quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Repassando Niteroienses e amigos de niteroienses,

Niteroienses e amigos de niteroienses,
O Fluminense no domingo, 13/02, publicou a matéria: Prefeitura de Niterói lança superprojeto habitacional.
O Globo deste domingo, dia 20 revela o projeto em si do Bairro Modelo no Sapê.


Encaminho cópia na íntegra e em anexo do projeto todo (arquivo: arruamento fazendinha) para seu conhecimento e análise para que se tornem cientes de mais um empreendimento que Niterói está prestes a sofrer.
Peço a todos que divulguem o material que aqui apresento.


Espero contar com a reflexão dos que estão recebendo este projeto no sentido poderem se dar conta do nosso papel como cidadãos e profissionais, das diversas áreas que este projeto mobiliza e afeta.
Vamos deixar assim fácil?


Peço a colaboração que o comentem no espaço que ofereço no blog http://desabafosniteroienses1.blogspot.com/2011/02/comentando-o-projeto-do-bairro-modelo.html para que podemos iniciar lá um forum de debates sobre este projeto.
Já que a PMN não é transparente e não discute nem apresenta o projeto, vamos nós cumprir nosso papel.


Uma análise inicial:
Este projeto a PMN esconde da população niteroienses até hoje. Por quê seria?!..
Acabando com o suspense, e será interessante analisarmos:


1.Este é o Projeto do Bairro Modelo no Sapê, que a PMN, através do presidente da EMUSA Sr. José Carlos Vinagre Mocarzel, e do Secretário de Habitação Sr. Marcos Linhares, afirmaram publicamente em reunião - filmada - com a Associação de Moradores da Fazendinha e da comunidade do Sapê no dia 28/11/2010 que:
que a PMN não tinha o PROJETO DO BAIRRO MODELO;
que a PMN não tinha a delimitação das glebas A,B,C desapropriadas no decretos;
que a PMN desconhecia os limites das áreas;
que os moradores da Fazendinha deviam favorecer o levantamento topográfico da área, deixando os topógrafos da prefeitura medirem suas casas e seu quintais, senão a PMN não conseguiria fazer o levantamento da área.
No entanto como pode ser visto na legenda do Projeto em anexo, contratado pela PMN, a data do mesmo é SETEMBRO de 2010. Torna-se assim evidente que os representantes da PMN mentiram para todo público presente. Ou será que não estavam cientes?!
Que interesse poderia ter a prefeitura em esconder tal dado?..
1. O projeto avança sobre enorme área de especial interesse ambiental;
2. O projeto avança inteiramente sobre o Sítio Carvalho Plantas Ltda, destruindo inteiramente um dos poucos locais no município preservado em sua totalidade por uma floresta de Mata Atlântica em estágio secundário de regeneração, e nascentes;
3. O projeto avança sobre inúmeras casas de posseiros que ali habitam há mais de 50 anos.
4. E as desapropriações que serão feitas com dinheiro público, qual o valor envolvido?
5. E os estudos de impacto de vizinhança, quando serão mostrados?
6. Comparem o projeto em PDF com a marcação das glebas (arquivo: áreas desapropriadas) onde podemos facilmente comparar a área do projeto em si e as áreas a serem desapropriadas...
Para quê desapropriar área tão grande que não é utilizada pelo projeto?
Qual o valor envolvido?
O que será feito com o resto, não utilizado pelo projeto?


Niterói até hoje não cumpre o que estabelece a Lei Complementar nº 131 - Lei da Transparência, de 27 de maio de 2009, que determina a disponibilização, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Tendo vencido o prazo em maio de 2010. Baseada na lei da transparência a PMN deveria ser a primeira a expor o projeto a técnicos do IAB e outros orgãos afins, assim como aos diretamente interessados e toda população do município que certamente será envolvida por um projeto desta monta.
Estamos encaminhando este email ao MP, parlamentares, profissionais de diversas áreas, mídia, etc.
Coloco-me à disposição para maiores informações e esclarecimentos.


Estavam presentes nesta citada reunião ocorrida na escola Levi Carneiro, no Sapê : O sr. José Carlos Mocarzel, sr. Marcos Linhares, equipe da sra. Rosane Monteiro, composta por assistentes sociais e arquiteta, e o sr. Carlos Macedo.
Como ouvintes: Diretoria da Associação de moradores da Fazendinha, moradores do Sapê, síndicos de diversos condomínios da região e Pendotiba assim como comerciantes locais e de Pendotiba.
________________________
Cynthia Gorham, cidadã niteroiense

Repassando...

Desde o ano passado, a Prefeitura do Rio de Janeiro tem intensificado sua
política de remoções forçadas de favelas, realizando demolições e despejos
sem o devido respeito à legislação nacional e internacional. As comunidades
da Restinga, Vila Recreio II e Vila Harmonia são algumas das vítimas dessas
práticas.

Sob o argumento de que as casas ocupariam uma área a ser utilizada para a
construção da Transoeste - obra que seria necessária para a adequação da
estrutura urbana aos Jogos Olímpicos de 2016 e Copa do Mundo de 2014 – a
municipalidade já demoliu mais de duzentas casas nestas comunidades - muitas
sem negociação prévia.

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro vem atuando positivamente
na proteção destes moradores através do Núcleo de Terra e Habitação, porém a
luta no Judiciário tem se mostrado complicada. Assim, como no plano interno
a situação parece relativamente blindada, estas comunidades resolveram
acionar a esfera internacional para pressionar nossos governos a cessar com
estas arbitrariedades.

Com o apoio do Conselho Popular, Pastoral de Favelas, Rede de Comunidades e
Movimentos contra a Violência e alguns colaboradores, as comunidades
mencionadas apresentaram um pedido de outorga de medida cautelar à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos
(CIDH-OEA), no começo do mês de janeiro, solicitando que o órgão
internacional se pronuncie sobre a situação emergencial de violação de
direitos na qual se encontra essas comunidades. Uma versão para divulgação
do pedido segue em anexo.

No último dia 7 de fevereiro, um mês após o envio do pedido, a Comissão
Interamericana respondeu, solicitando maiores informações sobre as ameaças,
número de moradores que cederam à pressão e foram forçados a negociar suas
casas, dentre outras informações. A resposta a esta solicitação de
informações também se encontra em anexo.

Pedimos a todos os companheiros e companheiras que ajudem na circulação
desta informação. As práticas arbitrárias conduzidas pelos nossos governos
somente serão modificadas através da nossa união e luta!


Saudações,

Comunidade da Restinga

Comunidade Vila Recreio II

Comunidade Vila Harmonia

Conselho Popular

Pastoral de Favelas da Arquidiocese do Rio de Janeiro

Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência

sábado, 19 de fevereiro de 2011

FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL E PARCEIROS DEBATEM FINANCIAMENTOS SUSTENTÁVEIS

FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL E PARCEIROS DEBATEM FINANCIAMENTOS SUSTENTÁVEIS
18 DE FEVEREIRO DE 2011

A reunião aconteceu na tarde da ultima quinta-feira (17), com a participação dos representantes da Câmara Temática de Finanças Sustentáveis (CTFin), em São Paulo.
A Lei Estadual 13.577/2009, que versa sobre as penalidades para quem contaminar terrenos em São Paulo, está disponível para consulta pública no portal da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de SP) e será um dos temas da primeira reunião da CTFin em 2011. O presidente da Fundação Banco do Brasil, Jorge Streit, irá apresentar de que maneira a instituição atua e como investe na preservação do meio ambiente. A Câmara é presidida pelo Banco do Brasil e coordenada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). HSBC, Santander, Allianz, Itaú, Caixa e Bradesco, também compõem a iniciativa.
Ainda na reunião, será definido o formato de um workshop sobre Riscos Ambientais e debatidos os aspectos socioambientais na gestão de ativos, orientados pelos Princípios para o Investimento Responsável (PRI). O PRI tem como objetivo listar meios de investimentos e administração de ativos (como poupança para aposentadoria e seguros, por exemplo) com focos sociais e ambientais responsáveis.
Fonte: Fundação Banco do Brasil

Nosso dinheiro que os mantem com salário

Acho legal saber que o Bradesco que tanto lucrou com os pobres e negros que tem estado nas camadas mais pobres da sociedade e ao ouvir populares pensou esse banco gosta da gente. mas ao observamos suas propagandas e o perfil de seus clientes o povo começou a acordar. Não sentiremos falta, se vier outro e sair também tomara que tenha o perfil, seu pessoal de marketing ou publicidade, se saber trabalhar em um ambiente de visão diversidade ou nosso dinheiro que os mantem com salário.

Correios têm disputa por serviço bancário

15/02/2011 -
Folha de S.Paulo -
Leonardo Souza
Andreza Matais


Correios têm disputa por serviço bancário


Numa concorrência de ao menos R$ 1,75 bilhão, os Correios vão abrir licitação para operar o Banco Postal, serviço que atende a população de baixa renda em cidades sem filiais bancárias.

Há dez anos, o Bradesco atua como correspondente bancário exclusivo em postos da estatal pelo país. Nesse período, abriu mais de 10 milhões de contas.


No ano passado, o faturamento anual só com tarifas de manutenção desses correntistas foi de R$ 845 milhões --os Correios ficaram com R$ 350 milhões.


O novo contrato terá duração de cinco anos, renovável por mais cinco. A licitação deve ser concluída até julho.


Além do Bradesco, apenas o Banco do Brasil, o Itaú, o Santander e o Banrisul atendem aos requisitos da concorrência.
Editoria de Arte/Folhapress



Correios têm disputa por serviço bancário


Bradesco tem exclusividade para prestar serviços em 6.023 postos desde 2001; concorrência deve chegar a R$ 1,75 bi


Na década, 10 milhões de contas foram abertas em postos; BB, Itaú e Santander estão entre possíveis concorrentes


Dez anos depois, os Correios vão abrir uma licitação que pode substituir o Bradesco como o operador do Banco Postal, numa concorrência de, ao menos, R$ 1,75 bilhão.


Desde 2001, o Bradesco explora com exclusividade o serviço de correspondente bancário oferecido nas agências da estatal pelo país.


Nesse período, o Bradesco abriu mais de 10 milhões de contas a partir dos postos dos Correios. Somente com a tarifa de manutenção de conta desses correntistas, o faturamento do banco supera R$ 845 milhões por ano, fora outros serviços, como saques, consulta a extrato e operações de empréstimo.


Da receita total apurada pelo Bradesco, os Correios ficaram com R$ 350 milhões em 2010.


O presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, disse à Folha que o Bradesco terá que disputar como todos os demais interessados e que o valor da licitação será de, pelo menos, o faturamento do ano passado multiplicado por cinco -o novo contrato terá duração de cinco anos renovável por mais cinco.


"Nas tarifas atuais, no ano passado arrecadamos R$ 350 milhões. Nós estamos revendo quanto nós vamos querer de tarifa, quanto para cada produto", afirmou Pinheiro.


Procurado, o Bradesco informou que "não comenta informações sobre o Banco Postal". A instituição também não informou quanto lucra com a atividade.


O contrato com o Bradesco se encerra em dezembro. Na sexta-feira, os Correios divulgaram a minuta do edital. No próximo dia 25, farão uma audiência pública para receber críticas e sugestões.


Segundo Pinheiro, a licitação deverá estar concluída até julho. Assim, o vencedor pode iniciar as operações em janeiro de 2012.


De acordo com a minuta, só podem participar instituições financeiras com ativos totais superiores a R$ 21,6 bilhões e patrimônio líquido acima de R$ 2,16 bilhões.


Segundo levantamento feito pela consultoria Economática, pelo menos outros três bancos além do Bradesco atendem a esses quesitos: Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Santander.


Ao longo dos últimos anos, o Bradesco foi mudando o foco do Banco Postal, em busca de transações mais rentáveis, reduzindo operações de microcrédito.


O contrato com o Bradesco também foi alvo da CPI dos Correios e da CGU (Controladoria-Geral da União). Nos dois casos, foi apontado favorecimento irregular ao banco privado.


Meses depois da licitação, o governo autorizou o Bradesco a se instalar nas agências terceirizadas, localizadas em grandes cidades e capitais, mais lucrativas.


O contrato original previa que o serviço só seria oferecido nas agências próprias dos Correios, grande parte no interior do país.




Leia mais:

Correios inicia processo de seleção para o Banco Postal
http://www.correios.com.br/servicos/mostra_noticias.cfm?noticia_codigo=19741&tiponot_codigo=34


11/02/2011 -

No próximo dia 25, os Correios farão audiência pública para abrir à sociedade a oportunidade de esclarecer dúvidas e oferecer sugestões de melhoria ao edital que definirá as regras de contratação de parceiro da ECT nos serviços do Banco Postal que deverá vigorar a partir de janeiro de 2012, uma vez que o contrato que os Correios têm com o atual parceiro, o Bradesco, termina em dezembro. A parceria das duas empresas teve início em agosto de 2001.


