segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

64 edifícios com imóveis de nível médio e alto luxo

Repassando...

Em estado de abandono, apartamentos da Vila do Pan serão leiloados

Valor Econômico, Paola Moura, 02/fev

Legado do Pan-Americano de 2007 para a cidade do Rio de Janeiro e exemplo do
que a cidade não quer que se repita nas Olimpíadas de 2016, a Vila do Pan
terá 129 apartamentos leiloados hoje. Os imóveis, que têm entre 60 e 100
metros quadrados e de um a quatro quartos, foram devolvidos pelos seus
compradores. Atualmente, 1.480 apartamentos, construídos em 17 prédios,
menos de 50% estão habitados.

Quando foi lançado, em 2005, o condomínio fora considerado um recorde no
mercado imobiliário nacional: na ocasião, 95% de seus 1.480 apartamentos
foram vendidos em poucas horas. No entanto, até hoje, a Agenco - responsável
pela obras - e a Caixa Econômica Federal enfrentam uma série de processos de
donos dos imóveis da Vila do Pan por problemas na finalização da obra. O
portal e um shopping center prometido na entrada do condomínio nunca foram
construídos e parte do terreno chegou a afundar por se tratar de área
arenosa, mas danificando apenas a área útil. Cerca de 500 mutuários se
negaram a receber as chaves e entraram na Justiça para tentar reaver a
entrada já paga porque levaram um susto ao conhecer o saldo devedor na hora
de ocupar seus imóveis. Entre eles o ex-jogador Romário que adquiriu 11
apartamentos no empreendimento.

Os imóveis estão sendo leiloados com preços mínimos entre R$ 148 mil e R$
486 mil. Segundo o leiloeiro João Emília, os preços estão até 50% mais
baratos que o mercado. No entanto, numa rápida pesquisa nos sites de vendas
de imóveis, há apartamentos com a mesma metragem, numa área próxima, Avenida
Abelardo Bueno, onde está o Rio2, com preços inferiores ao do leilão.

A Carvalho Hosken, empresa responsável pela construção dos 44 prédios, com
2.800 apartamentos, da Vila Olímpica promete não repetir o exemplo do Pan.
"Nós já construímos dois bairros dentro da Barra da Tijuca, temos
experiência", afirma o assessor da presidência da empresa, Henrique Caban.
Os dois bairros são o Rio 2 e a Península. O último, ainda em expansão mas
que vai chegar a ter 64 edifícios com imóveis de nível médio e alto luxo, é
considerado um sucesso de vendas na cidade.

"Ainda estamos montando a estratégia. Mas não vamos vender tudo de uma vez,
para não depreciar o mercado", conta Caban. Como a entrega tem de ser feita
até o início de 2016, a Carvalho Hosken planeja colocar os apartamentos à
venda aos poucos, como vem fazendo na própria Península.

Para Caban, diferentemente da Vila do Pan, que fica em uma área degradada e
sem atrativos, a área da Vila Olímpica será valorizada porque lá serão
construídos o Parque Olímpico Rock in Rio, que será permanente, e o Museu do
Futebol, entre outros equipamentos e onde haverá a expansão do Riocentro. Do
cerca de um milhão de metros quadrados da Vila, apenas 400 mil metros terão
edificações. O valor total do empreendimento está orçado em R$ 2,5 bilhões e
o terreno, de propriedade da Carvalho Hosken, está avaliado entre R$ 600
milhões e 700 milhões

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