sábado, 4 de junho de 2011

Os bombeiros que invadiram o quartel são "vândalos, irresponsáveis?

4/06/2011 14h52 - Atualizado em 04/06/2011 15h00
Após invasão de quartel, Cabral troca comando do Corpo de Bombeiros
Bombeiros pedem aumento de salário. 439 manifestantes foram presos.
Governador do Rio chamou manifestantes de vândalos e irresponsáveis.

Do G1 RJ
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O governador do Rio, Sergio Cabral, anunciou neste sábado (4) uma troca no comando do Corpo de Bombeiros, após a invasão na sexta-feira (3) à noite do quartel Central da corporação por bombeiros manifestantes que pedem aumento de salário.

O coronel Sérgio Simões assume a corporação no lugar do coronel Pedro Machado. Simões era comandante da Defesa Civil do município. O motivo da substituição, segundo Cabral, foi descontrole hierárquico.

Em entrevista coletiva no início da tarde, Cabral disse que os bombeiros que invadiram o quartel são "vândalos, irresponsáveis, que não irão de forma alguma prejudicar a imagem de uma instituição tão respeitada e querida pelo povo do Rio de Janeiro."

Segundo Cabral, os bombeiros "têm recebido um apoio jamais visto nas últimas quatro décadas. Desde a existência do estado do Rio o Corpo de Bombeiros não vê o número de equipamentos, de condições de trabalho, que recebeu nos últimos 4 anos e 5 meses do nosso governo," garantiu.

"Foram eventos completamente inaceitáveis do ponto de vista do estado de direito democrático, do ponto de vista do que representa o respeito as instituições, sem falar na própria hierarquia nessa instituição tão querida pelo povo do Rio que é o Corpo de Bombeiros", continuou Cabral.

"Não há negociação com vândalos, eu não negocio com vândalos, eles responderão administrativa e criminalmente" pela invasão do quartel Central, garantiu o governador.

Carbal afirmou que há planos de aumento de salários já anunciados para os bombeiros. "Há um programa de incremento salarial aprovado na Alerj, de R$ 2 mil, esse grupo ao final do ano já está atendido. Se não é ideal é o melhor da historia da corporação."

Segundo Mário Sérgio Duarte, comandante-geral da PM, o uso da força não era interesse do governo. "Não nos interessava o uso da força, por isso tivemos uma extensa negociação. (...) Nossa preocupação era muito grande com crianças e mulheres. Aquele grupo dizia que iria reagir de toda forma possível a qualquer ação nossa, então havia um cuidado muito grande. Havia notícia que havia arma de fogo entre eles. A preocupação é de que alguns tivessem armas. Ouvimos alguns disparos na madrugada. Apreendemos um bombeiro com uma pistola. Tinham armas letais. Se essas armas foram levadas, vamos fazer apuração," disse.

Rotina normal
O Comando Geral do Corpo de Bombeiros garantiu no início da manhã que a rotina de atendimento à população do Rio está mantida, apesar das prisões dos bombeiros manifestantes.

Os substitutos dos 439 bombeiros detidos já assumiram seus postos segundo nota da divulgada, e postos de salvamentos dos Grupamentos Marítimos, assim como quartéis, unidades de atendimento de urgências e emergências (SAMU/GSE) e serviços de socorro (combate a incêndios, salvamentos e desabamentos, etc) estão operando normalmente.
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Reivindicações
O Cabo Benevenuto Daciolo, porta-voz do movimento, explicou que entre as reivindicações estão piso salarial líquido no valor de R$ 2 mil e vale-transporte.

“Nós temos o pior salário da categoria no país, que é de R$ 950. Estamos há dois meses tentando negociar com o governo, mas até agora não obtivemos resposta. Nosso movimento é de paz e estamos em busca da dignidade. Não vamos recuar até que haja uma solução. Queremos um acordo, queremos que o governador se pronuncie”, disse o porta-voz.

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