A audiência terá por base o edital publicado no Diário Oficial da União de hoje (11), que contém as normas que regerão o processo de seleção da instituição financeira interessada em ter os Correios como seu correspondente bancário.


O Banco Postal, disciplinado pela Portaria nº 588, de 04 de outubro de 2000 do Ministério das Comunicações, caracteriza-se “pela utilização da rede de atendimento da ECT para a prestação de serviços bancários básicos, em todo o território nacional, como correspondente de instituições bancárias, na forma definida pela Resolução do Conselho Monetário Nacional de nº 3.110, de 31 de julho de 2003” (art. 2º).


Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que 39,5% dos brasileiros ainda não têm conta bancária. Com o Banco Postal, os Correios possibilitaram a inclusão financeira em mais de 95% do território brasileiro, uma vez que esse serviço está presente em 5.266 municípios, em 6.192 agências. Com mais de 10 milhões de contas abertas, o Banco Postal vem crescendo, pois cerca de 4.500 novas contas são abertas diariamente.



________________________________________________


De:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1502201103.htm
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/875753-correios-tem-disputa-por-servico-bancario.shtml
http://www.correios.com.br/servicos/mostra_noticias.cfm?noticia_codigo=19741&tiponot_codigo=34

Fiquei feliz com essa reportagem

Fiquei feliz com essa reportagem, pois informa o quanto letal é o metano. E fiquei a pensar os que adoraram a idéia de produzir gás metano de lixo e quando ouvimos idéias de analfabetas que como inteligentes, ´perceberam que as idéias com lucro não servem a quem as tem mas aos que se julgam passamos a da=las pela metade e deixamos correr até onde se pode ir. Igual a historias dos capatazes, não falei que no Rio de Janeiro eles só tem serventias e nunca serão tratados como iguais aos que se dizem sociedades do bem, e ai daqueles que querem pensar pelo bem comum.

Gás Metano

Uma das críticas reiteradas à construção da Usina de Belo Monte é que
o reservatório e o acionar das turbinas gerariam metano, gás que
contribui para o chamado 'efeito estufa'. Não que a água em si (H2O)
contenha metano, mas a decomposição de vegetais imersos dentro dela
resultaria na geração do referido gás. Reparo que toda a região do
Pantanal de Mato Grosso - milhares de km2 - corresponde exatamente a
essa descrição: vegetais imersos em água. Observo que os igarapés da
Amazônia também se enquadram nesse caso. Noto que todos os
reservatórios de água e açudes existentes, construídos sobre a capa
vegetal, também gerariam metano. Percebo ainda que todos os chacos,
alagados e banhados do país teriam que, por idênticas razões, gerar
metano. Termino por ler matéria em site ecológico na qual comenta-se
que o Mar do Alaska geraria ... metano! Vamos aterrar tudo isso, para
sermos coerentes, já que a geração de metano, segundo alegam, agrava o
efeito estufa? No caso do Alaska, proporemos uma 'petition on line' e
ajuda das ongs ambientais internacionais, além das pressões habituais
sobre os órgãos diplomáticos competentes. Vamos ser coerentes?

Saudações
F.Prieto
RJ/Brasil

VINTE JOVENS QUILOMBOLAS

VINTE JOVENS QUILOMBOLAS

SÃO APROVADOS EM UNIVERSIDADES PÚBLICAS!

Entre estes vinte jovens temos a primeira quilombola APROVADA no curso
de MEDICINA, no campus I da Universidade Federal da Bahia, em
Salvador. Marina Barbosa da Silva, 19 anos, participou de dois
pré-vestibulares comunitários (GRIOT e Quilombola) e estava já no seu
06º vestibular para Medicina! “Meu grande sonho é me formar e voltar
para a minha comunidade. Até porque lá nunca foi um médico e eu quero
poder ajudar o meu povo”.

Atendendo jovens de comunidades quilombolas reconhecidas e
identificadas de diversos municípios da região sudoeste da Bahia, o
pré-vestibular quilombola aprovou vinte alunos do cursinho
pré-vestibular quilombola de Vitória da Conquista em vestibulares
2011.1 da UESB, UFBA e UEFS. Com a aprovação das políticas de ações
afirmativas, também conhecidas como cotas, em todas as universidades
públicas da Bahia, algumas instituições adotaram cotas adicionais
específicas para segmentos sociais mais atingidos pela desigualdade de
oportunidades: quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência. O
Pré-Vestibular Quilombola surgiu do forte incentivo da Educafro
Nacional, através do Prof. Flávio que saiu de São Paulo e foi
trabalhar naquela região. Foi um verdadeiro missionário da inclusão! A
realidade de exclusão destacou a necessidade de uma preparação que
viesse a suprir as lacunas acumuladas durante as trajetórias escolares
dos jovens quilombolas desde a educação básica, com todas as
dificuldades impostas pelos péssimos serviços públicos. Os outros
obstáculos são: às grandes distâncias, escolas fora das comunidades,
preconceito, pobreza e falta de recursos básicos, como transporte
escolar e energia elétrica nas casas. “O povo organizado superou e
venceu! Está é a nossa proposta para todos os pobres do Brasil: vamos
nos organizar e vencer! Tudo isto só foi possível por causa da
conquista das cotas que eliminou a concorrência injusta com os alunos
ricos que tem dinheiro para pagar as melhores escolas, não trabalham e
são tratados a bifinho e danoninho”, afirmou o Frei David. O que o
povo negro e pobre de São Paulo deve fazer para tomar as vagas na
MEDICINA, na ODONTO, no DIREITO, etc. da USP que continua sendo só
ocupada pela classe dominante e, cada vez mais ampliando a exclusão do
povo negro? Qual é sua opinião?

--
Frei David Santos OFM
(11) 3107 5024 SP
(21) 2509 3141 RJ
(11) Cel. 6173 3341 SP

www.educafro.org.br

Me desculpe os editores que não gostam de meu perfil

Estava a ver o meu E-mail e tinha uma propaganda do Peixe Urbano em que dizia me desculpe as feias e cadastre-se.Como eu, feia vou me cadastrar em uma empresa que,, me desculpe não gosta de meu perfil? Afinal como dona de um dinheiro reservado para consumo, não é inteligente adquirir produtos de uma empresa, me desculpe, os que não acham que isso não tem nada a ver, não gosta de mim.

moradias de R$ 48 mil

Quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011 às 15:13

Famílias
da região Serrana do estado do Rio ganharão
moradias de R$ 48 mil

O governo federal deu passo importante para o começo da construção de seis
mil moradias em cidades da região Serrana do Rio que foram devastadas pelas
enchentes no mês de janeiro deste ano. Portaria nº 59, do Ministério das
Cidades, publicada no Diário Oficial da União (DOU), desta quinta-feira
(17/2), regulamenta o processo de repasse dos recursos para os obras. De
acordo com a portaria, cada imóvel custará até R$ 48 mil. Deste modo, o
volume de recursos a ser destinado atingirá cerca de R$ 288 milhões. As
habitações serão entregues às famílias devidamente cadastradas pelo governo
do estado do Rio sem qualquer custo. Caberá ao governo fluminense quitar
esta linha de crédito.

A decisão do governo construir moradias para os desabrigados foi uma das
medidas anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff durante reunião com
empresários e o governador do Rio, Sérgio Cabral, no Palácio Guanabara.
Naquela ocasião, um pool de construtoras informou que confirmou também que
doariam duas mil moradias para as famílias que perderam suas casas naqueles
municípios.

As famílias serão beneficiadas com recursos do Programa de Arrendamento
Residencial (PAR) e do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), do Ministério
das Cidades. De acordo com informações do Ministério das Cidades, esse
montante foi discutido e definido em acordo com as prefeituras para ser
compatível com as necessidades da região.

Nessa situação específica, ainda segundo o ministério, não haverá seleção de
beneficiários, uma condição que fora estabelecida pela Portaria nº 140 do
Ministério das Cidades, em abril do ano passado, para acesso ao programa
Minha Casa, Minha Vida. Isso acontece porque trata-se de uma prioridade do
governo federal atender aos desabrigados pelas enxurradas.

A portaria também permite à Caixa usar imóveis que o poder público tenha
tomado posse provisoriamente ou que estejam com o decreto de desapropriação
publicado. Essa medida tem validade apenas para os municípios enquadrados em
situação de emergência ou em estado de calamidade pública e formalmente
reconhecidos pelo governo local e pelo Ministério da Integração Nacional.

Enquanto isso, o governo fluminense informou que sete mil famílias
desabrigadas pelas chuvas que deixaram os municípios de Teresópolis,
Petrópolis, Nova Friburgo, Areal, Bom Jardim, Sumidouro e São José do Vale
do Rio Preto em estado de calamidade pública receberão aluguel social neste
mês de fevereiro. Durante reunião de trabalho na prefeitura de Teresópolis,
o governador Sérgio Cabral assinou, em parceria com as cidades da região
Serrana, o convênio que garantirá às vítimas auxílio-moradia durante um ano.
De acordo com estimativas do Palácio Guanabara, o governo estadual destinará
R$ 40,8 milhões para custear o benefício.

“É uma pronta resposta dos governos estadual e federal. Esse aluguel social
é muito importante porque irá tirar as pessoas do desconforto e levá-las
para uma residência, com um salário digno. Vamos fazer de maneira integrada
um modelo de cadastramento muito bem organizado, com os três níveis do
governo participando com celeridade e prazo de início e de encerramento. O
valor destinado está dentro daquele conceito que nasceu na semana passada
com a tragédia: resgatar corpos, enterrar os mortos com dignidade, dar
tratamento digno aos vivos e recuperar a cidade”, afirmou o governador
naquela reunião.

O cadastro para que os desabrigados possam receber o aluguel social começou
no final do mês passado. Seis mil famílias de Teresópolis, Petrópolis e Nova
Friburgo receberão o benefício de R$ 500. Nos outros municípios, mil
desabrigados ganharão auxilio-moradia no valor de R$ 400. O aluguel será
pago a famílias que estão em abrigos e àquelas que precisam ser removidas de
áreas de risco.

Enquanto isso, outra providência vem sendo tomada pelos governos locais
exatamente para possibilitar as construções das moradias com recursos do
governo federal. Em Teresópolis, uma fazenda de 190 hectares abrigará 500
novas casas. A previsão é de que a obra, orçada em R$ 24 milhões, comece em
menos de trinta dias e seja entregue até o fim do ano. Nova Friburgo também
começou a desapropriar terrenos para reassentar famílias. Três mil moradias
serão destinadas às vítimas das enchentes no município. Já a Prefeitura de
Petrópolis está à procura de áreas que possam servir para a construção de
unidades habitacionais.

Os municípios de São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Areal também
buscam terrenos para desapropriação. Em Areal, a prefeitura deve iniciar em
um mês a construção de 63 casas no bairro de Alto Pará. Já em São José do
Vale do Rio Preto, uma área de 600 mil metros quadrados, no bairro Águas
Claras, pertencente ao município, também será usada para acomodar famílias
desabrigadas.

Carmem Saporetti

Arquiteta - Especialista em Gestão Ambiental Urbana

São Pedro da Serra - Nova Friburgo - RJ

Estágio com Formação para Repórteres Comunitários

Estágio com Formação para Repórteres Comunitários do RioOnWatchO olhar das
comunidades sobre as transformações na Cidade do Rio até 2016

Formação gratuita em jornalismo (+vídeo) em 2011 seguido por estágio remunerado
em 2012 para seleto grupo de jovens entre 16 e 26 anos:
* Aulas semanais entre 21 de março e 22 de novembro
* Inscrições para o processo seletivo até 22 de fevereiro neste link
* Entrevistas: 23 de fevereiro no Centro
* Clique para maiores detalhes e para fazer sua inscrição
* Para maiores esclarecimentos, envie um email para jornalismo@comcat.org
Organizado Por: Comunidades Catalisadoras (ComCat)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Estou indignada com o que vem acontecendo na Vila Ipiranga Niteroi

Estou indignada com o que vem acontecendo na Vila Ipiranga Niteroi. Somos moradores de favelas, mas não burros.Temos um engenheiro que se recusa a dar o seu nome e dados e trabalha para a EMUSA, Orgão responsavel pelas obras em Niteroi, e que vem fazendo obras de encostas, sem reforço correto, ou colocando peso em barrancos. Obras que o governo tem colocado que seria para proteger os moradores e devido ao tipo quer colocar a favela ou comunidade da Vila Ipiranga em Niteroi na reta das que vem tendo morte em Niteroi, embora estejamos nas listas de remoção, sendo que nunca morreu ninguem até hoje, apenas estamos em terreno de valor agregado. Tenho fotos e me coloco a disposição para mostrar como as obras do Pac estão acabando com o resto da comunidade para quelquer um da imprensa.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Jacko: legado pop na favela

ESPECIAL - Jacko: legado pop na favela

Qui, 10 Fev, 10h09

(Rio de Janeiro, BR Press) - "Michael, Michael, eles não ligam pra gente!", clama uma voz feminina logo no início do vídeoclipe They Don't Care About Us, de Michael Jackson, gravado no morro carioca de Dona Marta, há 15 anos. Eram tempos bem diferentes das Unidades de Polícia Pacificadora, as festejadas UPPs. Será?

