quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Estadão - Qualidade do ensino médio cai no DF

Estadão - Qualidade do ensino médio cai no DF
5/7/2010


...Sergipe, Rio de Janeiro e Amapá também preocupam por serem os três Estados com maior porcentagem de escolas que não conseguiram cumprir a meta...

Em Brasília, gasto por aluno é recorde e professores são os mais bem pagos do País; outros 5 Estados tiveram desempenho abaixo da meta

Dono do maior gasto por aluno da rede pública, o Distrito Federal registrou piora no Ideb para o ensino médio. Outros cinco Estados apresentaram desempenho aquém do esperado nessa etapa ? Roraima, Piauí, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro?, embora o País tenha superado, na média, a meta proposta, de 3,5 .

Numa comparação com os resultados obtidos na edição anterior do Ideb, em 2007, o Distrito Federal e Roraima andaram para trás em 2009. O Ideb de Roraima caiu de 3,5 para 3,4, enquanto o do DF passou de 4,0 para 3,8.

A queda no DF chama a atenção por ir na contramão do movimento geral no País, mas sobretudo pelas boas condições de sua rede de ensino. Ano passado, os gastos por aluno alcançaram R$ 8,7 mil. Além disso, os professores são os mais bem pagos no País ? a média salarial supera os R$ 4 mil, bem acima dos valores nos outros Estados.

A professora Maria Helena Guimarães, ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), acredita que o problema deve-se em parte à alta rotatividade de secretários de Educação. "O resultado é uma prova de que, para boa educação, é preciso mais do que um bom orçamento", diz ela, que foi secretária de Educação do DF durante 6 meses, em 2007.

O atual secretário de Educação do DF, Marcelo Aguiar Santos, há dois meses no cargo, diz não saber as razões da piora no desempenho no ensino médio. Mas ele avalia que a trajetória descendente não é preocupante. "Foram apenas 0,2 a menos, algo que pode ser revertido."

Diferenças. Apesar de todos os Estados terem atingido suas metas para 2009 no caso da 4.ª série do fundamental, a diferença que separa o Pará de Minas Gerais chega a 2 pontos. De forma geral, em todos os níveis de ensino, o ranking mostra que as Regiões Nordeste e Norte se mantiveram nas últimas colocações, enquanto Sudeste e Sul permanecem nas posições do topo.

A secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, pede cautela nas comparações. "Classificações são perigosas. Não podemos comparar realidades tão diferentes", afirma. A secretária observa, porém, que alguns locais despertam maior preocupação pelas dificuldades históricas, como Bahia e Alagoas. "Para esses locais, é preciso um olhar diferenciado."

Sergipe, Rio de Janeiro e Amapá também preocupam por serem os três Estados com maior porcentagem de escolas que não conseguiram cumprir a meta. O fato de o Estado ter obtido a média necessária significa que as diferenças internas cresceram. Ou seja, o forte crescimento de umas compensou o fraco desempenho de outras. / COLABOROU ALEXANDRE GONÇALVES

Ligia Formenti, Marta Salomon / Brasília
O Estado de São Paulo

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