sexta-feira, 17 de julho de 2009

Exames Supletivos / ENCCEJA EJA - Educação de Jovens e Adultos

Inscrições


As inscrições para o ENCCEJA 2009/2010 sejam liberadas no fim de setembro ou início de outubro.

Quem atingir a pontuação mínima receberá o certificado de proficiência da etapa de ensino para a qual se inscreveu -Fundamental ou Médio. Isto é, receberá o Diploma/Certificado do Ensino Fundamental ou Médio.

Caso more em um município que não aderiu ao exame, o estudante pode se inscrever na cidade mais próxima em que a prova será aplicada. A inscrição é gratuita e pode ser feita pela internet ou pelos Correios.

Não é preciso estar matriculado em nenhuma escola e nem apresentar histórico escolar ou qualquer outra comprovação de escolaridade para participar do ENCCEJA.



Mais
Publicado no Diário Oficial.
Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos.
Período e local de inscrições

As inscrições serão gratuitas e realizadas no período de 06 a 31 de outubro de 2008, via Internet, no endereço eletrônico http://www.encceja.inep.gov.br/inscricao, a partir das 8h do dia 06 de outubro até às 23h59 do dia 31 de outubro de 2008, observado o horário oficial de Brasília - DF, ou mediante o preenchimento pelo candidato da Ficha de Inscrição em formulário impresso, a ser disponibilizado nas agências da ECT nos municípios em que serão realizadas as provas do Encceja/2008.
Quem pode se inscrever

Pessoas com 15 anos completos até o dia 13 de dezembro de 2008 para Ensino Fundamental, e com 18 anos completos para o ensino Médio.
Como fazer para se inscrever

Atenção: O site de inscrição mudou. Você deverá acessar o INEP - www.encceja.inep.gov.br/inscricao

Importante:

1. Você poderá se inscrever apenas para um nível de ensino: então opte pelo ensino fundamental ou médio, pois essa informação não poderá ser alterada depois da inscrição concluída.
2. Acesse o edital e leia na íntegra para saber todas as informações referentes aos exames/2008.
3. Guarde o comprovante de inscrição que possui sua senha de acesso aos resultados.

Em qual prova devo me inscrever

1. O Candidato que não possui nenhum componente curricular eliminado em processos de certificação (Exames Supletivos, ENCCEJA, NEEJA) deverá inscrever-se em todas as provas (4 provas do Ensino Fundamental OU 4 provas do Ensino Médio);

2. Candidato que já possui componentes curriculares eliminados em algum processo de certificação deverá inscrever-se, considerando o seguinte:
* Para a Prova I: apenas aqueles candidatos que não eliminaram o componente curricular de Português para o Ensino Fundamental, e Português, Literatura ou Língua Estrangeira para o Ensino Médio;
* Para a Prova II: apenas aqueles candidatos que não eliminaram o componente curricular de Matemática;
* Para a Prova III: apenas aqueles candidatos que não eliminaram o componente curricular de História e Geografia;
* Para a Prova IV: para o Ensino Fundamental, apenas os candidatos que não eliminaram o componente curricular de Ciências;
Para o Ensino Médio, apenas os candidatos que não eliminaram os componentes curriculares de Física, Química ou Biologia.

Contato

Divisão de Educação de Jovens e Adultos (DEJA/DP)

E-mail: exames-supletivos@seduc.rs.gov.br


O que o ENCCEJA enseja?

Por Alexandre Custódio Pinto


O Encceja - Exame Nacional de Certificação de Competência de Jovens e Adultos, foi criado em 2002, durante o governo Fernando Henrique Cardoso pelo Ministro da Educação Paulo Renato e pelo então Presidente do INEP Joío Batista Ferreira Gomes Neto. Vem somar-se a outros exames nacionais que se impõem, cerceiam e limitam a educação pública em nosso país: o provão do ensino superior, criado com o pretenso propósito de avaliar os cursos universitários, mas que incide ao final do processo somente sobre os estudantes; o Enem - Exame Nacional do Ensino Médio, um novo tipo de vestibular permitindo os mais variados usos na classificação e seleção de pessoas após a conclusão da educação básica; e agora, o Encceja, criado com o propósito de CERTIFICAR a partir de um exame nacional único o conhecimento escolar de Jovens e Adultos.

O Encceja não avalia a educação, as escolas ou os procedimentos de ensino, mas ao contrário, é aplicado diretamente aos participantes do exame individualmente ao final dos “estudos” que se quer precisam estar vinculados a uma escola ou projeto. Assim, teoricamente, após terminar seu curso supletivo, de qualquer espécie, à distância, pela internet, ou pelo Instituto Universal Brasileiro, o estudante, que já foi excluído do sistema educacional poderá verificar se seu estudo tem validade.

O argumento que vem sendo apresentado de que um exame nacional regulamentado pelo INEP serviria para impedir a proliferação de cursos que “vendem” diplomas é descabido. Em primeiro lugar, porque esses cursos se adaptariam muito rapidamente ao modelo de “cursinhos” a exemplo do Objetivo e do Anglo que “ensinam” para passar no vestibular. Seriam criados “cursinhos para o encceja” que nada tem em comum com os ideais da Educação de Jovens e Adultos e do resgate da escolaridade. Em segundo lugar, porque a certificação via Encceja compete ainda às Secretarias Estaduais e Municipais de Educação que São, atualmente as responsáveis pelo cadastro ilegal dos cursos com diploma em sete dias ou que oferece o primeiro e segundo grau em apenas um ano. É comum encontrar pelas ruas das cidades de São Paulo faixas que oferecem cursos milagrosos que poupam tempo e esforços e o pior é que as faixas geralmente São respaldadas pela política de marketing das próprias prefeituras.