Lá se vão 15 anos desde a passagem meteórica do astro pop americano para a famosa gravação no Brasil, realizada em fevereiro de 1996 (dia 10 em Salvador e 11 no Rio de Janeiro).

O grito de ajuda da moça surtiu algum efeito, já que mudanças positivas ocorreram para o Pelourinho, e, principalmente, para o Dona Marta, cenários escolhidos como pano de fundo por Michael e pelo cineasta Spike Lee.

A participação do Olodum no Pelourinho fez o grupo baiano ganhar visibilidade mundial, enquanto a favela carioca demorou, mas agora definitivamente faz parte do roteiro turístico da cidade - inclusive com um verdadeiro memorial póstumo dedicado a Jacko, como o Rei do Pop é carinhosa e abreviadamente chamado pela imprensa internacional.

"Fora Michael Jackson!"

Os dias que antecederam a gravação foram muito movimentados nos bastidores. Na época, a gravação recebeu duras críticas de Ronaldo Cezar Coelho, Secretário Estadual de Indústria, Comércio e Turismo do RJ, alegando a divulgação única e exclusivamente da pobreza carioca com o clipe. A preocupação com essa espetacularização da miséria devia-se também às aspirações do Rio de Janeiro de ser a cidade sede das Olimpíadas de 2004 (que acabou realizada em Atenas, na Grécia).

Até mesmo Pelé, que em 1996 era o ministro extraordinário dos Esportes, declarou-se contrário à gravação do clipe: "Falta ao cantor dar mais exemplo em sua vida pessoal". Em entrevista ao Jornal do Brasil, Pelé se mostrou contrariado com a escolha pela favela carioca: "Por que eles só querem mostrar a nossa pobreza? Por que eles não mostram nossas praias, a Amazônia e o Pão de Açúcar?", questionou.

No entanto, o prefeito César Maia defendia a gravação. As declarações conflituosas dos políticos levaram Spike Lee a debochar do caso: o cineasta americano afirmou que as pressões visando à proibição da gravação faziam o país parecer "uma república de bananas". Michael, que na época enfrentava acusações de pedofilia, chegou a declarar ter desistido da viagem. Mas voltou atrás e fez história.

Luz, câmera, ação!

Naquele mês, a comunidade Santa Marta (localizada no morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul carioca) atravessava um surto de conjuntivite. A maioria dos cerca de quatro mil moradores não possuía saneamento básico em seus barracos, com esgoto correndo a céu aberto. Não bastasse isso, ainda convivia com a violência dos conflitos entre polícia e tráfico de drogas.

A filmagem foi autorizada pelo líder do tráfico de drogas no morro, e um dos chefes do Comando Vermelho, Márcio Amaro de Oliveira, o "Marcinho VP" - que despertou o interesse do jornalista Caco Barcelos, que escreveu a sua biografia Abusado - O Dono do Morro Dona Marta. VP foi morto, na prisão, em 2003, aos 33 anos. Reza a lenda que negociação entre VP e a produção foi realizada diretamente com Spike Lee. Hoje, o pessoal do morro desconversa sobre isso.

A presença da imprensa foi proibida e a polícia também não permaneceu no interior da favela, ficando a segurança de Michael por conta dos próprios moradores. Das 180 pessoas destacadas para proteger o cantor, 40 eram de Santa Marta, e teriam recebido entre R$20 e R$50 (o salário mínimo na época era R$100). Segundo os jornais da época, o tráfico teria dado "apoio logístico". O Jornal do Brasil deu a seguinte manchete: "Traficante coproduziu clipe".

Michael foi simpático e interagiu com os populares entre vielas, e especialmente da laje onde se passa a maior parte do vídeo. Mesmo debaixo de seu guarda-sol, não se furtou a distribuir apertos de mão, fotos e abraços. Sorridente, deixou a melhor das imagens para o povo do septuagenário morro Dona Marta. Dona Senira, 50 anos de idade, estava no dia da gravação, e se impressionou com o fascínio que o cantor exercia nas crianças: "Ele tinha alguma coisa que mexia com as crianças. Foi um corre-corre danado atrás dele", conta.

Making-of

A gravação foi um divisor de águas para a visibilidade da favela, conta o comerciante Luiz Paulo, de 42 anos. No dia da visita, Luiz e um grupo de amigos filmaram passo a passo os bastidores de They Don't Care About Us. As raras imagens são vendidas até hoje, em DVD, por R$ 10. Com making-of e cenas exclusivas da chegada de helicóptero do cantor, o comerciante vai capitalizando: "Sempre tem turista comprando", comemora.

A estudante Karina nasceu em Santa Marta 15 anos atrás, na mesma época da visita do cantor. Sincera, diz timidamente que não é fã, mas gosta de "algumas músicas dele". Conta ainda que "o respeito ao Michael Jackson é geral", embora, de fato, o funk prevaleça como trilha sonora local, competindo principalmente com o gênero gospel.

Espaço Michael Jackson

A rápida passagem de Michael no Dona Marta deu a visibilidade que faltava ao morro. Além de ser palco frequentemente para eventos esportivos e diversos projetos sociais, o local vem sendo usado atualmente como locação de filmes, séries e novelas. Hoje, a laje que se transformou no Espaço Michael Jackson é parada obrigatória para quem visita o Dona Marta - destoando um pouco do resto da paisagem. Foi inaugurado no dia 26 de junho de 2010 -, um dia depois do primeiro aniversário de falecimento do artista.

Fixada na mesma laje em que gravou o clipe, há uma estátua esculpida pelo cartunista carioca Ique, além de um grande painel de mosaico feito pelo artista plástico pernambucano Romero Britto. A estátua, feita em bronze, é a principal atração do local. Ique define sua obra de 180 quilos e 1,80m (mesma altura de Michael) como uma "cariscultura".

Muitas mudanças

Quem viu Santa Marta apenas no clipe They Don't Care About Us provavelmente ficará surpreso ao ver as mudanças positivas ocorridas nos últimos 15 anos. Há fluxo diário de turistas, que agora circulam livremente, sem se preocupar com as balas perdidas de outrora. Inclui-se aqui a nova categoria de "turistas na própria cidade" que, com a implantação da UPP, redescontem o Rio de Janeiro sem medo. O local é tranquilo, com moradores atenciosos aos visitantes: não é difícil encontrar receptividade e boas histórias.

A história de Santa Marta mudou de vez no dia 19 de dezembro de 2008, com a ocupação da primeira Unidade de Polícia Pacificadora. A UPP do estado do Rio de Janeiro deu ao morro dias visivelmente mais tranquilos. 123 policiais agora cuidam da segurança de cerca de dez mil moradores ao longo da área de 54.692 metros quadrados.

De Madonna a Obama

O morro, que tantas vezes foi manchete de páginas policiais por ter sido palco de violentos crimes e guerras pelo controle do tráfico, mostrou seu lado pop após a visita de Jacko. Outras celebridades já visitaram Santa Marta, como as cantoras Madonna e Alicia Keys - que também gravou um trecho do clipe Put It in a Love Song. O morador Edivaldo comenta esperançoso: "Obama deve vir aqui também".

Depois da implementação da UPP, ocorreu uma grande valorização imobiliária tanto nas localidades próximas, quanto no próprio morro. Há residências custando até R$80 mil segundo Andréia Miranda, Presidente da Associação de Comerciantes de Santa Marta. Especula-se que o valor de um barraco pode variar de R$ 20 mil até R$ 150 mil.

Elevador e internet

Um fator para valorização foi a implantação de um plano inclinado sobre trilhos, semelhante a um elevador. Com 340 metros de extensão, transporta até 20 pessoas. O Dona Marta foi o morro pioneiro em internet gratuita. Em março de 2009, a prefeitura começou a liberar sinal wi-fi para toda sua extensão através de 16 antenas.

O projeto de instalação custou cerca de R$ 490 mil e foi feito com equipamentos remanescentes dos Jogos Pan-Americanos no Rio. Mas existem queixas de que o serviço não funciona corretamente: "A internet wi-fi é uma bomba, não funciona direito", reclama o comerciante Luiz Paulo. A reportagem testou e comprovou: realmente não funciona. Comenta ainda que várias antenas foram danificadas pelos próprios moradores, que teriam confundido as antenas com câmeras de vigilância.

Melhorias e ressalvas

As constantes mudanças que as favelas pacificadas apresentaram geram maior visibilidade positiva. Porém, há ressalvas e até resistência. É o caso de Itamar Silva, morador e ex-presidente da Associação de Moradores de Santa Marta. Em mesa redonda sobre a UPP, realizada em 16 de setembro de 2010 na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Itamar afirmou: "Só se fala do Dona Marta por conta da polícia", e ainda "A UPP não foi pensada em sua totalidade. Acaba com o armamento pesado, e não com as drogas".

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) também crítica a forma com que as ações são conduzidas: "A favela melhora para quem é de fora da favela. Há uma remoção branca, discreta, pela implementação de serviços", afirma. O morador Itamar também critica de certa forma a entrada de serviços, que gera taxas que nem todos moradores têm condições de pagar. Legalização do comércio local e prestadoras de serviços de iluminação, TV a cabo e água entraram de vez na comunidade, para combater as ligações clandestinas e levar, principalmente, saneamento básico. Mas ainda é possível ver esgoto correndo a céu aberto no interior de Santa Marta.

Música e cultura

Atividades culturais, como festivais de hip hop e bailes funks agora são proibidos após a meia-noite, e, segundo Itamar, isso gerou conflitos com violência policial. "O pessoal do hip hop enfrenta preconceito", afirma. Marcelo Freixo diz que "UPP não é projeto para a favela, e sim para a cidade. O verdadeiro projeto é a integração total do morro na cidade, e não de polícia". Ele completa, com uma reflexão sobre a imprensa: "Não há debate na grande mídia, nem reflexão crítica. Só a exaltação do projeto de cidade controlada", desabafa.

Manoel Isidoro, pernambucano criado na Paraíba e morador de Santa Marta há 55 anos, também vê com desconfiança o poder público agindo tão diretamente na região. Vive em um barraco de madeira, que contrasta com as casas coloridas da parte mais valorizada da favela, como na construída pelo senador e bispo Marcelo Crivella (PRB-RJ), ou a casa roxa e amarela reformada pelo programa do Luciano Huck.

A realidade se revela com várias facetas, e, mesmo no barraco de madeira, Manoel conta que já recebeu visita de turistas interessados na "verdade da comunidade". Nos último trimestre de 2010, passaram pela comunidade cerca de 2.500 turistas por mês, o que permite sonhar com investimentos externos e melhorias para todos os moradores.

A produção do clipe de They Don't Care About Us mesclou imagens das gravações em Salvador e Rio. Se na Bahia o destaque foi para o toque de brasilidade musical dos tambores do Olodum, no Rio foi o visual forte da paisagem local. Foi gravada ainda uma outra versão do clipe, em um presídio americano. Porém, o clipe mais divulgado ao redor do mundo foi o conflitante choque de realidades urbanas do Brasil.

(Gulherme Schneider/Especial para BR Press)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Inscrições abertas para diversos editais

*Inscrições abertas para diversos editais da Superintendência Cultura e
Sociedade*

A Superintendência de Cultura e Sociedade, da Secretaria de Estado e Cultura
do Rio de Janeiro (SEC), lançou quatro editais, com o objetivo de fomentar e
valorizar a cultura fluminense. Podem participar *pessoas físicas* e *pessoas
jurídicas* sem fins lucrativos, atuantes na área cultural. As inscrições
para todas as chamadas públicas são gratuitas e devem ser realizadas no
sítio da SEC (www.sec.rj.gov.br).

