Hoje, 8 de setembro, comemora-se o Dia Internacional da Alfabetização
8 de Setembro de 2008
Agência Brasil
Amanda Cieglinski
MEC quer alfabetizar 1,3 milhão de pessoas em 2009
Brasília - A professora Ana Cristina Araújo (em pé) e os alunos da turma de
alfabetização de jovens e adultos da Escola Classe 116 de Santa Maria, no
entorno do Distrito Federal. Hoje, 8 de setembro, comemora-se o Dia
Internacional da Alfabetização. Foto: José Cruz/ABr
A meta do Plano de Desenvolvimento da Educação de alfabetizar ao ano 1,3 milhão de pessoas deve ser atingida em 2009. A previsão é do diretor de Políticas da Educação de Jovens e Adultos do Ministério da Educação (MEC), Jorge Teles. Segundo ele, o programa Brasil Alfabetizado tem formado por ano de 1 milhão.
“Em cinco anos de programa, as pessoas mais sensíveis à alfabetização já aderiram. Agora você precisar atrair as pessoas analfabetas que têm menos disposição a estudar, é mais difícil captar esse público para o processo educativo”, analisa o diretor.
Para 2009, além da ampliação do número de atendidos pelo Brasil Alfabetizado, outras novidades são a distribuição de livros didáticos específicos para esse público e o desenvolvimento de projetos de leitura para consolidar as ferramentas de uso da língua escrita e falada.
“A gente considera importante a possibilidade de continuidade formal [ensino fundamental e médio], mas agora estamos lançando uma política de fomento à leitura para que o alfabetizado use no dia-a-dia o que ele aprendeu no curso. Você só se apropria do conteúdo se você usar na vida”, defende.
Para a professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em educação de jovens e adultos, Cláudia Vóvio, o Brasil Alfabetizado atinge um número pequeno de pessoas em relação à demanda potencial da alfabetização: 14,3 milhões de brasileiros.
"Faltam programas para muitas pessoas, o Brasil Alfabetizado é uma das iniciativas. É preciso pensar as orientações em cada esfera de governo, muitas vezes os alunos não conseguem continuar os estudos porque no município não há oferta de ensino fundamental. A aprendizagem precisa ser consolidada e acaba se perdendo", alerta.
O curso do Brasil Alfabetizado tem duração de seis meses e, segundo Jorge Teles, a meta é chegar a 4 mil municípios em 2008. A verba para o programa, que este ano foi de R$ 200 milhões, é repassada a estados e municípios, responsáveis por coordenar as turmas. Os alfabetizadores recebem uma bolsa de R$ 250, repassados diretamente pelo MEC.
“Com um programa nacional, a gente consegue organizar a política de forma que a alfabetização seja uma porta de entrada para a educação e não uma campanha em si”, acredita o diretor.
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Analfabetismo se concentra entre pobres, negros e nordestinos, aponta Unesco
Brasília - Alunos da turma de alfabetização de jovens e adultos da Escola Classe 116 de Santa Maria, no entorno do Distrito Federal. Hoje, 8 de setembro, comemora-se o Dia Internacional da Alfabetização. Foto: José Cruz/ABr
Brasília - Alunos da turma de alfabetização de jovens e adultos da Escola Classe 116 de Santa Maria, no entorno do Distrito Federal. Hoje, 8 de setembro, comemora-se o Dia Internacional da Alfabetização.
Brasília - O analfabeto brasileiro continua sendo em sua maioria nordestino, negro, de baixa renda e com idade entre 40 e 45 anos. A análise é do especialista em educação de jovens e adultos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) no Brasil, Timothy Ireland. Na data de hoje, 8 de setembro, a organização comemora o Dia Internacional da Alfabetização.
“A questão do analfabetismo sempre foi minimizada como um direito, mas ela é fundamental para que o cidadão participe de forma democrática. Hoje vivemos na sociedade da informação e do conhecimento, a pessoa que não tem acesso à escrita e à leitura acaba excluída de informações que são necessárias para garantir todos os outros direitos, a saúde, a participação política na sociedade”, avalia Ireland.
Dados de 2006 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que 10,38% da população se declara analfabeta absoluta, ou seja, não sabe ler ou escrever um bilhete simples. O percentual representa 14,3 milhões de brasileiros. O relatório de monitoramento do programa Educação Para Todos, da Unesco, mostra ainda que o índice mais do que dobra na área rural (25%). Entre os negros e pardos, o analfabetismo é duas vezes maior do que entre os brancos.
Para a professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em jovens e adultos Cláudia Vóvio, o perfil do analfabeto brasileiro reflete as desigualdades sociais do país. “Os dados estratificados mostram as mesmas desigualdades sociais. Onde estão os grupos com maior vulnerabilidade social é onde se encontram as maiores taxas de analfabetismo”, analisa.
Na avaliação de Ireland, é preciso reconhecer que o analfabetismo vem diminuido no país, mas ainda de forma lenta. Em 2000, o Brasil assinou o compromisso Educação para Todos, estabelecido durante a Conferência Mundial de Educação em Dacar. Entre as metas, está a redução das taxas de analfabetismo para 6,7% até 2015. Segundo a Unesco, se os índices continuarem caindo nesse ritmo, o Brasil não cumprirá o acordo.
“O Brasil tem avançado bastante a partir do momento em que estabeleceu uma política nacional de educação para jovens e adultos, mas o esforço ainda não está refletido nos números. Acreditamos que ainda precisamos de mais recursos para atuar nessa área”, defende o especialista.
De: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/09/08/materia.2008-09-08.1771323820/view
e: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/09/08/materia.2008-09-08.8760421498/view
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