JUÍZA” ANULA A LEI ÁUREA – O QUE IMPORTA É A CANA
Laerte Braga
Segundo a juíza Marli Lopes Nogueira, da 20ª Vara do Trabalho do Distrito
Federal o trabalho escravo não pode ser interrompido antes de completada a
colheita da safra de cana. Foi esse o conteúdo da liminar que a “juíza”
concedeu à empresa INFINITY AGRÍCOLA, suspendendo uma operação de resgate de
trabalhadores escravos numa fazenda da empresa no município de Navaraí, no
Mato Grosso do Sul.
A operação estava sendo conduzida por auditores do trabalho, um procurador
do trabalho e policiais federais. Estavam retirando 1817 trabalhadores em
regime de escravidão, muitos deles migrantes (de Minas Gerais, Pernambuco e
275 indígenas), todos submetidos a condições humilhantes de serviço.
A juíza – é um escárnio e deve ter recebido propina da empresa – suspendeu
inclusive a interdição das frentes de trabalho imposta pelas autoridades do
setor. Os trabalhadores não contavam com banheiros, a jornada de trabalho
superava o permitido em lei, numa temperatura inferior a 10 graus. Para a
“magistrada”, do alto de sua competência e de seus privilégios, numa sala
aquecida em Brasília, importante é que seja completada a colheita/corte da
cana para que a empresa não tenha prejuízo.
Está anulada em nome da empresa privada a Lei Áurea que extinguiu em 1888 a
escravidão no Brasil.
Esse tipo de decisão do Judiciário está previsto no acordo firmado entre o
Superior Tribunal de Justiça e o Banco Mundial, que orienta o Judiciário
(Judiciário?) a tomar decisões que não prejudiquem o capital.
A decisão afirma taxativamente que a “interdição está causando prejuízos
irreversíveis, já que desde a data da interdição a cana cortado está
estragando e os trabalhadores e equipamentos parados. A “juíza”, subornada é
óbvio, impede que a empresa seja colocada na chamada lista suja, a que
registra as que usam trabalho escravo.
O procurador do trabalho no local Jonas Ratier Moreno afirmou que a “juíza”
– comprada evidente – ignorou o laudo técnico sobre as condições degradantes
a que estavam submetidos os trabalhadores, “uns farrapos” e que “a empresa
não fornecia nem cobertores diante do frio”.
A rescisão do contrato de trabalho entre a empresa e os escravos não mais
acontecerá pela decisão da “juíza” – corrupta é lógico – e os trabalhadores
terão que voltar ao trabalho sob pena de serem até presos. É que com a
rescisão os direitos trabalhistas teriam que ser pagos, aí, foram parar na
conta da “juíza”, ou alguém tem dúvida?
A INFINITY AGRÍCOLA, defensora do “progresso”, dos “valores morais e
cristãos” está na lista suja desde 2010 quando foi pega usando escravos, 64
trabalhadores, em outra usina de cana de açúcar do grupo. Em fevereiro de
2011 conseguiu uma liminar na justiça retirando-a da lista (eita Justiça, em
Minas um desembargador foi afastado faz pouco porque vendia sentenças a
traficantes).
A Advocacia Geral da União está tentando reverter a decisão da “juíza”,
esperando encontrar – existem muitos – juízes sérios e competentes que façam
com que a lei seja cumprida e não a vontade dos senhores de terra, os
latifundiários. Um tipo de câncer para o qual a cura é a reforma agrária e a
permanência, em futuro próximo, é a transformação de extensas áreas em
desertos pelo cultivo impróprio e uso de agrotóxicos, além dos
desmatamentos. O cara que Dilma convidou para o Ministério dos Transportes –
recusou –. Blairo Maggi é o rei da moto-serra. Preferiu continuar nos
“negócios”.
No Rio de Janeiro numa operação da Polícia “Pacificadora” do corrupto
governador Sérgio Cabral a Polícia Militar mata uma criança – o menino Juan
– e some com o corpo. A Polícia Civil faz corpo mole nas investigações e o
assunto só veio a público por conta da grita da família.
Polícia Militar com a estrutura que tem em nosso País, os privilégios, a
orientação que recebe (inimigo é estudante, trabalhador, camponês) é tão
somente uma organização terrorista legitimada pelo Estado, ou alguém acha
que o BOPE cumpre a lei? É um bem que desceu dos céus cercado de anjos por
todos os lados?
A forma como a mídia trata esses casos ao contrário de se transformar em
fator de indignação com a barbárie, a corrupção, acaba criando mitos
montados na boçalidade e na descaracterização de qualquer sentimento humano.
Trabalho paciente para alienar.
O importante é que a cana seja colhida e a “ralé” não chegue aos domínios
das elites políticas e econômicas que no estranho governo de alianças em que
o vice-presidente é dono de parte do aparelho estatal e no fim chamam isso
tudo de democracia.
Penso que a “juíza” que revogou a Lei Áurea deveria ser condenada a
trabalhar dez dias, pelo menos, em condições semelhantes aos escravos da
INFINITY AGRÍCOLA. É o mínimo.