*CONHEÇAM AS CHAMADAS PÚBLICAS:*

*Projetos na Área de Produção de
Eventos
** – *O edital visa selecionar projetos de eventos culturais que devem ser
realizados até maio de 2011. A seleção pretende promover um maior acesso do
público fluminense à produção cultural, fomentar a troca cultural entre
agentes da sociedade civil e celebrar a diversidade cultural, além de
ampliar o mercado de trabalho para artistas, técnicos, produtores e levar
programação de qualidade aos municípios. *Inscrições até 18 de fevereiro.*

*Premiação de Mestres e Grupos de Culturas
Populares
** – *Esta seleção visa reconhecer e premiar a atuação de mestres e
grupos/comunidades responsáveis por iniciativas que envolvam as diferentes
expressões das culturas populares do estado do Rio de Janeiro. *Inscrições
até 25 de fevereiro*

*Registro de Tradição Oral
** –* Este edital tem o objetivo de apoiar projetos que registram em mídias
digitais a tradição oral de mestres e grupos das culturas populares,
fortalecer as expressões das culturas populares fluminenses e, ainda, o de
salvaguardar o patrimônio imaterial do nosso estado, garantindo sua
perpetuação e o acesso das futuras gerações a essas tradições. *Inscrições
até 25 de fevereiro.*

*Microprojetos Culturais
* – A chamada pública tem como finalidade fomentar e incentivar artistas,
grupos artísticos independentes e pequenos produtores culturais. Os
interessados deverão ter entre 18 a 29 anos e morar no Estado do Rio de
Janeiro. *Inscrições até 25 de fevereiro***

*IMPORTANTE: *

Os interessados em participar em alguma destas seleções podem pedir auxílio
ao *Escritório de Apoio à Produção Cultural | EAPCult*, que oferece
consultorias individuais gratuitas a artistas, produtores e gestores
culturais – públicos e privados – e demais profissionais de cultura nos
setores de Elaboração e Enquadramento de Projetos Culturais e Produção
Cultural, Marketing Cultural e Mobilização de Recursos.

O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, na própria
SEC, localizada na Rua da Ajuda, número 5, 13º andar. Para consultorias
presenciais é necessário agendar horário por telefone ou e-mail.

*AGENDE SUA CONSULTORIA E TIRE SUAS DÚVIDAS*

NÚCLEO ELABORAÇÃO DE PROJETOS

*eapcult.editais@gmail.com*

(21) 2333.4107



NÚCLEO PRODUÇÃO CULTURAL, MARKETING CULTURAL E MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS

*eapcult.producao@gmail.com*

(21) 2333.4108
*ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL*
SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA DO RIO DE JANEIRO
*www.cultura.rj.gov.br*
*www.sec.rj.gov.br*

(21) 2333.14 09
(21) 2333.13 96


[image: rodape.png]

--
*Escritório de Apoio à Produção Cultural | EAPCult*
Coordenadoria de Economia Criativa
Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro
(21) 2332-9727/(21) 2332-9942 (fax)

14:49 06/02/2011 Indiciamento de seguranças de supermercado é conquista na luta contra o racismo, avalia ativista Daniel Mello Repórter da Agência Brasil São Paulo – O indiciamento por tortura de cinco seguranças que espancaram o vigilante Januário Alves de Santana no estacionamento do supermercado Carrefour é uma conquista na luta contra o racismo, segundo o coordenador do departamento jurídico do Instituto do Negro Padre Batista, Sinvaldo Firmo. A organização tem um convênio com a Defensoria Pública de São Paulo para atender casos de crimes de discriminação racial. Januário é negro e foi espancado pelos seguranças do supermercado, em Osasco, na grande São Paulo, ao tentar entrar no seu próprio carro, uma Ecosport. O crime ocorreu em agosto de 2009, mas somente nesta semana a polícia indiciou cinco dos envolvidos. Segundo o delegado do 9º Distrito Policial de Osasco, Léo Francisco Salem Ribeiro, falta apenas a decisão judicial a respeito de um habeas corpus, impetrado por um sexto envolvido, para que o inquérito seja concluído. De acordo com o delegado, o crime de tortura foi configurado com base nos relatos e nas provas materiais colhidas durante a investigação. Sinvaldo afirma que o indiciamento tem valor simbólico por ser algo ainda raro no país. “Acho que tem uma importância muito forte para a nossa luta contra o racismo no Brasil”, ressaltou. Na opinião dele, resta agora ver como será a atuação do Ministério Público no caso e a decisão final da Justiça. O Carrefour informou, por meio de nota, que afastou os funcionários envolvidos no caso e que colaborou com as autoridades. Edição: Lílian Beraldo

14:49
06/02/2011
14:49
06/02/2011
Indiciamento de seguranças de supermercado é conquista na luta contra o racismo, avalia ativista
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O indiciamento por tortura de cinco seguranças que espancaram o vigilante Januário Alves de Santana no estacionamento do supermercado Carrefour é uma conquista na luta contra o racismo, segundo o coordenador do departamento jurídico do Instituto do Negro Padre Batista, Sinvaldo Firmo. A organização tem um convênio com a Defensoria Pública de São Paulo para atender casos de crimes de discriminação racial.
Januário é negro e foi espancado pelos seguranças do supermercado, em Osasco, na grande São Paulo, ao tentar entrar no seu próprio carro, uma Ecosport. O crime ocorreu em agosto de 2009, mas somente nesta semana a polícia indiciou cinco dos envolvidos.
Segundo o delegado do 9º Distrito Policial de Osasco, Léo Francisco Salem Ribeiro, falta apenas a decisão judicial a respeito de um habeas corpus, impetrado por um sexto envolvido, para que o inquérito seja concluído. De acordo com o delegado, o crime de tortura foi configurado com base nos relatos e nas provas materiais colhidas durante a investigação.
Sinvaldo afirma que o indiciamento tem valor simbólico por ser algo ainda raro no país. “Acho que tem uma importância muito forte para a nossa luta contra o racismo no Brasil”, ressaltou. Na opinião dele, resta agora ver como será a atuação do Ministério Público no caso e a decisão final da Justiça.
O Carrefour informou, por meio de nota, que afastou os funcionários envolvidos no caso e que colaborou com as autoridades.

Edição: Lílian Beraldo
contra o racismo, avalia ativista
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O indiciamento por tortura de cinco seguranças que espancaram o vigilante Januário Alves de Santana no estacionamento do supermercado Carrefour é uma conquista na luta contra o racismo, segundo o coordenador do departamento jurídico do Instituto do Negro Padre Batista, Sinvaldo Firmo. A organização tem um convênio com a Defensoria Pública de São Paulo para atender casos de crimes de discriminação racial.
Januário é negro e foi espancado pelos seguranças do supermercado, em Osasco, na grande São Paulo, ao tentar entrar no seu próprio carro, uma Ecosport. O crime ocorreu em agosto de 2009, mas somente nesta semana a polícia indiciou cinco dos envolvidos.
Segundo o delegado do 9º Distrito Policial de Osasco, Léo Francisco Salem Ribeiro, falta apenas a decisão judicial a respeito de um habeas corpus, impetrado por um sexto envolvido, para que o inquérito seja concluído. De acordo com o delegado, o crime de tortura foi configurado com base nos relatos e nas provas materiais colhidas durante a investigação.
Sinvaldo afirma que o indiciamento tem valor simbólico por ser algo ainda raro no país. “Acho que tem uma importância muito forte para a nossa luta contra o racismo no Brasil”, ressaltou. Na opinião dele, resta agora ver como será a atuação do Ministério Público no caso e a decisão final da Justiça.
O Carrefour informou, por meio de nota, que afastou os funcionários envolvidos no caso e que colaborou com as autoridades.

Edição: Lílian Beraldo

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Feito a Mão

Todo Artesão produz seus produtos com habilidades especificas manuais, feito a mão, e isso quando de forma cultural, começa pela necessidades de subsistência e ausência de mecanismos academicos que beneficiem esse profissional na sua pratica e lida diaria, de forma democlatica e sem imposições. Sendo assim esses produtos propriedade imaterial da humanidade e repassar esses conhecimentos não depende da boa vontade das elites que não conseguiram vagas em muitinacionais e definem como trabalho a vida de atravessador de mercadorias agregando valor simbolico, dado o fato de ser através deles a unica possibilidade de comercio sem ser considerado criminoso, mas de quem precisa desse meio como forma de subsistencia. a ver que import direito a possibilidade de comercializar produtos como capim que nasce em qualquer lugar e pose ser colhido e trabalhado por qualquer um uma forma de preconceito que o Brasil ainda mantem e deseja ver os seus conterraneos não como Brasileiros movidos pela cultura, mas como serviçais de alguns.

64 edifícios com imóveis de nível médio e alto luxo

Repassando...

Em estado de abandono, apartamentos da Vila do Pan serão leiloados

Valor Econômico, Paola Moura, 02/fev

Legado do Pan-Americano de 2007 para a cidade do Rio de Janeiro e exemplo do
que a cidade não quer que se repita nas Olimpíadas de 2016, a Vila do Pan
terá 129 apartamentos leiloados hoje. Os imóveis, que têm entre 60 e 100
metros quadrados e de um a quatro quartos, foram devolvidos pelos seus
compradores. Atualmente, 1.480 apartamentos, construídos em 17 prédios,
menos de 50% estão habitados.

Quando foi lançado, em 2005, o condomínio fora considerado um recorde no
mercado imobiliário nacional: na ocasião, 95% de seus 1.480 apartamentos
foram vendidos em poucas horas. No entanto, até hoje, a Agenco - responsável
pela obras - e a Caixa Econômica Federal enfrentam uma série de processos de
donos dos imóveis da Vila do Pan por problemas na finalização da obra. O
portal e um shopping center prometido na entrada do condomínio nunca foram
construídos e parte do terreno chegou a afundar por se tratar de área
arenosa, mas danificando apenas a área útil. Cerca de 500 mutuários se
negaram a receber as chaves e entraram na Justiça para tentar reaver a
entrada já paga porque levaram um susto ao conhecer o saldo devedor na hora
de ocupar seus imóveis. Entre eles o ex-jogador Romário que adquiriu 11
apartamentos no empreendimento.

Os imóveis estão sendo leiloados com preços mínimos entre R$ 148 mil e R$
486 mil. Segundo o leiloeiro João Emília, os preços estão até 50% mais
baratos que o mercado. No entanto, numa rápida pesquisa nos sites de vendas
de imóveis, há apartamentos com a mesma metragem, numa área próxima, Avenida
Abelardo Bueno, onde está o Rio2, com preços inferiores ao do leilão.

A Carvalho Hosken, empresa responsável pela construção dos 44 prédios, com
2.800 apartamentos, da Vila Olímpica promete não repetir o exemplo do Pan.
"Nós já construímos dois bairros dentro da Barra da Tijuca, temos
experiência", afirma o assessor da presidência da empresa, Henrique Caban.
Os dois bairros são o Rio 2 e a Península. O último, ainda em expansão mas
que vai chegar a ter 64 edifícios com imóveis de nível médio e alto luxo, é
considerado um sucesso de vendas na cidade.

"Ainda estamos montando a estratégia. Mas não vamos vender tudo de uma vez,
para não depreciar o mercado", conta Caban. Como a entrega tem de ser feita
até o início de 2016, a Carvalho Hosken planeja colocar os apartamentos à
venda aos poucos, como vem fazendo na própria Península.

Para Caban, diferentemente da Vila do Pan, que fica em uma área degradada e
sem atrativos, a área da Vila Olímpica será valorizada porque lá serão
construídos o Parque Olímpico Rock in Rio, que será permanente, e o Museu do
Futebol, entre outros equipamentos e onde haverá a expansão do Riocentro. Do
cerca de um milhão de metros quadrados da Vila, apenas 400 mil metros terão
edificações. O valor total do empreendimento está orçado em R$ 2,5 bilhões e
o terreno, de propriedade da Carvalho Hosken, está avaliado entre R$ 600
milhões e 700 milhões

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"A África do Sul não está livre do apartheid"

Raiz Africana | janeiro 25, 2011 at 12:04 pm | Categorias: apartheid, África do
Sul, Desmond Tutu, Nelson Mandela, Nobel da Paz, racismo, Segregação |
Categories: África, Personalidades | URL: http://wp.me/pwf9Z-uQ

Por Nontombi Naomi Tutu
Filha de Desmond Tutu - respeitada ativista de direitos humanos - diz que o
poder econômico continua com os brancos e que os negros ainda vivem segregados
Solange Azevedo
Nontombi Naomi Tutu, 50 anos, fala de maneira eloquente sobre a própria história
e sobre a sólida experiência como ativista de direitos humanos. Terceira filha
do arcebispo anglicano Desmond Tutu - ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1984
pela luta contra o apartheid -, Nontombi lecionou em universidades como a de
Cidade do Cabo, na África do Sul, e de Hartford e Connecticut, nos Estados
Unidos. Atualmente, é consultora de ONGs internacionais que combatem a violência
contra a mulher e dão suporte para famílias devastadas por doenças como Aids e
câncer em países africanos. Mãe de dois filhos, Nontombi vive atualmente em
Nashville, capital do Estado americano de Tennessee. "O fim do apartheid não
trouxe benefícios econômicos para a maior parte da população negra", disse à
reportagem de ISTOÉ. "Quem viveu sob o regime do apartheid sabe que, apesar de a
Constituição sul-africana pregar que todos são iguais, as coisas a inda não são
bem assim." A seguir, os principais trechos da entrevista.
ISTOÉ - A segregação racial ainda é forte na África do Sul?
NONTOMBI NAOMI TUTU - Infelizmente, sim. A África do Sul não está completamente
livre do apartheid. O racismo ainda existe e é muito forte. Mas isso não é uma
surpresa porque somos uma democracia jovem. Nossa primeira eleição democrática
ocorreu apenas 17 anos atrás. Além disso, o fim do apartheid não trouxe
benefícios econômicos para a maior parte da população negra. Diversas gerações
cresceram aprendendo que os negros eram menos seres humanos do que os brancos e
viveram segregadas durante décadas. Isso não se muda de uma hora para outra.
Quem viveu sob o regime do apartheid sabe que, apesar de a Constituição
sul-africana pregar que todos são iguais, as coisas ainda não são bem assim.
ISTOÉ - O combate ao racismo foi ineficaz?
NONTOMBI NAOMI TUTU - O papel da Comissão de Reconciliação e Verdade, de certa
maneira, foi mostrar o significado do apartheid para o povo sul-africano e
quanto ele desumanizou as pessoas. O trabalho foi bom, uma tentativa bastante
corajosa de lidar com a população e suas expectativas pós-conflito. Mas não
ocorreu nenhum milagre. Foi um bom e importante primeiro passo. Acho que a
comissão deveria ter funcionado por mais tempo, já que os efeitos do apartheid
ainda estão muito fortes e presentes nas relações sociais ainda hoje. A maior
parte dos negros continua nos mesmos distritos em que viviam durante o apartheid
e a grande maioria das crianças negras continua em escolas segregadas. Com isso,
as possibilidades futuras de disputarem vagas com os brancos no mercado de
trabalho ou mesmo de abrirem negócios próprios ficam muito limitadas. Além
disso, muitas das pessoas que comandaram atroc idades não foram
responsabilizadas.

