quinta-feira, 29 de maio de 2008

Questiona procura de mão de obra especializada

Infelizmente não se investe mais em novos profissicionais dentro das empresas, querem deixar que jovens faça cursos profissionalizantes em instituições de ensino caras e renomadas e se esquecem que pedem experiência para contratar, mesmo que tenha os estagios, muitos não conseguem acessar, o que permite que descartem a possibilidade de fazer cursos, porem, tambem tem a problemática do CBO e o termo desvio de função que impede a empresa (na sua boa vontade, não exploração) dar uma nova função e ensino a aqueles que tem como meta crescer dentro da empresa e não tem tempo e recursos(A maioria dos brasileiros negros, pobres, e .....).


Revista ISTO É Dinheiro, 28/5/2008
CAÇA AOS TALENTOS

Consultoria Accenture usa métodos heterodoxos para suprir a carência por mão-de-obra especializada

A CONTRATAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS virou uma espécie de obsessão para Roger Ingold, presidente da subsidiária brasileira da Accenture. No período 2005-2007, ele autorizou a abertura de processos seletivos que resultaram na admissão de 5.179 pessoas para as seis unidades da Accenture no País. Um número que ganha uma dimensão prá lá de expressiva, quando lembramos que o grupo francês Renault-Nissan reúne 4.521 trabalhadores em seu complexo produtivo situado no Paraná. Apesar do ritmo frenético de contratações, a Accenture é uma das grandes vítimas da escassez de mãode- obra que afeta o Brasil. “Dispomos de 700 vagas em aberto e até o final do ano precisaremos incorporar outras 2,7 mil pessoas para dar conta da expansão de nossas atividades e da ampliação no número de clientes”, resigna-se Ingold. A carência de mão-de-obra é mais forte no segmento de Tecnologia da Informação (TI), que surgiu com o advento da Nova Economia. Essa área absorveu 70% dos recém-admitidos pela Accenture. O que acontece com a Accenture também se repete em outras corporações. De acordo com José Pastore, professor da Universidade de São Paulo (USP) e consultor em relações de trabalho, existe um déficit de 150 mil profissionais de TI.

A situação movimentou a Accenture e levou a empresa a lançar mão de meios heterodoxos de recrutamento. Ela paga um prêmio, de até R$ 2 mil, para o funcionário que indicar candidatos aos postos de trabalho. Batizado de Traga Seus Amigos, o programa foi responsável por 20% das admissões no ano fiscal encerrado em 31 de agosto de 2007. A falta de pessoal também provocou uma mudança no ritual de contratação. Até bem pouco tempo, o perfil desejado eram jovens recém-saídos da faculdade ou em fase de conclusão do curso. Hoje, os trainees são apenas 40% dos admitidos. “Temos como tradição desenvolver talentos e dar-lhes a chance de ascender na carreira”, explica Ingold. E não se trata de um mero discurso. Formado em engenharia de produção pela USP, o executivo ingressou como trainee, em 1981, e em 2004 assumiu o cargo atual.

A busca incessante por profissionais qualificados é reflexo direto do excelente momento vivido pela Accenture, cujas receitas somam US$ 19,8 bilhões em nível global. No Brasil, a empresa vive uma de suas melhores fases. Cresceu cerca de 25% em 2007 e a expectativa é avançar na casa dos dois dígitos também neste ano. Boa parte dessa performance deve-se ao modelo de atuação da Accenture. Ela oferece desde o serviço de consultoria clássica, que inclui o diagnóstico do problema e a proposta para solucioná-lo, até mesmo a execução das atividades sugeridas, por meio de terceirização. É aí que entram os especialistas em TI. Cabe a eles desenvolver aplicativos sob medida (softwares) e gerenciar áreas técnicas e serviços, que normalmente não fazem parte do foco dos clientes.

Na avaliação de Ingold, o fenômeno de escassez de mão-de-obra poderá se estender para outras áreas. “Na Índia, de cada dez universitários, sete estão matriculados em cursos técnicos. Por aqui, a relação é praticamente inversa”, lamenta. Segundo ele, uma das formas de resolver a questão é o estímulo, por meio de bolsas de estudo, por exemplo, para que um número maior de jovens optem por áreas nas quais a demanda é maior. “Conversei recentemente com o ministro Fernando Haddad (da Educação) e ele se mostrou sensível a esse tema”, diz Ingold. (RGF)

Nenhum comentário: