sábado, 7 de janeiro de 2012

Professor de Londrina vai processar policial por racismo em caixa eletrônico

Professor de Londrina vai processar policial por racismo em caixa eletrônico


Professor de Londrina vai processar policial por racismoO professor de História do Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA), Valdecido Pereira da Silva, vai processar o policial civil Paulo Valério Kwiatkowski pelo crime de racismo, ocorrido no último dia 28 de dezembro em um supermercado na Rua Brasil, na região central de Londrina. A audiência já foi marcada para o dia 10 de fevereiro.
Segundo o relato do professor, ele estava na fila do caixa eletrônico dentro do estabelecimento, quando foi acusado pelo policial à paisana de tentar visualizar a senha da conta bancária. Em seguida, Kwiatkowski pronunciou palavras ofensivas e xingamentos racistas como "negro vagabundo". O desentendimento terminou com trocas de agressões físicas entre os envolvidos.
Ainda conforme Silva, quando ele utilizava o caixa eletrônico, o policial retornou ao local e com uma arma ameaçou a vítima de racismo e mandou o professor se deitar no chão. Kwiatkowski levou Silva em uma viatura até o 1º Distrito Policial, onde o policial registrou Termo Circunstanciado de Infração Penal, acusando o professor de agressão física.
A gestora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Maria de Fátima Beraldo, afirmou que só tomou conhecimento do caso em Londrina no começo da semana. Nesta sexta-feira (6), a gestora se reuniu com o Centro de Direitos Humanos (CDH) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para definir as medidas cabíveis para o caso de racismo.
Ela informou que no início da próxima semana a Gestão de Igualdade Racional vai entrar em contato com a Promotoria do Município, que retorna do recesso. "Além disso, na próxima terça-feira, vamos até a Defensoria Pública para apresentar a denúncia e definir os encaminhamentos jurídicos", adiantou.
A CDH vai prestar assistência jurídica ao professor na defesa criminal pela acusação de agressão física e no processo contra o policial pelo crime de racismo. Além disso, a vítima ainda pode receber indenização moral, que pode até ser paga pelo Estado se ficar comprovado que Kwiatkowski estava em exercício. "Ainda cabe uma medida educativa contra a atitude do policial e até o estabelecimento comercial pode responder pelo envolvimento no caso", disse a gestora.
Além da assistência jurídica, Maria de Fátima informou que a Gestão de Igualdade Racial vai oferecer à vítima acompanhamento emocional e psicológico. No ano passado, o Município encaminhou ao Ministério Público (MP) quatro denúncias de racismo em Londrina. No entanto, o número de casos são bem mais elevados. "A gente recebe muitas pessoas que relatam ofensas racistas, mas a maioria tem medo ou vergonha de denunciar, principalmente quando são agredidas por autoridades ou no local de trabalho", comentou.

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