ISTOÉ - Analistas dizem que a "nação arco-íris", termo defendido pelo seu pai, é
um conto de fadas. A sra. concorda?

NONTOMBI NAOMI TUTU - Não concordo plenamente. A nação arco-íris é um sonho que
ainda não foi alcançado. É verdade que a miscigenação não é uma realidade. Mas
percebo que há diversos lugares em que as pessoas estão tentando fazer da África
do Sul um país de diversidade.

ISTOÉ - Principalmente por causa do apartheid econômico, o papel de Nelson
Mandela tem sido questionado nos últimos tempos...

NONTOMBI NAOMI TUTU - É verdade que o poder econômico permanece nas mãos dos
homens brancos e que a democratização da economia não ocorreu. Esse foi um dos
fracassos da transição política. Mas Nelson Mandela exerceu um papel incrível e
a sua importância para a África do Sul não pode ser minimizada. Deveríamos, sim,
ter dado mais importância para o apartheid econômico - e não apenas para o
apartheid político e racial. Mas isso não significa que Mandela fez pouco. Ele
nos moveu em direção à esperança. Quando ele foi eleito, muita gente achou que
haveria conflito racial no País, e não houve. Por isso, a luta de Mandela pela
reconciliação entre brancos e negros foi fundamental.

ISTOÉ - Recentemente, houve episódios de xenofobia quando imigrantes de países
vizinhos foram mortos na África do Sul. A sensação de conflito é iminente?

NONTOMBI NAOMI TUTU - Isso está ocorrendo em vários países, e não apenas na
África do Sul. O que nos deixa numa posição mais frágil é sermos uma democracia
recente. Mas nosso povo é bastante resiliente e corajoso. Não fomos destruídos
pelo apartheid e não acredito que seremos destruídos agora. Culpar os
estrangeiros pelas altas taxas de desemprego é um caminho mais fácil do que
perguntar por que os nossos serviços não funcionam bem. Hoje, a África do Sul
não tem um líder político forte o suficiente para dizer que isso não é aceitável
no País.

ISTOÉ - Assim como em outros países, as mulheres sul-africanas ainda são
tratadas como cidadãs de segunda classe?

NONTOMBI NAOMI TUTU - A África do Sul continua sendo um país extremamente
patriarcal. A ideia de que o homem tem o direito de fazer o que achar que é
correto com sua esposa, suas filhas e com as outras mulheres da sociedade ainda
é muito forte. Por isso, as taxas de violência doméstica e sexual são
altíssimas. A Constituição sul-africana, em termos de acesso e direitos, é uma
das melhores do mundo. Mas ela não é respeitada. Além de ser um problema de
saúde pública, a pandemia de Aids também é uma questão de gênero porque as
mulheres são infectadas por seus parceiros e têm desenvolvido a doença mais cedo
do que os homens. O impacto social disso é enorme. Há muitas mulheres criando
netos ou filhos de vizinhos porque os pais das crianças morreram em decorrência
da Aids.

ISTOÉ - Como foi crescer na África do Sul, durante o apartheid, sendo negra e
mulher?

NONTOMBI NAOMI TUTU - Ser considerada uma cidadã incompleta e menos ser humano
do que as outras pessoas é muito duro. Cresci vendo placas espalhadas por
diversos lugares onde os negros não podiam entrar ou onde havia espaços
reservados para os brancos. A exclusão é dolorosa. Eu tinha 6 anos e meio
quando, junto com a minha irmã, fui estudar num país vizinho. Meus pais eram
privilegiados porque tiveram a opção de nos mandar para fora e evitar que
permanecêssemos num sistema educacional excludente e que privilegiava os
brancos. Sei que tive sorte, mas naquela idade eu achava que não era um
privilégio ficar tão longe dos meus pais e ter a oportunidade de vê-los apenas
três vezes ao ano. Por ser mulher, o desafio era maior. E ainda é hoje em dia.

ISTOÉ - Inclusive na sua família?
NONTOMBI NAOMI TUTU - Sim. O meu avô dava muito mais importância para o meu
irmão do que para mim e para as outras netas. Isso pode parecer irrelevante
hoje, mas quando eu era pequena não era. O que acontecia na minha casa era comum
em toda a comunidade. Nas escolas, os meninos eram encorajados a agir com
franqueza e ser comunicativos. Mas se as meninas tivessem as mesmas atitudes
eram consideradas mal-educadas. Certas características que eram vistas como
positivas nos meninos eram questionáveis nas meninas.

ISTOÉ - Ser filha de Desmond Tutu foi um desafio?
NONTOMBI NAOMI TUTU - Durante a minha infância, meu pai não era famoso
mundialmente. Cresci sendo a filha de um sacerdote e rodeada por pessoas que
tinham uma série de expectativas sobre como eu deveria me comportar e que tipo
de pessoa eu deveria ser. Elas cobravam, por exemplo, que eu me engajasse em
grupos religiosos. Quando a minha família se mudou para a Inglaterra e entrei
numa escola de lá, muitos alunos achavam que eu deveria me tornar líder de
alguma organização cristã. Mas eu não tinha o menor interesse nisso. Ser filha
de Desmond Tutu, por outro lado, também me trouxe uma série de oportunidades -
como a de estudar fora da África do Sul e conhecer pessoas que pensavam e agiam
de maneiras diferentes.

ISTOÉ - Quanto se perde quando uma pessoa é julgada pela cor da pele ou pelo
sexo?

NONTOMBI NAOMI TUTU - A perda não é apenas individual, é coletiva. Quem é
oprimido perde porque suas oportunidades ficam limitadas. Mas a sociedade também
perde porque desperdiça o verdadeiro potencial dessas pessoas. Cresci com
pessoas inteligentíssimas na África do Sul que tiveram suas possibilidades
cerceadas por causa do apartheid. Quem essas pessoas seriam hoje se tivessem
tido as mesmas oportunidades que as crianças brancas? O que elas teriam dado de
retorno para a África do Sul e para o mundo?

ISTOÉ - Como o preconceito e a discriminação são construídos socialmente?
NONTOMBI NAOMI TUTU - Todo mundo cresce aprendendo que negros não são boas
pessoas. Os estereótipos são reforçados diariamente pela mídia e nas conversas
que temos em casa ou fora dela. Recentemente, um amigo do meu filho suspeitou
que ele tivesse roubado um cartão de crédito só porque é negro. Onde esse amigo
aprendeu que negros são assaltantes? Mensagens de que a maioria dos negros é
criminosa e de que a maioria dos criminosos é negra estão todos os dias na
mídia. Isso acaba gerando insegurança de ambos os lados.

ISTOÉ - Qual foi a sua experiência mais forte com relação ao racismo?
NONTOMBI NAOMI TUTU - Costumo dizer que a mais forte é sempre a mais recente. E
foi justamente esse episódio envolvendo o meu filho, de 13 anos. Ele chegou em
casa arrasado. É doloroso perceber que não podemos proteger nossos filhos desse
tipo de experiência. Conversei com a mãe do garoto porque conheço a família e
sabia que ela não estava educando o menino daquela maneira. Ela colocou os dois
frente a frente para fazer as pazes e o filho dela pediu desculpas para o meu
filho e para mim. Por alguma razão, o ser humano tem a necessidade de se sentir
melhor do que os outros e de projetar os seus demônios.


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Jurerê Internacional perde permanentemente o selo de qualidade Bandeira Azul

Jurerê Internacional perde permanentemente o selo de qualidade Bandeira Azul na quinta-feira
Posted by Fabiano Barretto on 02/02/2011 in Brasil, Santa Catarina | 2 comments
Em novembro, a bandeira foi arriada por dez dias após a constatação de lixo amontoado próximo às passarelas. No início do mês, o IAR fez outra vistoria e detectou mais problemas, como a existência de lixo em frente a restaurantes.
A prefeitura foi comunicada e providenciou ações imediatas, mas não conseguiu garantir o cumprimento dos critérios a longo prazo.

28/01/2011
Jurerê Internacional perde permanentemente o selo de qualidade Bandeira Azul na quinta-feira
Vistoria realizada na praia verificou descumprimento recorrente de critérios para certificação

http://www.flickr.com/photos/jurereinternacional/4910591031/in/photostream/

Fernanda Peres e Juliana Sakae | fernanda.peres@diario.com.br
Uma vistoria realizada na quinta-feira em Jurerê Internacional, em Florianópolis, levou à retirada permanente do selo internacional de qualidade Bandeira Azul. O cancelamento foi decidido pelo coordenador do programa no Brasil depois de verificado o não-cumprimento, por três vezes seguida, de critérios estabelecidos para a certificação.
Segundo o comunicado do Instituto Ambiental Ratones (IAR), responsável pela fiscalização dos balneários brasileiros com a bandeira, problemas de gestão, fiscalização e comunicação estão entre os apontados para retirada da certificação. A prefeitura, que é responsável pela manutenção da praia, havia sido notificada em outras vistorias.
O Diário Catarinense procurou o secretário municipal de Turismo, Cultura e Esportes recém-empossado, Marcio José Pereira de Souza, que desconhecia da retirada do selo. Ele afirmou que irá se pronunciar na segunda-feira.
Em novembro, a bandeira foi arriada por dez dias após a constatação de lixo amontoado próximo às passarelas. No início do mês, o IAR fez outra vistoria e detectou mais problemas, como a existência de lixo em frente a restaurantes.
A prefeitura foi comunicada e providenciou ações imediatas, mas não conseguiu garantir o cumprimento dos critérios a longo prazo. A partir de agora, no Brasil, apenas a praia do Tombo, no litoral paulista, e a Marina Meliá, no Rio de Janeiro, têm o certificado.
Critérios exigidos
Para ganhar a Bandeira Azul, a praia precisa cumprir uma lista de 33 critérios (veja na tabela abaixo). A avaliação para definir se uma praia ganhará ou não o selo de qualidade começa com um júri nacional, composto pelo Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Turismo, Secretaria de Patrimônio da União e ONGs como a Abramar e a BrasilCruise. Depois, toda a documentação é enviada a um júri internacional, que dá a palavra final sobre a concessão do certificado.
Critérios para obter a Bandeira Azul:
— Informações sobre o Programa Bandeira Azul devem ser disponibilizadas
— Atividades de educação ambiental devem ser promovidas e oferecidas aos usuários da praia
— Informações sobre a qualidade da água de banho devem estar disponibilizadas
— Informações relacionadas a ecossistemas costeiros, fenômenos naturais, áreas naturais sensíveis e áreas de importante valor cultural ser disponibilizadas
— Um mapa que mostre os limites da Praia Bandeira Azul e a localização dos serviços e equipamentos existentes na praia deve ser disponibilizado
— Código de Conduta na área da praia, leis e normas de uso devem estar disponibilizados
— A praia deve atender aos requisitos de freqüência mínima de análise de água
— A praia deve aplicar métodos confiáveis de análise de água e ter histórico de qualidade
— Descargas de águas residuais, industriais ou urbanas não devem afetar a praia e área de banho
— A qualidade da água da praia deve atender aos requisitos de padrão de excelência da legislação nacional
— A praia deve atender ao padrão de qualidade Bandeira Azul para os parâmetros físico-químicos (pH 6 a 9, água sem camadas visíveis de óleo na superfície e sem odores, praia monitorada com relação a contaminação por óleo, etc)
— Um comitê de gestão da praia deve ser estabelecido
— A praia deve estar de acordo com todas as regulamentações que influenciam e gestão da praia
— A praia deve estar limpa (incluindo trilhas, estacionamentos e acessos)
— Algas ou outra vegetação devem ser deixadas para se degradarem na praia
— Existência de recipientes para lixo na praia, em bom estado de conservação, seguros e em número adequado, regularmente esvaziados e limpos
— Estruturas para receber lixo reciclável devem estar disponíveis na praia
— Existência de instalações sanitárias e chuveiros em número suficiente
— Os sanitários devem estar em boas condições de higiene
— Os sanitários devem ter destino final adequado dos dejetos e das suas águas residuais
— Não deverá existir camping não autorizado, circulação de veículos e depósito de entulhos não autorizados
— Normas relativas a cães e outros animais domésticos na praia devem ser obrigatórias
— Todas as edificações e equipamentos na praia devem estar em boas condições de conservação
— Os recifes de corais localizados nas proximidades da praia devem ser monitorados
— Meios de transporte sustentáveis devem ser estimulados na área da praia
— Um número adequado de salva-vidas deve estar disponível na praia
— Equipamentos de primeiros-socorros devem estar disponíveis na praia
— Existência de planos de emergência para combater riscos por acidentes de poluição
— Existência de um plano de gerenciamento para diferentes usuários e usos da praia para evitar conflitos e acidentes
— Existência de medidas de proteção e acesso seguro dos usuários da praia
— Existência uma fonte de água potável disponível na praia
— Pelo menos uma praia do município deve estar equipada para receber pessoas com necessidades especiais
— Policiamento na área da praia
Fonte: Projeto Bandeira Azul — Instituto Ambiental Ratones

Veja 2/01/2011 pag 36 coluna holofotes criticas.

MEGANHA É PESSOAS QUE VIVEM DO SALARIO MINIMO. POPULAR ESCLUIDO DO DICIONARIO
pode ser isso?
ou . meganha
Enviado por Steagall-Condé (PR) em 19-05-2009. Clique aqui se você CONCORDA com essa definição! 48 sim, 10 não Clique aqui se você NÃO CONCORDA com essa definição!

"MEGANHA", origina-se da gíria "ME GANHA", dita por foras-da-lei, dita no sentido desse mesmo alguém ser preso;

Com o tempo, a frase foi recombinada e passou à significar um oficial da PM (Polícia Militar) fardado e, consequentemente, armado, com "ares" de violento ou intolerante (ou ambos).

A gíria é baseada em SP (No RJ, o termo análogo é "ALEMÃO" )

"Não vacila, senão, um rato desses baixa lá e ME GANHA!"

"Ontem eu ví uns meganha monstrão, de meter medo!"

"Tá vendo aquele barzinho alí? Vive bufado de meganha..."

"Os meganha estão todos na rua, alucinando à milhão!"

O interessante é a escrita que dissuasão física como algo que seria normal, a ver que os caras que bateram no mendigo em São Paulo acharam isso uma Brincadeira. E esses serão os que estarem a frente de cargos e revistas importantes como advogados que pregam morte a nordestinos e negros que poderiam restar como promotores e juízes. Acho que o asfalto é que tem que se agregar a favela e vé algo de bom alé de explorar o Carnaval e outras culturas como se contracções suas, já que não tem nenhum apelo de hereditariedade europeia.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Repassando

Política dos pobres da PMRJ: Nota dos Conselhos Regionais de Psicologia (5ª) e Serviço Social (7ª)

Os Conselhos Regionais de Psicologia – 5ª Região e de Serviço Social – 7ª Região, em consonância com a Política de Direitos Humanos defendida pelas atuais gestões destas autarquias e naquilo que é determinado pelas prerrogativas legais enquanto órgãos fiscalizadores das profissões de Psicólogo e Assistente Social, realizou no período de julho a novembro de 2010, fiscalizações na Rede de Assistência à População de Rua, a saber: Abrigo Rio Acolhedor Paciência; Abrigo Maria Thereza Vieira (Praça Seca); Centro de Acolhimento Adailza Spozatti (Realengo); Centro Municipal de Acolhimento Plínio Marcos (São Cristóvão), Central de Recepção de Adultos e Famílias Tom Jobim e Unidade Municipal de Acolhimento Stella Maris (ambos na Ilha do Governador).
Considerando as condições gerais físicas e estruturais, de trabalho das equipes técnicas e da relação construída com a população atendida, estes Conselhos vêm, através deste Relatório, denunciar o total descumprimento do Decreto nº 7.503/ 2009 que institui a Política Nacional para População em Situação de Rua, conforme descrição detalhada abaixo.
1) Abrigo Rio Acolhedor Paciência: a população atendida é composta por adultos de ambos os sexos. Destaca-se a super lotação e inadequação da estrutura física, tendo em vista que o local era um espaço escolar, no qual foi improvisado um Abrigo sem nenhum preparo para esta finalidade. Como exemplo, podemos citar a Ala masculina onde todos os homens dormem em colchonetes dispostos no chão de um grande galpão. Muitos deles possuem doenças infecto-contagiosas,não havendo equipe de saúde no local para a assistência aos mesmos e, também, foi verificada a dificuldade encontrada pela equipe de articulação com a rede de saúde da região. Além destas, verificamos a falta de preparo da equipe técnica pela indefinição sobre a natureza do equipamento de acolhimento por parte da Gestão. Observamos, também, número de banheiros insuficientes e em péssimas condições e falta de ventilação nos quartos. Causa-nos preocupação o fato da instituição estar localizada próxima a um ponto de comércio de drogas ilícitas e o perfil dos residentes, onde segundo a equipe técnica, há um grande índice de dependentes químicos (cerca de 70% da população), destaque especial para dependência de crack.
2) Abrigo Maria Thereza Vieira (Praça Seca): a população atendida é composta por grupos familiares. Destaca-se a total falta de higiene do local, que conta somente com um profissional para limpeza de todo o estabelecimento. Os banheiros estavam alagados, imundos e em numero insuficiente para uso. Havia lixo por toda parte, inclusive nos telhados, fezes humanas nos corredores e pátio, onde havia crianças circulando. Os quartos, que são distribuídos por família, também estavam muito sujos e em alguns casos as pessoas dormiam em colchonetes no chão. Apesar de o espaço ser amplo e arborizado, existem locais com o piso quebrado e uma área interditada pela Defesa Civil devido ao risco de desabamento da encosta,tornando o espaço perigoso para os residentes. Preocupa-nos o fato pelo mesmo ser uma instituição de acolhimento de família, contando com muitas crianças e gestantes. Segundo a Diretora da instituição, o Abrigo atende a 197 pessoas, das quais 110 são crianças e adolescentes, sem possuir para isso equipe técnica, educadores sociais e administrativos suficientes. No momento da fiscalização, ficou evidente a falta de profissionais no local, dando a impressão de total abandono. A Diretora relatou que todos os adultos possuem algum tipo de transtorno psiquiátrico e necessitam de atendimento especializado. Ressaltamos que não há equipe de saúde no local para a assistência aos mesmos, o que dificulta a continuidade do tratamento dos residentes junto à Rede de Saúde.
3) Complexo Stella Maris: o que estamos denominando Complexo é a conjugação de três equipamentos distintos no mesmo local, a saber: Central de Recepção de Adultos e Famílias Tom Jobim, Unidade Municipal de Acolhimento Stella Maris e o CREAS Stella Maris. Destacamos que os portões do Complexo permanecem trancados com corrente e cadeado. Ademais, considerando as distintas naturezas dos referidos equipamentos, há dificuldade de compreensão das finalidades de cada equipamento, inclusive pelos funcionários, prejudicando o plano de trabalho das equipes técnicas.
3.1)Central de Recepção de Adultos e Famílias Tom Jobim (Ilha do Governador): toda estrutura é precária, insuficiente e sem higiene. Na Ala feminina há um amontoado de colchões no chão em quantidade insuficiente para as residentes. Não há porta, mas um “tapume” separando o espaço do pátio central, inviabilizando qualquer privacidade por parte das mulheres. Na Ala masculina, a situação é mais grave. Ocorre uma super lotação, com colchonetes espalhados pelo chão do salão central e, também, nos corredores do entorno. Todo ambiente é insalubre, estando os colchões em péssimo estado e em quantidade insuficiente. Apesar de relatos contrários, observamos a presença de mulheres alojadas na Ala masculina. No geral, os banheiros são insuficientes e com condições de higiene precárias. Destacamos a periculosidade do local, onde encontramos uma enorme quantidade de vidros quebrados espalhados pelos corredores das Alas e Pátio Central. Num canto, inclusive, encontramos grande quantidade de garrafas de cachaça. Tais fatos preocupam-nos devido ao clima de grande tensão observado durante a fiscalização entre os residentes e na relação destes com a equipe técnica. Segundo alguns funcionários já houve casos de linchamento entre os residentes e violência contra a equipe técnica. Apesar de ser uma Central de Recepção, segundo a Assessora do equipamento, a população atendida permanece por mais tempo do que o preconizado (acima de seis meses). Tal fato descaracteriza a natureza do equipamento e interfere na qualidade dos serviços prestados.
3.2) Unidade Municipal de Acolhimento Stella Maris: a população atendida é composta por adultos de ambos os sexos. Verificamos grande quantidade de residentes com transtornos psiquiátricos. A Ala masculina não apresenta condições de higiene adequadas. A Ala feminina apresenta melhores condições de higiene devido ao trabalho realizado pelas próprias residentes na limpeza. No geral, os banheiros são insuficientes e com condições de higiene precárias.
Destaca-se o projeto “Casa-Lar” para atendimento a 28 mulheres portadoras de transtornos psiquiátricos, sem a presença de uma equipe de saúde mental para o devido atendimento.
4) Centro de Acolhimento Adailza Spozatti (Realengo): a população atendida é composta por adultos do sexo masculino. É o Abrigo onde as condições de higiene encontram-se mais adequadas em comparação aos demais equipamentos fiscalizados. Não foi identificada nenhuma situação estrutural grave que mereça ser destacada.
5) Centro Municipal de Acolhimento Plinio Marcos (São Cristóvão): a população atendida é composta por adultos do sexo masculino. Destacamos que o Abrigo localiza-se embaixo do viaduto de São Cristóvão. Verificamos muitas rachaduras e infiltrações que provavelmente são decorrentes da constante trepidação provocada pela passagem dos veículos no viaduto. No geral, as condições de higiene são precárias, em especial nos banheiros. Observaram-se, também, alguns casos de pacientes psiquiátricos e dependentes químicos.
A partir do relato acima, percebemos que algumas questões são comuns a todos os equipamentos e que, possivelmente, estão relacionadas à forma de gestão do poder público, que evidencia um tratamento de total inadequação em relação ao Decreto Federal nº 7.503/ 2009. Tudo indica que a atual estrutura de serviços disponibilizada pelo município do Rio de Janeiro opera mais em função de continuidade de uma política truculenta de “choque de ordem” e de retirada destes indivíduos das ruas, do que na promoção de ações efetivas de asseguramento dos direitos inerentes a uma verdadeira condição de cidadania. Neste sentido destacamos:
1) Insuficiência de profissionais para o atendimento adequado aos residentes abrigados;
2) Falta de condições mínimas de trabalho para equipe técnica desenvolver um trabalho adequado junto à população atendida, tanto no que tange às condições estruturais quanto a capacitação profissional.
3) Total dependência da rede pública de serviços e dificuldade de articulação com a mesma. Destacamos a rede de saúde, pela quantidade de residentes com transtornos mentais, dependência química, tuberculose, entre outras doenças infecto-contagiosas.
4) Condições estruturais insalubres que propiciam a proliferação de doenças infecto-contagiosas já existentes.
5) Falta de trabalho efetivo visando a desinstitucionalização do abrigado. Há casos de pessoas que nasceram e que percorreram toda a sua vida residindo em Abrigos. Foi observada, em praticamente todos os estabelecimentos, uma total ociosidade dos Abrigados.
6) Todos os Abrigos estão em regime de co-gestão (Prefeitura e Organizações Sociais), gerando problemas operacionais no cotidiano, inviabilizando, muitas vezes, a compra de materiais básicos de consumo e, em última instância, adequações necessárias das condições de trabalho da equipe técnica.

Colocamo-nos à disposição para quaisquer informações que se fizerem necessárias.
Respeitosamente,
Fátima da Silva Grave Ortiz
Presidente
CRESS – 7ª Região

Homens e mulheres comprometidos nesta luta que não é recente. parabens

Prezadas e prezados...

