Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é celebrado em grande estilo
POR BRUNNO BRAGA | FOTOS XAN
LUTA PELA INCLUSÃO
Instituído pela Organização das Nações Unidas em 1992, após encontro que reuniu 70 países, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha tem como objetivo levantar temas e trazer discussões que visem analisar os desafios enfrentados pelas afrodescendentes na região. No Brasil, apesar dos avanços, alguns números mostram que a mulher negra anda sofre dentro de um processo de exclusão social. De acordo com estudos divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 28,19% das mulheres negras de 15 anos ou mais não sabem ler ou escrever, enquanto entre as brancas esse índice é de 9,9%. No entanto, o fosso entre gênero e raça torna-se mais evidente no mercado de trabalho. As mulheres negras predominam no trabalho doméstico com 35,53%, enquanto a mulher branca representa 15,69% (dados do IBGE/PNAD, 2002).
Maria Ceiça, representando a Rainha Ginga |
No encerramento do evento, o momento de grande emoção contou com a participação da premiada escritora Conceição Evaristo, e uma homenagem à Vó Maria pelos seus 100 anos de vida. Segundo Adriana, a festa Da cor, Da raça, Nação Mulher foi inspirada no projeto cultural desenvolvido por Vera Mendes, fundadora do Bloco Afro Agbara Dudu, no início dos anos 80, no Rio de Janeiro. "A exemplo do Olodum e Ylê Ayê, em Salvador, ela trouxe esse conceito de festa de exaltação e resistência da cultura negra. O nome era a Noite da Beleza Negra, que chegou a reunir 10 mil pessoas em espaços como Clube Renascença, quadras da Portela, Império Serrano. Era o evento mais esperado do ano. Tinha tudo num só lugar: música , desfiles, artesanatos, moda afro, comidas típicas. E muita gente bonita e feliz."
Rose de Oliveira (de blusa colorida), organizadora do Da cor, Da raça, Nação Mulher, e a equipe da Base Rio |
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