Laerte Braga
Segundo a juíza Marli Lopes Nogueira, da 20ª Vara do Trabalho do Distrito
Federal o trabalho escravo não pode ser interrompido antes de completada a
colheita da safra de cana. Foi esse o conteúdo da liminar que a “juíza”
concedeu à empresa INFINITY AGRÍCOLA, suspendendo uma operação de resgate de
trabalhadores escravos numa fazenda da empresa no município de Navaraí, no
Mato Grosso do Sul.
A operação estava sendo conduzida por auditores do trabalho, um procurador
do trabalho e policiais federais. Estavam retirando 1817 trabalhadores em
regime de escravidão, muitos deles migrantes (de Minas Gerais, Pernambuco e
275 indígenas), todos submetidos a condições humilhantes de serviço.
A juíza – é um escárnio e deve ter recebido propina da empresa – suspendeu
inclusive a interdição das frentes de trabalho imposta pelas autoridades do
setor. Os trabalhadores não contavam com banheiros, a jornada de trabalho
superava o permitido em lei, numa temperatura inferior a 10 graus. Para a
“magistrada”, do alto de sua competência e de seus privilégios, numa sala
aquecida em Brasília, importante é que seja completada a colheita/corte da
cana para que a empresa não tenha prejuízo.
Está anulada em nome da empresa privada a Lei Áurea que extinguiu em 1888 a
escravidão no Brasil.
Esse tipo de decisão do Judiciário está previsto no acordo firmado entre o
Superior Tribunal de Justiça e o Banco Mundial, que orienta o Judiciário
(Judiciário?) a tomar decisões que não prejudiquem o capital.
A decisão afirma taxativamente que a “interdição está causando prejuízos
irreversíveis, já que desde a data da interdição a cana cortado está
estragando e os trabalhadores e equipamentos parados. A “juíza”, subornada é
óbvio, impede que a empresa seja colocada na chamada lista suja, a que
registra as que usam trabalho escravo.
O procurador do trabalho no local Jonas Ratier Moreno afirmou que a “juíza”
– comprada evidente – ignorou o laudo técnico sobre as condições degradantes
a que estavam submetidos os trabalhadores, “uns farrapos” e que “a empresa
não fornecia nem cobertores diante do frio”.
A rescisão do contrato de trabalho entre a empresa e os escravos não mais
acontecerá pela decisão da “juíza” – corrupta é lógico – e os trabalhadores
terão que voltar ao trabalho sob pena de serem até presos. É que com a
rescisão os direitos trabalhistas teriam que ser pagos, aí, foram parar na
conta da “juíza”, ou alguém tem dúvida?
A INFINITY AGRÍCOLA, defensora do “progresso”, dos “valores morais e
cristãos” está na lista suja desde 2010 quando foi pega usando escravos, 64
trabalhadores, em outra usina de cana de açúcar do grupo. Em fevereiro de
2011 conseguiu uma liminar na justiça retirando-a da lista (eita Justiça, em
Minas um desembargador foi afastado faz pouco porque vendia sentenças a
traficantes).
A Advocacia Geral da União está tentando reverter a decisão da “juíza”,
esperando encontrar – existem muitos – juízes sérios e competentes que façam
com que a lei seja cumprida e não a vontade dos senhores de terra, os
latifundiários. Um tipo de câncer para o qual a cura é a reforma agrária e a
permanência, em futuro próximo, é a transformação de extensas áreas em
desertos pelo cultivo impróprio e uso de agrotóxicos, além dos
desmatamentos. O cara que Dilma convidou para o Ministério dos Transportes –
recusou –. Blairo Maggi é o rei da moto-serra. Preferiu continuar nos
“negócios”.
No Rio de Janeiro numa operação da Polícia “Pacificadora” do corrupto
governador Sérgio Cabral a Polícia Militar mata uma criança – o menino Juan
– e some com o corpo. A Polícia Civil faz corpo mole nas investigações e o
assunto só veio a público por conta da grita da família.
Polícia Militar com a estrutura que tem em nosso País, os privilégios, a
orientação que recebe (inimigo é estudante, trabalhador, camponês) é tão
somente uma organização terrorista legitimada pelo Estado, ou alguém acha
que o BOPE cumpre a lei? É um bem que desceu dos céus cercado de anjos por
todos os lados?
A forma como a mídia trata esses casos ao contrário de se transformar em
fator de indignação com a barbárie, a corrupção, acaba criando mitos
montados na boçalidade e na descaracterização de qualquer sentimento humano.
Trabalho paciente para alienar.
O importante é que a cana seja colhida e a “ralé” não chegue aos domínios
das elites políticas e econômicas que no estranho governo de alianças em que
o vice-presidente é dono de parte do aparelho estatal e no fim chamam isso
tudo de democracia.
Penso que a “juíza” que revogou a Lei Áurea deveria ser condenada a
trabalhar dez dias, pelo menos, em condições semelhantes aos escravos da
INFINITY AGRÍCOLA. É o mínimo.
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