Acredito que muitos de vocês já conhecem a mobilização das mulheres negras
que interferiu na organização do Seminário que está acontecendo na Academia
Brasileira de letras. Para aqueles que não conseguiram ter acesso aos fatos
que desencadearam esta mobilização.....estou repassando todos os emails que
trocamos para que possam perceber a que ponto chegamos......Aproveito para
parabenizar a todas e todos os que se colocaram publicamente para a
empresa Organizadora do Evento.

*Data: 21 de janeiro de 2011 13:31*

*DE : CAMILA SANTO (PELO FACE)*

*PARA: ADRIANA BAPTISTA*

*Adriana,*

*Se você não reconhece que o motivo de não haverem mulheres este ano na
programação de nosso seminário nada tem a ver com preconceito contra
mulheres negras, apesar de eu ter apresentado argumentos consistentes,
coerentes e objetivos.*

*Se continua apresentando argumentos políticos que nada têm a ver com a
atividade social de nossa empresa, ou com a proposta do nosso evento.*

*Se você e as pessoas que compartilham sua visão não enxergam que seminários
são oportunidades para debates. E preferem organizar discursos e direcionar
a sua divulgação às pessoas que não aquelas responsáveis pelo que chamam de
"episódio triste"...ao invés de pura e simplesmente dizerem o que pensam,
para as pessoas-chave, aproveitando o nosso convite para iluminarem os
organizadores do IV Seminário Inserção e Realidade, e o público interessado
pelo tema que estará presente na Academia Brasileira de Letras (um cenário
de honra)...*

*A única coisa que me resta é supor que a intenção de vocês não está
direcionada em ampliar a mente das pessoas de nossa sociedade quanto à
relação entre o movimento de valorização das mulheres negras e as reflexões
sobre afro-descendência, e sim reclamar por não terem sido pessoalmente
convidadas a compor o grupo de palestrantes.*

*Pois você fala em serem "muitas", de "organização", mas a única coisa que
vejo são algumas poucas pessoas apresentando informações erradas sobre nós
de forma bastante conveniente. Vocês falam em "manifesto", de "luta
incansável", mas não se propõem a divulgá-los nem para aqueles de quem
reclama. Você disse que havia recebido vários e-mails e que gostaria de me
enviá-los para que nos manifestassemos. Nós nos manifestamos, com toda boa
vontade e abertura de espírito, e nenhum e-mail foi enviado.*

*Respeito o trabalho de vocês, que conheço pouco, e imagino que os curadores
do evento também. Mas que tipo de mudança esperam promover com este tipo de
postura?*

*Sinceramente, de mulher para mulher, o mundo não gira com reclamações, o
mundo gira com mudanças de paradigmas. *

*Se querem realmente transformar as pessoas que poderiam ser seus futuros
aliados, e que são nacionalmente respeitadas, em inimigos ideológicos, que
união espera para o movimento negro no Brasil? Se houver um dia, pelo visto,
não será com a contribuição de vocês.*

*Desculpe, mas enxergo uma realidade diferente da sua e de suas
companheiras. A ND Comunicação se sente uma produtora cultural que promove a
mulher negra, e vocês, enquanto mulheres negras, estão simplesmente
inventando uma exclusão.*

*Repito, haverão novas edições. E dessa vez, pela última, convido-as a
ampliarem nossas mentes com ações efetivas, com informações corretas, e com
uma postura mais feminina.*

*Nós mulheres podemos ser excluídas, mas nós fazemos o mundo. Nós criamos os
homens machistas do jeito que são.*

*A mudança do paradigma da superioridade masculina sempre esteve em nossas
mãos. Enquanto nos defendermos, não teremos aliados e seremos esquecidas.
Porque todo ser humano, seja mulher ou homem deseja apenas se integrar. E
quem integra o mundo são as mulheres.*

*Por fim, o mundo é feito de homens e mulheres. Será excludente enquanto,
nós excluídas do poder, não o chamarmos de "nosso".*



*Por favor, mostrem o melhor de vocês, e de seus argumentos, pelo menos, a
quem é sensível a isso. Ou sua luta será eterna mesmo.*



*Eu paro por aqui com o diálogo, porque não me senti ouvida, nem como
profissional, nem como mulher, e nem como ser humano.*

* *

* *

*Data: 21 de janeiro 21:15*

* *

*Sra. Camila Santo,*

*Você diz:*

*"Pois você fala em serem "muitas", de "organização", mas a única coisa que
vejo são algumas poucas pessoas apresentando informações erradas sobre nós
de forma bastante conveniente. Vocês falam em "manifesto", de "luta
incansável", mas não se propõem a divulgá-los nem para aqueles de quem
reclama. Você disse que havia recebido vários e-mails e que gostaria de me
enviá-los para que nos manifestassemos. Nós nos manifestamos, com toda boa
vontade e abertura de espírito, e nenhum e-mail foi enviado.*

*Respeito o trabalho de vocês, que conheço pouco, e imagino que os curadores
do evento também. Mas que tipo de mudança esperam promover com este tipo de
postura?*

*Sinceramente, de mulher para mulher, o mundo não gira com reclamações, o
mundo gira com mudanças de paradigmas. "*



*Como já havia dito antes, "de mulher para mulher", somos muitas! De A a Z!*

*Espero que este diálogo tenha contribuído para a sua reflexão!*

*Atenciosamente,*

*Adriana Baptista*

*Data: 21 Jan 2011 16:59

*

Querida Adriana e demais,

Realmente, as pessoas muitas vezes se superam, não há nenhuma justificativa
para a total falta de respeito com as mulheres negras que ao longo de sua
existência contribuiram e resignificaram com seu trabalho, dedicação,
persistência,generosidade,austúcia cada pagina da vida de cada um de nós.
homens e mulheres negras.

A minha proposta vai no sentido que a Petrobras e as demais organizações que
realizaram este evento, realizem um novo Seminário. "Negras, Mulheres,
Palavras, Letras e Ações" para Além do dia 14 de Maio...Acredito que pode
ser uma atividade nos mesmos moldes deste Semininario AfroMacho.

No mais, no que for possível será um prazer poder contribuir...

Afro abraços

Deise Benedito

*Data: 21/01/2011 20:27*
* *

*Sra Camila Santo,*

*Sua indignação com o posicionamento das mulheres negras que protestam
contra o evento organizado** **por sua empresa evidencia, mais do que seu
desconhecimento sobre o feminismo negro, sua prepotência e arrogância por
se sentir questionada e critica em seu fazer profissional.*

*As pessoas erram, e as(os) organizadoras(es) desse evento erraram em
permitir a formatação de uma edição sem a participação de mulheres como
palestrantes. Isso significa pensar que vocês não identificaram
pesquisadoras a altura dos pesquisadores homens por voces convidados. E esse
fato não corresponde sequer com a realidade local do Rio de Janeiro, quanto
mais em nível nacional, onde facilmente identificamos expertas nos temas
proposto.*

*Você tenta desmerecer nossa reivindicação apontando a participação de
mulheres em edições passadas. E nessa edição, o que impediu a participação
de mulheres pesquisadoras?*

*Tanto no que se refere ao tema do evento quanto ao momento atual, e
inaceitável a não participação de mulheres, ainda que seja em uma única
edição.*

*Ao invés de tentar desmerecer a pessoa de Adriana Baptista - feminista que
não necessita de sua autorização para gritar o machismo e o racismo do mundo
- você deveria dialogar com sua equipe de trabalho e analisar o ocorrido.
Ainda há tempo de vocês, minimamente, realizarem um evento condizente com as
questões colocadas pelos movimentos negros.*

*Não espere que seus convidados-homens-palestrantes concordem com nossas
reivindicações. O machismo garante a eles privilégios que muitos não estão
dispostos a abrir mão.*

*O evento da forma como está organizado representa um atraso para as
discussões das relações raciais e de gênero em nossa sociedade. Desse modo
seguira sendo objeto de nossa crítica e repúdio.*

*Atenciosamente,*

*Eliane Cavalleiro*

*Coordenadora Relações Internacionais da Associação Brasileira de
Pesquisadores(as) Negros(as) - ABPN*

*Data: 21 de Janeiro de 2011, 21:36*

Prezada Eliane,

Mais uma vez endosso suas palavras pela objetividade dos argumentos com que
busca educar pessoas para que um dia entendam a profundidade do impacto do
racismo patriarcal em suas escolhas.

Ainda quem nem todas as mentes se abram para as mudanças que este século XXI
exige, acredito que estamos - continuaremos - fazendo nosso trabalho.

Creio esta empresa, como tantas, se beneficiarão deste diálogo, ainda que
num primeiro momento a posição defensiva lhes impeça de dar o passo seguinte
e exercer com responsabilidade (social? racia? de gênero?) o ofício que,
imagino, devem realizar com competência...Descobrirão (espero que em breve)
as vantagens e a generosidade da provocação que receberam da companheira
Adriana Batista.

E, para o bem daquilo que o futuro espera que deixemos como herança,
mudarão...

Quanto a nós, sim, seguiremos lutando. E, sempre que necessário, chamando
atenção para a inaceitável renúncia do que somos e significamos e a
violência embutidas e-ou jogadas sobre nós mulheres negras em muitas
tentativas de silenciamento impostas sob argumentos de uma
pseudo-cumplicidade "de mulher para mulher" (sic).

Um abraço afetuoso,

Jurema Werneck


*Data:** 22 de janeiro de 2011 14:56

*

Oi Adriana,

Fico contente q a corrente de adesão esteja num crescente deste a nossa
troca de emails. Aliás, endosso totalmente a carta da Eliane Cavallero, mas
confesso q não entendi: qual é a ação q está sendo proposta? O endosso da
referida carta?

Abs,

Angélica Basthi

*Data: 22 Jan 2011 15:45*

Angélica,



A ação já está em curso, e isso que já está acontecendo, mobilização,
protesto, apoio e tudo mais, agora, espera-se que isso resulte em coisas
concretas, dos homens comprarem também essa briga (estão mudos até agora),
principalmente os palestrantes (que podem não estar sabendo), é verdade. Não
estavam, agora já sabem poi eu tive o cuidado de copiar para todos os seis.



Quanto os organizadores cabe um pedido desculpas, mudar a composição das
mesas incluindo o sexismo na pauta das discussões e, se tiverem coragem, que
eu duvido, convidar para esse debate, algumas da mulheres que estão
protestando sobre esse assunto. Adriana Baptista por exemplo.



Isso melhora mas não resolve, temos que ser paranoicamente cuidadosos com
questões como sexismo e racismo. Qualquer vacilo nessas áreas precisam ser
tratados como coisas intoleráveis.





* *

*Data:** 22 de janeiro de 2011 18:18

*

Oi Gá. Estive viajando e não estou acompanhando a agenda de mobilização e
protestos. Bacana vc ter incluído os palestrantes convidados neste grupo de
emails.

De qualquer forma, seria tb bacana se a Adriana disponibilizasse o email da
pessoa organizadora do evento, a Camila.

Poderíamos tanto endossar a carta da Eliane ou cada um escrever seu
posicionamento como reforço das ações já em curso e enviar p/ esta senhora.


Um abraço,

Angélica

*Data:** 22 de janeiro de 2011 18:14

*

Amigas e amigos. Concordo com o protesto, embora seja apenas convidado a
uma das mesas. Proponho usarem o meu tempo de intervenção, não faço questão
de falar. Essa substituição pode ser combinada previamente com a organização
do evento ou, simplesmente, ser feita na hora. Um abraço e tomra que dê
certo. Joel Rufino.