Exames unificados, como o Encceja, tendem a ignorar as desigualdades nacionais, com seus bolsões de pobreza e áreas de concentração de riquezas. Caberá um mesmo exame para avaliar a Educação dos Jovens e Adultos de uma escola do interior de Roraima e de uma escola no centro da capital paulista? A noção de Competência utilizada para a avaliação também não possui aceitação e se quer e de conhecimento da maioria dos educadores brasileiros. É realmente adequado pautar uma avaliação nacional por uma conceituação ainda tão pouco discutida?

Um outro problema é o impacto que o Encceja produz sobre o ensino regular pela baixa idade com que se pode realizar o exame, 15 anos para o ensino fundamental e 18 para o ensino médio. Jovens ao tomarem conhecimento do exame podem optar pelo atalho do `cursinho´ desviando-se do compromisso de estudar na idade adequada. Será que o exame não serve ao propósito de esvaziar em massa as escolas de educação básica?

A possibilidade de uma certificação que incidi sobre o aluno no estágio final do processo de ensino tanto para o nível fundamental como para o médio leva a desestruturação das poucas iniciativas de Educação de Jovens e Adultos existentes no país. A instauração do exame no atual cenário de abandono da Educação de Jovens e Adultos pelas políticas públicas é bastante perigoso. É preciso atentar que as escolas não mais precisarão de um projeto pedagógico, os professores não precisarão ter formação de nível superior, a freqüência do aluno às aulas não será obrigatória, etc. Todo esse processo de sucateamento e desvalorização da Educação de Jovens e Adultos atendem aos interesses das Secretarias de Educação Estaduais e Municipais que terão no Encceja a oportunidade de livrar-se do incomodo gasto com os Supletivos.

Há ainda implicações de âmbito político e pedagógico. A concepção de um exame nacional para a certificação de Jovens e Adultos se contrapõe ao desenvolvimento de políticas-pedagógicas locais. Estaríamos jogando ignorando o trabalho de Paulo Freire para a Educação de Adultos? O Encceja a médio e longo prazo pode levar a uma postura totalitária da ação pedagógica por obrigar todas as escolas que atendem a jovens e adultos a se moldarem a uma matriz de competências criadas por um grupo de especialistas distantes. Cria-se uma padronização do Ensino. A Educação de Jovens e Adultos deixa de ser um direito público e obrigação do Estado passando a desempenhar o papel de produzir selos, como aqueles que vem nos maços de cigarro. A avaliação processual perde sua função e o certificado passa a ser uma mercadoria padronizada. É como entrar em uma lanchonete do McDonalds e pedir o certificado número 1 ou o número 2, tudo igual de Norte a Sul do país com a franquia do INEP.

Caso seja reprovado em alguma área o participante do Encceja não precisa repetir todas as provas no ano seguinte cabendo-lhe fazer apenas aquela em que não conseguiu aprovação o que consiste numa completa desarticulação do ensino disciplinar e o fim da possibilidade de abordagens temáticas ou interdisciplinares.

Se mantido o exame, projetos sociais da Educação de Jovens e Adultos como o SEJA, programas da CUT, como o Integrar, o Integração, do CEEP como o Supletivo Profissionalizante Construindo o Saber e outros projetos da educação popular sofreriam graves conseqüências com os resultados dos exames e teriam que a médio prazo adequar seus cursos aos ideais embutidos nas questões do exame.

A prova do Encceja está organizada por áreas do conhecimento: 1) Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Educação Artística e Educação Física; 2) História e Geografia; 3) Matemática; e 4) Ciências Naturais, para o Ensino Fundamental e 1) Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; 2) Ciências Humanas e suas Tecnologias; 3) Matemática e suas Tecnologias; e 4) Ciências da Natureza e suas Tecnologias, para o Ensino Médio o que elimina de vez a disciplinaridade do Ensino e a distinção entra a Química e a Física, por exemplo.

O exame é composto por questões “objetivas de múltipla escolha”, do tipo loteria, com alternativas de “a” a “d” o que garante de imediato um acerto de 25% dentro da distribuição estatística.

Um outro objetivo declarado do Encceja é a criação de um banco de dados com informações socioeconômica e de desempenho no exame com uso a ser definido pelas Secretarias de Educação. Será que o uso que se fará será diferente daquele dado ao Enem? Os Jovens e Adultos serão rotulados por um órgão nacional segundo os critérios do exame entre insuficiente, regular, bom ou excelente. A que serve essa classificação?

A Educação de Jovens e Adultos deve ser assumida como uma responsabilidade do Estado em uma rede nacional. Ao INEP cabe buscar indicadores para a integração entre as esferas federal, estadual e municipal da Educação, atuando sobre as instituições de ensino mais que emitindo selos de qualidade. Os supletivos precisam ser provisórios e eliminados com a melhoria do ensino regular em longo prazo. Os cursos mágico de 1 mês precisam ser fechados, as Secretarias de Educação moralizadas e as propostas das escolas populares difundidas para todos os educadores do Brasil.

Saiba mais no sítio do Ministério da Educação - INEP (www.inep.gov.br),

Nenhum comentário: