOTAL APOIO AOS QUE AQUI SE POSICIONARAM.
Claudia Miranda
(Profa Dra UNIRio)





*Data: 24 de janeiro de 2011 20:47*

Parabéns a Cobrinha, por mais essa postura de assunção aberta e irrestrita
dos conflitos, e parabéns a todos os maravilhosos posicionamentos das
mulheres negras que aqui se manifestaram. De fato, é cada vez mais evidente
o quanto o movimento de mulheres negras é um forte avanço e farol a guiar
nossas lutas e ações.

Gustavo Mello



* *

*Data: 24 de janeiro de 2011 21:24*

* *

*Querida, Dayse Marcello e demais!**
Obrigada **

*
Joana D`Arc de Moraes Santana
Anas do Brasil - Educação Popular Ampliada Gênero e Direitos Humanos



* *

*Data: 25 de janeiro de 2011 11:26*

* *

*LUGAR DE MULHER É NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS!!!**
DIAS 25, 26 e 27/01 - as 17h!
**

E FOI ASSIM COM NOSSAS ANCESTRAIS COM SINAIS DE FUMAÇA, TAMBORES
SEGUIMOS COM DANÇAS, PASSEATAS, CARTAZES, PANFLETOS...
CONTINUAMOS NOSSO CONSTANTE MOVIMENTO PARA FAZER VALER A NOSSA VOZ! A NOSSA
PRESENÇA!
E AQUI ESTAMOS NÓS, FAZENDO A DIFERENÇA!

NO EXERCÍCIO DO MACHISMO ARRAIGADO NA SOCIEDADE, COMPANHEIROS DE LUTA DO
MOVIMENTO NEGRO, CRIARAM UM SEMINÁRIO DE NOME "INSERÇÃO E REALIDADE", DENTRO
DE UM EVENTO CHAMADO FESTIVAL AFRO... E ESQUECERAM A PARTICIPAÇÃO,
FUNDAMENTAL, DAS MULHERES NEGRAS NESTA CONSTRUÇÃO!

ATENTAS A TUDO, COMO SEMPRE, E UNIDAS, PROTESTAMOS, REINVINDICAMOS,
CONQUISTAMOS ALIADOS TENAZES...DE MODO QUE OS IDEALIZADORES DO EVENTO FORAM
OBRIGADOS A RETROCEDER...

TALVEZ, ESSE RESULTADO NÃO CONTEMPLE OS ANSEIOS DE TODAS NÓS...MAS AINDA
ASSIM, É VITORIOSO! POIS GARANTIMOS A FALA DE ABERTURA DO EVENTO, QUEBRANDO
PARADIGMAS, APRENSENTAMOS A JOVEM NALUI MAHIM (18 ANOS!) , HERDEIRA DE NOSSA
INCANSÁVEL LUTA; E, GARANTIMOS A PRESENÇA DE ILÉA FERRAZ!

**CONVOCAMOS A TODAS E TODOS PARA ENEGRECER A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
E ECOAR A NOSSA VOZ!**
AV.PRESIDENTE WILSON, 203 - CENTRO/RJ*


*AXÉ!*

*Adriana Batista*
--
*Dayse Marcello*
*Subsecretária de Cultura de Nova Iguaçu e *
*Coordenadora Geral da COOPIR-N.I*
*Consultora na elaboração e Gerenciamento de
Projetos Sócio-culturais e ambientais e SICONV*

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