* *

*Data:** 23 de janeiro de 2011 11:54

*

*Prezada Senhora Camila,*



*Lendo as respostas das companheiras ao seu email, me senti contemplada,
mais não poderia deixar de destacar as frases que me chamaram atenção e que
me motivaram a contribuir com as respostas já externadas no corpo deste
email:*



* Email Camila: "A única coisa que me resta é supor que a intenção de vocês
não está direcionada em ampliar a mente das pessoas de nossa sociedade
quanto à relação entre o movimento de valorização das mulheres negras e as
reflexões sobre afro-descendência, e sim reclamar por não terem sido
pessoalmente convidadas a compor o grupo de palestrantes."*



*Lendo as mulheres copiadas neste email...algumas companheiras incansáveis e
de longa data...percebi o seu desconhecimento "de causa".....além de ter
ficado clara a sua posição defensiva (mencionada pela companheira Jurema
Werneck) diante de uma simples crítica construtiva à organização deste
evento. A maioria das mulheres copiadas nesta lista já ocuparam e ainda
ocupam espaços de maior empoderamento e visibilidade do que a posição de
palestrante oferecida por esta empresa no seminário em questão (não
desmerecendo o evento). Para ficar "claro", somos mulheres sérias, maduras
e respeitadas nacionalmente e não foi utilizando este tipo de artifício que
conquistamos tal posição e sim pela competência no trabalho que
desenvolvemos. *



*Compreendo e respeito o direito de expressar sua suposição e me reservo
também o direito de supor que ao se posicionar desta maneira (nos atacando),
voce esta apenas defendendo os seus interesses pessoais nesta empresa,
que como todas as outras opera sob a lógica mercadológica. O que eu
considero lamentável...porque nós estamos acima disso.*



*Email Camila: Sinceramente, de mulher para mulher, o mundo não gira com
reclamações, o mundo gira com mudanças de paradigmas. *



*Em 1687, Sir Isaac Newton publicou seu livro sobre as leis do movimento. A
primeira lei diz: um corpo em movimento continuará a se mover até que alguma
força atue sobre ele. O oposto é verdadeiro: se um corpo está parado,
continuará parado até que uma força atue sobre ele. Chamamos isso de
inércia. *



*A coisa que empurrou a Terra parece ter sido a Lua. Sem esse choque, a
velocidade de rotação da Terra seria muito pequena, como em Vênus, onde um
dia dura um ano. **Isso** é só para lembrar de fato como...e porque o mundo
gira......**as mudanças de paradigmas são as conseqüências naturais das
forças envolvidas na inércia**.*





*Email Camila: Se querem realmente transformar as pessoas que poderiam ser
seus futuros aliados, e que são nacionalmente respeitadas, em inimigos
ideológicos, que união espera para o movimento negro no Brasil? Se houver um
dia, pelo visto, não será com a contribuição de vocês.*



*Futuros** **aliados????? pensei que já fôssemos no **mínimo**
parceiros...vocês
estão promovendo eventos e priorizando às questões raciais...esta empresa
não considera as mulheres negras aliadas?????? Não sei em que momento
viramos inimigas???? será que no momento em que discordamos de um único
encaminhamento feito por esta empresa na organização de um dos seus
eventos???? encaminhar de forma construtiva nossas insatisfações e sugestões
não é possível?????? é isto que estamos fazendo......contribuindo para que
o trabalho de vocês seja ainda melhor!!*



*Embora seja difícil....eu respeito sua **ignorância** relacionada a
história do movimento negro no Brasil e a contribuição efetiva das mulheres
negras. Não irei me estender mais porque qualquer consulta a Internet
resolve isso. *



*Email Camila:"Por favor, mostrem o melhor de vocês, e de seus argumentos,
pelo menos, a quem é sensível a isso. Ou sua luta será eterna mesmo."*

* *

*Atendendo ao seu desafio e acreditando na sua sensibilidade....ofereço-lhe
um poema de minha autoria!*

*AFRO DESCENDÊNCIA. . . *

*AFRODESCENDER... É não se iludir com a liberdade branca e proclamar-se todo
dia a abolição. É carregar o sangue que irrigou a terra, que produziu o
alimento negro, que fartou somente os brancos!***

* *

*AFRODESCENDER... É repudiar o banzo moderno, maquiado por uma infinidade de
sinônimos. É repudiar os troncos contemporâneos, as chibatas camufladas nas
fardas, nas caras e bocas, na mídia, na política, nas críticas, nas forças
instituídas!*

* *

*AFRODESCENDER... E saber que todo o movimento manifesto, e toda forma de
protesto tem haver com nossos seqüestros! Com restos... com os navios
negreiros, com escravos guerreiros!***

* *

*AFRODESCENDER É ... Abominar as relações escravagistas, desafiar o
presente, quebrar elos da corrente, rejeitar a política excludente, manter
vivo os ancestrais, O mito dos orixás, amar sua cultura, não ter curvaturas.
*

* *

*AFRODESCENDER É ... Cultuar o Deus que nos foi negado, receber o legado,
receber as bênçãos desviadas, resgatar a memória dos heróis anônimos, os
sonhos... Proteger o lombo, resgatar quilombos!*

* *

*NEGAR A AFRODESCENDÊNCIA... Chega ser um tipo de demência. É dizer um
discurso branco por inteiro, que se fragmenta negro no espelho!*

*É recusar a glória, é viver alienado a própria história!***

*

Dayse Marcello***

* *

*Email Camila: "Eu paro por aqui com o diálogo, porque não me senti ouvida,
nem como profissional, nem como mulher, e nem como ser humano."*



*Quero dizer que você foi ouvida pacientemente por todas nós....e estamos
torcendo para que você tenha condições de compreender e alcançar os
discursos aqui colocados.*



Dayse Marcello

Subsecretária de Cultura do Município de Nova Iguaçu/R.J

e Coordenadora Geral de Políticas de Igualdade Racial

* *

*Data**23 de janeiro de 2011 12:45*

Muito bem!

*Inserção e realidade*

Ontem, depois que fui informado pelo meu amigo Gá sobre esta falta de
“inserção” e absoluto desconhecimento da “realidade”, liguei para o Haroldo
Costa, que me convidou, sugerindo corrigir, ainda que tardiamente, a
desatenção. Depois que li o e-mail da Produtora sinto que não foi
desatenção, foi erro mesmo. Portanto, para um evento sério, urge alteração e
pedido de desculpas a todas as mulheres, sobretudo a estas que aqui se
manifestaram, exercendo seu papel de militantes atentas à "realidade" e
incansáveis batalhadoras pela "inserção" das mulheres.

Jamais me envolvi tanto numa eleição como nesta para eleger uma mulher,
Dilma Vana Roussef, à presidência desse nosso Brasil machista e racista.
Eleita, a presidenta nomeou nove mulheres, o número de Iansã, como disse a
Ministra Luiza Bairros em seu discurso de posse, não para inserí-las mas
para que as mesmas trouxessem para o Governo suas contribuições
colhidas fundamentalmente de
suas experiências e trajetórias.

Na mesa em que fui convidado estava preparando uma fala sobre a não
"inserção" das artes cênicas negras na política cultural traçada por
Governos. Como sei que existem profissionais mulheres (Carmem Luz, Ilea
Ferraz, Débora Almeida, Fernanda Julia, Aduni Bento, Léa Garcia e tantas
outras tão extraordinárias), no âmbito das artes cênicas negras
absolutamente preparadas para falar sobre o tema proposto, como Joel Rufino,
também coloco o meu lugar à disposição.

Caso não seja possível, agradeço ao meu querido amigo Haroldo Costa a
confiança e não me farei presente.

Parabéns às mulheres e obrigado por existi-las.

Hilton Cobra

Diretor da Cia dos Comuns

Coordenador do Fórum Nacional de Performance Negra

Para quem não teve a oportunidade de acompanhar.....vai um resumo da
mobilização







*Data: 23 de janeiro de 2011 13:13*

Meus aplausos, em pé, para Joel e Cobrinha. Um belo e justo exemplo de
aliança e solidariedade de generos na momento da representação
étnico-racial. É dissa pedagogia cooperativa que precisamos nesta nova
ERA. E só quando o belo se alia ao bem/justo temos o exercício de
construção da ÉTICA.

Julio Cesar de Tavares
Universidade Federal Fluminense
Departamento de Antropologia

*Data: 23 de janeiro de 2011 14:49*

Endosso os aplausos a Cobrinha e Joel, esperando que outros convidados às
mesas se posicionem de alguma forma.



Atenciosamente, Fabiana Lima





*Data: 23 de janeiro de 2011 15:13*

Julio, me somo. Humberto Adami
Enviado pelo meu aparelho BlackBerry® da Vivo

* *

*Data: 23 de janeiro de 2011 15:38*



Senhora Camila,
Eu Sandra Bello ,como Mulher,Feminista Negra, venho através dessa
demonstrar a minha indignacao pela total invisibilidade da questao de genero
e principalmente, de nós Mulheres Negras . Ainda mais constrangedor a
vossa tentativa de banalizar a nossa constatacao .
pior ainda , tentar negar a nossa existencia histórica e política . Está
clara em vossa forma de escrever o resqicio colonialista . que ao invés de
refletir sobre o conteúdo , responde como se alguém tivesse ofendido
pessoalmente . isso deixa claro a personalizacao de algo
que que é publico . A postura prfessoral , Colonizadora , que diz que tenta
por todos os meios esvziar os significados . Mas estamos conscientes ,
mobilizadas e atentas . Nao a Invisibilidade
coordenadora do Projeto Visibilidade /Acoes Afirmativas - Berlim
Cineclube Língua Ferina -Berlim

*Data: 24 de janeiro de 2011 14:11*

Muito bom dia aos amig@s aqui presentes (homens e mulheres comprometidos
nesta luta que não é recente).
Pensando um pouco como pesquisadora e ATIVISTA das/nas relações raciais e
tendo como escopo as RELAÇÕES COLONIAIS, defendo estudos que considerem a
INTERSECCIONALIDADE. Neste caso os estudos de gênero versus os temas das
relações raciais em sentido mais amplo. Sendo assim, a denúncia em questão é
acima de tudo uma prática do movimento negro que tem como missão DIMINUIR AS
DESIGUALDADES SOCIAIS que afetam os segmentos "afros". O MOVIMENTO NEGRO
BRASILEIRO LUTA TAMBÉM INTERNAMENTE PELAS DESIGUALDADES DE GÊNERO. É
fundamental que qualquer pessoa interessada em "lucrar" com a Estética Negra
- pensando aqui a sua MULTIDIMENSIONALIDADE -, deve ser no mínimo
interlocutor das organizações diversas que compõem a face deste movimento
social de grande representatividade no contexto nacional e internacional. Os
descritores RELAÇÕES RACIAIS, ESTUDOS FEMININOS, DESIGUALDADES E AÇÕES
AFIRMATIVAS são a ponta de lança para os iniciantes neste MERCADO hoje tão
lucrativo, conforme temos percebido nas últimas décadas.
MEU TOTAL APOIO AOS QUE AQUI SE POSICIONARAM.
Claudia Miranda
(Profa Dra UNIRio)





*Data: 24 de janeiro de 2011 20:47*

Parabéns a Cobrinha, por mais essa postura de assunção aberta e irrestrita
dos conflitos, e parabéns a todos os maravilhosos posicionamentos das
mulheres negras que aqui se manifestaram. De fato, é cada vez mais evidente
o quanto o movimento de mulheres negras é um forte avanço e farol a guiar
nossas lutas e ações.

Gustavo Mello



* *

*Data: 24 de janeiro de 2011 21:24*

* *

*Querida, Dayse Marcello e demais!**
Obrigada **

*
Joana D`Arc de Moraes Santana
Anas do Brasil - Educação Popular Ampliada Gênero e Direitos Humanos



* *

*Data: 25 de janeiro de 2011 11:26*

* *

*LUGAR DE MULHER É NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS!!!**
DIAS 25, 26 e 27/01 - as 17h!
**

E FOI ASSIM COM NOSSAS ANCESTRAIS COM SINAIS DE FUMAÇA, TAMBORES
SEGUIMOS COM DANÇAS, PASSEATAS, CARTAZES, PANFLETOS...
CONTINUAMOS NOSSO CONSTANTE MOVIMENTO PARA FAZER VALER A NOSSA VOZ! A NOSSA
PRESENÇA!
E AQUI ESTAMOS NÓS, FAZENDO A DIFERENÇA!

NO EXERCÍCIO DO MACHISMO ARRAIGADO NA SOCIEDADE, COMPANHEIROS DE LUTA DO
MOVIMENTO NEGRO, CRIARAM UM SEMINÁRIO DE NOME "INSERÇÃO E REALIDADE", DENTRO
DE UM EVENTO CHAMADO FESTIVAL AFRO... E ESQUECERAM A PARTICIPAÇÃO,
FUNDAMENTAL, DAS MULHERES NEGRAS NESTA CONSTRUÇÃO!

ATENTAS A TUDO, COMO SEMPRE, E UNIDAS, PROTESTAMOS, REINVINDICAMOS,
CONQUISTAMOS ALIADOS TENAZES...DE MODO QUE OS IDEALIZADORES DO EVENTO FORAM
OBRIGADOS A RETROCEDER...

TALVEZ, ESSE RESULTADO NÃO CONTEMPLE OS ANSEIOS DE TODAS NÓS...MAS AINDA
ASSIM, É VITORIOSO! POIS GARANTIMOS A FALA DE ABERTURA DO EVENTO, QUEBRANDO
PARADIGMAS, APRENSENTAMOS A JOVEM NALUI MAHIM (18 ANOS!) , HERDEIRA DE NOSSA
INCANSÁVEL LUTA; E, GARANTIMOS A PRESENÇA DE ILÉA FERRAZ!

**CONVOCAMOS A TODAS E TODOS PARA ENEGRECER A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
E ECOAR A NOSSA VOZ!**
AV.PRESIDENTE WILSON, 203 - CENTRO/RJ*


*AXÉ!*

*Adriana Batista*
--
*Dayse Marcello*
*Subsecretária de Cultura de Nova Iguaçu e *
*Coordenadora Geral da COOPIR-N.I*
*Consultora na elaboração e Gerenciamento de
Projetos Sócio-culturais e ambientais e SICONV*