sexta-feira, 3 de junho de 2011

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São Paulo - SP
Quinta-feira, 02 de Junho de 2011 - 00:07
Tratamento racista na loja do Santana Parque Shopping



Caros,


Até tentei esquecer a história, no entanto, neste momento estou assistindo ao "Conexão Repórter", do SBT, cujo o tema desta noite (1/6/2011) é racismo. Infelizmente, há mais ou menos um mês, um episódio grave de discriminação racial aconteceu na loja do Santana Parque Shopping. Uma cliente me insultou e o atual gerente e a subgerente da loja ficaram ao lado da agressora. Como não houve uma testemunha, não pude chamar a polícia.


Sou negra e a agressora, uma mulher branca, se sentiu incomodada com a minha presença ao seu lado, disse que eu era uma analfabeta, só estava na loja olhando as figuras dos livros e, por fim, me chamou de macumbeira.


Eu afirmei - em alto e bom som - que racismo no Brasil é [editado pelo Reclame Aqui]. Disse que a palavra macumbeira tem uma carga negativa forte e que nem todo negro é macumbeiro. Uma amiga da agressora se juntou a ela e ambas começaram a me constranger.


Nisso, o gerente interino - que agora não me recordo o nome - nos retirou da loja e tentou apaziguar a situação. O importante é ressaltar que esse primeiro funcionário não tomou partido. Foi profissional e tentou resolver a questão.


No entanto, o atual gerente e a subgerente chegaram depois dos fatos e, como me viram alterada (sou jornalista, filha de uma professora e frequento as lojas da Saraiva desde criança e nunca passei por uma situação como essa dentro de nenhuma livraria), ficaram ao lado da agressora que, enquanto eu afirmava que racismo é [editado pelo Reclame Aqui] no Brasil, debochava, sorria e afirmava que "os negros só se valem com leis como essas".


O gerente e a subgerente até chamaram um segurança para me conter e, nesse meio tempo, eu dizia: "a agredida fui eu, ela é a racista, ela cometeu um [editado pelo Reclame Aqui]". E eles pouco se importaram.


Mais uma vez, disse à racista que não se pode chamar uma pessoa de macumbeira pela cor de sua pele. Ela justificou que como estávamos na seção de esotéricos, ela poderia me dizer isso. Eu questionei: "Então um negro não pode ser judeu, hindu ou seguidor de qualquer outra religião?".


Nisso, o gerente ficou com pena da agressora e usou a justificativa racista e cínica - que se vocês perguntarem para qualquer psicólogo, ele vai explicar que esse comportamento é típico de quem quer se defender de uma atitude incorreta - para defendê-la. Resumindo, ele se apropriou do discurso racista -, ou seja, foi racista por tabela -, o repetiu integralmente e ficou ao lado dela.


Cansada de ser duplamente humilhada e constrangida com a presença do segurança decidi sair daquela sala onde os responsáveis pela loja não acompanharam a história inteira e ainda ficaram com dó de uma pessoa que acha que os negros são inferiores aos brancos.


Não quero a demissão de ninguém, no entanto, acho que a Saraiva tem que começar a reavaliar o treinamento que dá aos seus jovens gerentes, entender que racismo é [editado pelo Reclame Aqui] e que um funcionário que leva o crachá da empresa não pode ficar ao lado de um cliente que tem um comportamento equivocado (principalmente quando ele não acompanhou todos os fatos).


Eu frequentava a loja do Santana Parque Shopping desde quando ela abriu e quando a gerente era a Mag, que por sinal é uma excelente profissional. Durante a gestão dela, nunca tive problemas na loja. Perguntem a ela sobre a cliente que foi morar em Buenos Aires e lhe trouxe um ímã de geladeira? Eu não tenho um comportamento incorreto como o gerente e a subgerente deixaram a entender.


Nessa loja, eu comprava desde revistas de R$ 1,50 a livros, DVDs, sempre fazia encomendas. Qualquer coisinha que saísse nas bancas de jornais ou lançamentos de CDs e DVDs, eu deixava para comprar no espaço que têm vendedores muito bons, promoções interessantes - como o cartão fidelidade - e é ao lado da minha casa. Hoje, eu não frequento mais, não tenho nenhuma vontade entrar em outras lojas da Saraiva e ainda falo o que me passou para todo mundo.


Eu relutei muito em escrever esse e-mail porque não queria prejudicar ninguém. No entanto, durante a reportagem, pensei, se eles não tiveram a delicadeza comigo por que eu deveria esconder esse fato na minha memória?


Obrigada e aguardo uma resposta,
Debora

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