por Michelle Amaral da Silva última modificação 21/09/2009 16:11
Um indígena foi ferido por tiros; diversas casas e objetos foram queimados. Equipe indigenista é ameaçada
21/09/2009
Marcy Picanço
Cimi
Na madrugada do dia 18 de setembro, um grupo de 10 homens atacou a comunidade Apyka´y, do povo Guarani Kaiowá, que vive em um acampamento às margens da BR-483, próximo ao município de Dourados, Mato Grosso do Sul. Segundo relato dos indígenas, eles atiraram em direção aos barracos. Um Guarani foi ferido por tiros; diversas casas e objetos foram queimados. Em abril de 2009, cerca de 15 famílias Guarani Kaiowá formaram o acampamento, onde aguardam a demarcação de suas terras.
Os agressores ameaçaram os indígenas afirmando que, se eles não abandonassem o acampamento, haveria mortes. Eles teriam dito que quem mandava na área da estrada ocupada pelos índios não era a Polícia Federal, mas sim 'a polícia da empresa'. "Você quer ver, vem olhar aqui, tem quatro bugres mortos! Esses vagabundos tem mais é que morrer!", exclamavam os agressores enquanto repetiam sons de tiros para amedrontar o missionário do Cimi fotografava os barracos queimados.
Segundo relatos, os seguranças dos fazendeiros estavam cercando um acesso por onde os indígenas conseguiam água – o que teria sido a razão do ataque, pois o fazendeiro não aceita mais a circulação dos indígenas para buscar água.
Além dos barracos foram queimados colchões, documentos, cobertores, bicicletas, roupas... Algumas pessoas ficaram feridas, pois foram agredidas com socos e facões. A comunidade não tem materiais para construir novos barracos e tem medo de novas agressões. Os indígenas já denunciaram a agressão ao Ministério Público Federal (MPF).
O ataque à comunidade Apyka´y aconteceu apenas 4 dias depois do incêndio que queimou as casas e alguns objetos da comunidade Laranjeira Ñanderu, acampada à beira da BR-163, também no Mato Grosso do Sul.
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