terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Anistia Internacional cobra proteção a quilombolas que tiveram poço envenenado

Maranhão

http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=34371
09:30h - 26 de dezembro de 2011
A Anistia Internacional lançou na última quinta-feira uma campanha internacional em defesa da comunidade quilombola de Salgado, em Pirapemas (Maranhão).

A Anistia enviou correspondência à governadora Roseana Sarney e à ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, cobrando do governo estadual e federal providências urgentes em relação à segurança da comunidade e ao líder comunitário José da Cruz.

No final de agosto, um pistoleiro efetuou disparos na direção da casa do quilombola José da Cruz, matando uma porca. No dia 3 de dezembro de 2011, integrantes da comunidade descobriram que 18 animais do lavrador, tinham sido envenenados e mortos, causando uma perda enorme para sua família. Em 14 de dezembro, membros da comunidade encontraram recipientes de veneno dentro do poço utilizado pela comunidade.

Poucos dias após a denúncia desses fatos, José da Cruz informou que enquanto estava ausente, dois pistoleiros o procuraram na sua casa para matá-lo.

Semelhante a outras situações em que quilombolas são ameaçados, no Maranhão também existe o conluio entre fazendeiros e a própria polícia. A delegacia está fechada e o escrivão da polícia foi visto em companhia de um dos acusados de ameaçar a comunidade.

Diogo Cabral, um fazendeiro local, disse na porta do Fórum que pessoas de fora traziam “problemas para o povoado” e que, devido ao apoio dado à comunidade quilombola, “a gente tem que passar o fogo de vez em quando, que nem fizeram com a irmã Dorothy”.

A questão quilombola é um dos maiores problemas do povo negro brasileiro. Nos últimos anos aumentou significativamente o número de lideranças perseguidas e assassinadas no campo, incluindo aí os próprios sem-terra, que são majoritariamente negros.

O que está colocada é a luta pela autodefesa das comunidades quilombolas, contra o latifúndio, seus jagunços e contra a própria polícia que está a serviço dos latifundiários.

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