CARTA DA ASSOCIACAO DE MORADORES E PESCADORES DA VILA AUTÓDROMO (AMPVA) EM RESPOSTA AO JORNAL O GLOBO.
A Associação de Moradores e Pescadores da Vila Autódromo – AMPVA, CNPJ
30.122.410/001-76, situada na Avenida do Autódromo n. 16, baixada de
Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro, através de seu presidente
Altair Guimarães, e os demais moradores (as), repudia a matéria
veiculada no jornal O Globo publicada no dia 10 de maio de 2012, quinta-feira, no caderno Barra (n. 2.242).
A matéria, assinada por Leandra Lima, deturpa e distorce as informações
cedidas gentilmente pelo presidente da AMPVA, bem como da moradora
Sandra Isidoro. Altair Guimarães jamais disse que aceitariam ser
transferidos para o Parque Carioca, muito menos, declarou que o problema
nesse processo seria o “temor que residentes de outras comunidades
também sejam transferidos” (p. 13) para lá. A remoção não é um caminho
aceito pelos moradores do bairro, assim como nenhum deles disse que não
pretendem dividir o espaço com moradores de outras comunidades. A edição
do O Globo, não demonstra fidelidade às informações fornecidas por
Altair Guimarães, utilizou o discurso da liderança de modo incorreto ao
realizar comparações indevidas da Vila Autódromo com outras comunidades
do Rio de Janeiro. Os moradores da Vila Autódromo são conhecidos por sua
resistência e pelo respeito às comunidades menos favorecidas da cidade
que, como eles, lutam pelos seus direitos.
Não existe, entre
os moradores da Vila Autódromo, nenhum tipo de problema com relação aos
moradores de outros bairros citados na reportagem já que muitos deles os
frequentam pelo simples fato ser o endereço de seus familiares, como é o
caso, por exemplo, da Cidade de Deus, Morro dos Macacos e Santa Cruz. E
o presidente da AMPVA não considera, como a matéria leva a crer, que o
tráfico de drogas ou milícia são consequências da falta de organização
dos moradores dos outros bairros, pois estes também são vítimas dessa
situação.
Além disso, a resistência dos moradores não se faz
em função do limitado tamanho das moradias impostas pela Prefeitura no
futuro condomínio Parque Carioca, como também consta na mesma matéria do
jornal O Globo. O fato de permanecer no bairro articula a luta por
direitos, a luta por participação das decisões sobre a organização dos
espaços da cidade e, por fim, a luta pela afirmação da dignidade humana.
A matéria de Leandra Lima foi uma tentativa de diminuir a complexidade
que incorpora a Vila Autódromo. A permanência na Vila Autódromo é
legítima e uma luta que atravessa décadas. Ali se reivindica a
permanência do bairro com a urbanização do lugar onde seus moradores
pagam impostos, trabalham, se organizam, propõem e cobram do poder
público.
Por isso, a AMPVA tem elaborado conjuntamente com o
Núcleo Experimental de Planejamento Conflitual (ETTERN/IPPUR/UFRJ) o
“Plano Popular da Vila Autódromo”, que propõe a urbanização como saída
democrática e mais barata à remoção. O plano contem os seguintes
projetos: habitacional, de educação, saneamento e meio ambiente,
economia local, transporte e desenvolvimento cultural. Cabe lembrar que a
equipe técnica do Plano Popular da Vila Autódromo, formado por
especialistas do Núcleo Experimental do Planejamento Conflitual
(ETTERN/IPPUR/UFRJ), garante o desenho urbanístico do bairro como
ocupação consolidada, ao contrário do que indica a reportagem. Para a
efetivação do citado Plano a pequena parcela dos moradores que moram na
faixa de 15 metros da Lagoa de Jacarepaguá propuseram, eles próprios, a
mudança de suas casas para outra região do bairro.
Os moradores
da comunidade não são contra a realização da Copa e das Olimpíadas, só
reivindicam o direito de continuarem morando no lugar onde construíram
suas histórias e seus vínculos afetivos.
A Vila Autódromo é um bairro marcado para Viver!
Viva a Vila Autódromo!
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES E PESCADORES DA VILA AUTÓDROMO - RJ – AMPVA.
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