segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

São Paulo prefeitura expulsa moradores de Pinheirinho dando passagens

23/01/2012 - 15h20

Prefeitura distribui passagens para moradores de Pinheirinho

JEAN-PHILIP STRUCK
ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

A Prefeitura de São José dos Campos está distribuindo passagens rodoviárias para moradores da invasão Pinheirinho, que foi desocupada pela Polícia Militar na madrugada de domingo (22).
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De acordo com a prefeitura, pelo menos 30 pessoas receberam bilhetes. A maioria tem como destino São Paulo, mas até passagens para o Piauí foram distribuídas.
Segundo moradores ouvidos pela Folha, os bilhetes são oferecidos durante a triagem, quando as pessoas retiradas do terreno são reunidas num centro para preencher fichas, usadas para recuperar bens deixados para trás durante a ação da polícia e solicitar assistência da prefeitura.
A entrada da imprensa no centro não está sendo permitida pelos guardas civis municipais que controlam os portões. Segundo a prefeitura, a medida foi aplicada para evitar "acirrar os ânimos" no local, já que a presença de câmeras e jornalistas pode estimular protestos.
Durante a manhã, moradores que formavam uma fila em frente ao centro entraram em confronto com a PM e a Guarda Civil Municipal. Muitos estavam revoltados com a falta de informações e de organização. Balas de borracha foram disparadas contra manifestantes que jogaram pedras.
No domingo, a Folha mostrou que as tendas armadas para o atendimento de moradores estavam cheias de lama e não tinha proteção lateral. Na segunda-feira, segundo moradores, a situação continua a mesma.
Segundo o pedreiro João Cardoso, 34, que morava no Pinheirinho há oito anos, o cheiro no centro é fétido e o excesso de pessoas provoca tumultos.
Já o pastor Marcelino Pero, 40, que tinha uma casa e pregava num templo no terreno reintegrado, afirma que o atendimento pelos funcionários da prefeitura é "bom", mas que faltam orientações.
No início da tarde, o pastor recebeu autorização para juntar seus pertences, que pretende levar para a casa de um fiel e para o templo central de sua igreja.
"O atendimento da prefeitura até está sendo bom, mas o clima tenso porque as pessoas ainda estão muito exaltadas", disse.

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